ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS EM PACIENTES COM QUEIXA DE PERDA AUDITIVA
Palavras-chave:
Psicologia, Neuropsicologia, Perda auditiva, Otorrinolaringologia, depressãoResumo
A Perda Auditiva (PA) é, mundialmente, o déficit sensorial mais frequente. A Deficiência auditiva denominada também por perda auditiva, hipoacusia ou surdez, constitui-se pela incapacidade parcial ou total de audição, podendo ser congênita ou adquirida posteriormente por doenças ou traumas, com repercussões psicológicas/neuropsicológicas ao paciente e sua família. Objetivos: Verificar a frequência de queixas referentes a alterações psicológicas/ neuropsicológicas e neurológicas em pacientes com queixa de perda auditiva e investigar a intensidade do quadro depressivo em amostra adulta aleatória adicional. Material e método: Este estudo clínico transversal verificou a frequência de alterações psicológicas/neuropsicológicas e médicas em relação a PA, utilizando entrevista semiestruturada em 1260 pacientes e/ou familiares, de ambos sexos, com manifestação/queixa de PA, além da intensidade do quadro depressivo em grupo aleatório adicional com 105 adultos por meio do Beck Depression Inventory – BDI em hospital. Resultados: Nas crianças/adolescentes, crises convulsivas e deficiência mental foram mais frequentes. TDAH é menos oscilante nos grupos; crianças/adolescentes mostraram o dobro da frequência em alterações de memória, atenção e concentração, depressão e crise convulsiva. Entre adultos e idosos, é mais frequente depressão, alterações mnemônicas tendo 1032 casos, alterações de concentração e atenção e de sono (mais presentes naqueles com PA bilateral), além de HAS. Conclusões: A prevalência de alterações de memória, concentração e atenção relacionam-se com a PA, assim como com a depressão.Referências
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