IMPACTO DA LEI SECA NA TAXA DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO, SANTA CATARINA, ENTRE 2005 E 2011

Autores

  • Felipe Cadore Klabunde
  • João Ghizzo Filho UNISUL
  • Paulo Fontoura Freitas UNISUL
  • Nazaré Otília Nazário UNISUL

Palavras-chave:

Acidentes de trânsito. Consumo de bebidas alcoólicas. Legislação. Mortalidade.

Resumo

O objetivo do estudo foi investigar o impacto da Lei Seca na taxa de mortalidade por acidentes de trânsito, Santa Catarina, 2005 a 2011. Estudo Ecológico baseado nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus). Foram obtidas as taxas de mortalidade geral, por sexo e faixa etária, pré e pós Lei Seca; foram calculadas as diferenças entre as taxas, Risco Relativo, Fração Etiológica e o número absoluto de casos evitáveis. Os resultados mostram uma queda nas taxas de mortalidade geral por acidentes de trânsito, ao comparar os períodos pré e pós Lei Seca, de 97,18 para 91,80/100 mil (p<0,01).As diferenças relativas mais importantes, se deram nas faixas etárias mais elevadas, com destaque a partir dos 40 anos de idade e ainda que entre os indivíduos do sexo masculino e das faixas etárias mais jovens, as diferenças relativas (RR) não tenham sido tão expressivas quanto para os demais grupos, os números absolutos de casos gerados, foram mais do que o dobro nestes grupos, com 246 e 225 casos atribuíveis, entre os homens e entre indivíduos na faixa etária dos  20-29 anos, respectivamente.Resultados apontam para sexo masculino como fator de risco independente para óbito por acidentes de trânsito, sendo ingestão de álcool um fator potencializador. O presente estudo é original ao enfatizar a importância da fração etiológica, medida de impacto populacional, essencial quando os resultados visam direcionar ações na área da Saúde Pública.

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Publicado

11/07/2017

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

IMPACTO DA LEI SECA NA TAXA DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO, SANTA CATARINA, ENTRE 2005 E 2011. (2017). Arquivos Catarinenses De Medicina, 46(2), 108-117. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/274

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