PREVALÊNCIA DO TRAÇO FALCIFORME EM DOADORES DE SANGUE DE UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA NO SUL DO BRASIL E OS ESFORÇOS PARA ACONSELHAMENTO GENÉTICO
Palavras-chave:
Traço Falciforme, Aconselhamento Genético, HemoglobinopatiasResumo
Objetivo: Apresentar dados relacionados à detecção e prevalência de traço falciforme em doadores de sangue e os esforços de orientação genética prestados. Métodos: Estudo descritivo com coleta de dados do Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo/ RS, no período de março de 2011 a março de 2021. Foram incluídos doadores de sangue com idade entre 18 e 69 anos, de ambos os sexos, elegíveis para doação de acordo com a legislação brasileira. Resultados: No período estudado houveram 99.149 doadores de sangue, dos quais 305 apresentaram traço falciforme, indicando prevalência de 0,31%. Todos os doadores positivos no teste qualitativo foram positivos no teste quantitativo, sendo 58% do sexo masculino e 72,1% autodeclarados brancos. Os doadores representaram 14 estados brasileiros de origem, juntamente com um doador estrangeiro. Conclusão: A baixa prevalência de traço falciforme decorre da predominância racial branca pela descendência europeia acentuada na região. O fornecimento de orientações genéticas garante o diagnóstico precoce, impactando na morbimortalidade das doenças falciformes.
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