DIFERENÇAS REGIONAIS NO CUIDADO PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO BRASIL
ANÁLISE SEGUNDO MULHERES USUÁRIAS
Palavras-chave:
Pré-natal, Desigualdade Social, Atenção Básica de SaúdeResumo
Objetivo: Analisar as diferenças regionais no pré-natal segundo mulheres usuárias da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal e analítico com dados secundários do III Módulo da avaliação externa do 2° Ciclo do Programa Nacional do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Houve comparação entre as regiões brasileiras utilizando o teste qui-quadrado e teste z ajustado pelo método Bonferroni (p<0,05). Resultados: Participaram do estudo 9.933 mulheres. A maioria tinha o ensino médio completo ou mais (39,8%), sendo a proporção maior no Sudeste (44,0%)(p<0,001). O procedimento clínico mais realizado foi aferir pressão arterial (98,8%) e o menos exame ginecológico (58,6%), com menor proporção no Centro-Oeste (p<0,001).O procedimento laboratorial mais realizado foi o exame de urina (97,6%) e o menor exames de glicose (86,0%), menor no Norte (p<0,001). As mulheres receberam mais orientações sobre amamentação (90,8%) e menos sobre preventivo (65,3%), sendo menor no Centro-Oeste (p<0,001). O pré-natal com médico (74,5%) foi maior no Sul (p<0,001). A avaliação positiva do cuidado reecebido (81,8%) foi menor no Norte e Nordeste (p<0,001). Conclusão: Apesar das altas proporções, houve disparidades regionais entre os fatores sociodemográficos, clínicos e laboratoriais, medidas preventivas, acesso e avaliação dos serviços no pré-natal, com melhores resultados no Sul e Sudeste e piores no Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
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