INCIDÊNCIA DE HEMORRAGIA EM AMIGDALECTOMIA EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO SUL DO BRASIL

Autores

  • Leonardo Albino Medeiros Hospital Governador Celso Ramos
  • Rosana Otero Cunha
  • Rafael Mariano Gislon da Silva
  • Guilherme Schlindwein Zanini
  • Giovanni Schlindwein Zanini

Palavras-chave:

amigdalectomia, sangramento, hemorragia

Resumo

INTRODUÇÃO: A cirurgia de amigdalectomia é uma das mais realizadas pelo otorrinolaringologista e tem como sangramento grave uma das complicações mais temidas. MÉTODOS: Realizamos um estudo de coorte retrospectiva com caso e controle aninhado por meio de análise de prontuário dos pacientes submetidos à amigdalectomia. O objetivo primário foi determinar a incidência de hemorragia provocada pelas tonsilectomias no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020. O objetivo secundário foi determinar as causas contribuintes. RESULTADOS: Foram incluídos 588 pacientes sendo 327 (55,6%) do sexo masculino, com média de idade 6,30 +- 3,30 anos (mín. 1 ano e máx. 16 anos). Durante o período de estudo ocorreram 12 (2,04%; IC95% 1,06 a 3,57%) hemorragias provocadas por tonsilectomia. Não houve registro de óbitos. A medida de associação entre as causas contribuintes e episódios de hemorragia foi: Sexo Masculino, OR 1,12 (p = 0,8480; beta 0,9689) e Idade a Partir de 6 Anos (OR 1,93; p = 0,2785; beta = 0,8795). Não foi observada associação significativa entre as causas contribuintes estudadas e hemorragia. DISCUSSÃO: O presente estudo demonstra uma baixa taxa de sangramento precoce e nenhum caso de sangramento tardio ou óbito, demonstrando a segurança do procedimento realizado por médicos residentes em otorrinolaringologia assistidos por cirurgiões experientes, além de reforçar a segurança de se priorizar a técnica a frio. Apesar de ser possível que os pacientes do sexo masculino e idade a partir de seis anos tenham maior chance de hemorragia associada à amigdalectomia, os dados não possuem associação significativa devido à baixa incidência de sangramento no estudo.

Referências

Mitchell RB, Archer SM, Ishman SL, Rosenfeld RM, Coles S, Finestone SA, Friedman NR, Giordano T, Hildrew DM, Kim TW, Lloyd RM, Parikh SR, Shulman ST, Walner DL, Walsh SA, Nnacheta LC. Clinical Practice Guideline: Tonsillectomy in Children (Update)-Executive Summary. Otolaryngol Head Neck Surg. 2019 Feb;160(2):187-205. doi: 10.1177/0194599818807917. PMID: 30921525.

Dhaduk N, Rodgers A, Govindan A, Kalyoussef E. Post-Tonsillectomy Bleeding: A National Perspective. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2021 Aug;130(8):941-947. doi: 10.1177/0003489420987438. Epub 2021 Jan 13. PMID: 33435723.

Gonçalves AI, Rato C, de Vilhena D, Duarte D, Lopes G, Trigueiros N. Evaluation of post-tonsillectomy hemorrhage and assessment of risk factors. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2020 Nov;277(11):3095-3102. doi: 10.1007/s00405-020-06060-1. Epub 2020 May 25. PMID: 32451667.

Rosenfeld RM, Green RP. Tonsillectomy and adenoidectomy: changing trends. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1990;99:187-191.

Windfuhr JP, Chen YS, Remmert S. Hemorrhage following tonsillectomy and adenoidectomy in 15,218 patients. Otolaryngol Head Neck Surg. 2006;132:281-286.

Johnson LB, Elluru RG, Myer CM. Complications of adenotonsillectomy. Laryngoscope. 2002;112:35-36.

Wulu JA, Chua M, Levi JR. Does suturing tonsil pillars post-tonsillectomy reduce postoperative hemorrhage?: A literature review. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2019 Feb;117:204-209. doi: 10.1016/j.ijporl.2018.12.003. Epub 2018 Dec 4. PMID: 30611028.

Kim, S. J., Walsh, J., Tunkel, D. E., Boss, E. F., & Lee, A. H. (2019). Frequency of post‐tonsillectomy hemorrhage relative to time of day. The Laryngoscope. doi:10.1002/lary.28302

Lowe, D., van der Meulen, J., Cromwell, D., Lewsey, J., Copley, L., Browne, J., … Brown, P. (2007). Key Messages From the National Prospective Tonsillectomy Audit. The Laryngoscope, 117(4), 717–724. doi:10.1097/mlg.0b013e318031f0b0

Paradise, J. L., Bluestone, C. D., Colborn, D. K., Bernard, B. S., Rockette, H. E., & Kurs-Lasky, M. (2002). Tonsillectomy and Adenotonsillectomy for Recurrent Throat Infection in Moderately Affected Children. PEDIATRICS, 110(1), 7–15. doi:10.1542/peds.110.1.7

Arora, R., Saraiya, S., Niu, X., Thomas, R. L., & Kannikeswaran, N. (2015). Post tonsillectomy hemorrhage: Who needs intervention? International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, 79(2), 165–169. doi:10.1016/j.ijporl.2014.11.034

Hatton, R. C. (2000). Bismuth Subgallate–Epinephrine Paste in Adenotonsillectomies. Annals of Pharmacotherapy, 34(4), 522–525. doi:10.1345/aph.19216

Fenton, J. E., Blayney, A. W., & O’Dwyer, T. P. (1995). Bismuth subgallate – its role in tonsillectomy. The Journal of Laryngology & Otology, 109(03). doi:10.1017/s002221510012969x

Leader, B. A., Wiebracht, N. D., Meinzen‐Derr, J., & Ishman, S. L. (2019). The impact of resident involvement on tonsillectomy outcomes and surgical time. The Laryngoscope. doi:10.1002/lary.28427

Muratori E, Meccariello G, Deganello A, Mannelli G, Gallo O. Tonsillectomy and residents: a safe match? Clin Otolaryngol. 2013 Jun;38(3):279-80. doi: 10.1111/coa.12122. PMID: 23745541.

Blakley, B. W. (2009). Post-tonsillectomy bleeding: How much is too much? Otolaryngology-Head and Neck Surgery, 140(3), 288–290. doi:10.1016/j.otohns.2008.12.005

Downloads

Publicado

15/08/2024

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

INCIDÊNCIA DE HEMORRAGIA EM AMIGDALECTOMIA EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO SUL DO BRASIL. (2024). Arquivos Catarinenses De Medicina, 52(1), 16-24. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/1465

Artigos Semelhantes

1-10 de 16

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.