FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE NEONATAL COM ÊNFASE NO COMPONENTE DA ATENÇÃO HOSPITALAR AO RECÉM-NASCIDO

Autores

  • Thays Bezerra Brasil Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Francisco José Maia Pinto Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Rafaella Maria Monteiro Sampaio Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Centro Universitário Estácio do Ceará (ESTÁCIO-FIC)
  • Radmila Alves Alencar Viana Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Katherine Jeronimo Lima Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Ingrid Medeiros Camelo Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Ana Maria Peixoto Cabral Maia Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Palavras-chave:

Mortalidade neonatal. Fatores associados. Recém-nascido.

Resumo

Analisar os fatores associados à mortalidade neonatal com ênfase no componente da atenção hospitalar ao recém-nascido. Estudo do tipo caso-controle que investigou à ocorrência de óbito hospitalar de recém-nascidos até o 27º dia de vida. Foram realizados testes de associação ao nível de significância de 5%. Adotou-se como critério de entrada das variáveis no modelo o p<0,20 e para permanecerem o valor de p<0,05. Na regressão logística, utilizou-se a medida da força de associação dada pela Odds Ratio (OR) bruta e ajustada. Por fim, realizou-se a regressão logística múltipla, apenas com as variáveis significativas, de cada nível hierarquizado. As variáveis associadas ao desfecho mortalidade neonatal hospitalar que compuseram o modelo final da regressão logística foram: indução ao parto (p=0,01), Apgar no 5º minuto de vida menor que sete (p=0,002), presença de malformação congênita (p=0,002) e necessidade de uso de surfactante (p=0,001). O modelo apresentado com estas variáveis apresentou um Pseudo R2=0,7549, indicando que consegue explicar 75,49% dos óbitos neonatais. Conclui-se que o modelo final foi composto pelas variáveis: indução do parto, Apgar no 5º minuto de vida menor que sete, presença de malformação congênita e necessidade de uso de surfactante, como fatores que aumentam significativamente as chances de ocorrência de morte no período neonatal.

Biografia do Autor

  • Thays Bezerra Brasil, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva (UECE). Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal (FAMETRO), Fortaleza, CE, Brasil.
  • Francisco José Maia Pinto, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Estatístico. Pós-doutor em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo (USP/SP). Doutorado no Instituto de Medicina Social (UERJ). Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção (UFRJ). Professor Adjunto da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.
  • Rafaella Maria Monteiro Sampaio, Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Centro Universitário Estácio do Ceará (ESTÁCIO-FIC)
    Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); Professora do Curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e do Centro Universitário Estácio do Ceará (ESTÁCIO-FIC), Fortaleza, CE, Brasil.
  • Radmila Alves Alencar Viana, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Fisioterapeuta. Mestranda em Saúde Coletiva (UECE). Residente Especialista em Saúde da Mulher e da Criança (UFC). Especialista em Saúde Pública (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.
  • Katherine Jeronimo Lima, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Enfermeira. Mestranda em Saúde Coletiva (UECE). Residente Especialista em Saúde Coletiva (ESP/CE). Especialista em Gestão de Redes de Atenção à Saúde (FIOCRUZ). Especialista em Epidemiologia (UFG), Fortaleza, CE, Brasil.
  • Ingrid Medeiros Camelo, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Fisioterapeuta. Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente (UECE). Especialista em Saúde do Idoso (UECE) e em Acupuntura pela Associação Brasileira de Acupuntura, Fortaleza, CE, Brasil.
  • Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
    Fisioterapeuta. Especialista em Epidemiologia e Vigilância em Saúde (UFC), Fortaleza, CE, Brasil.

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Publicado

01/06/2018

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE NEONATAL COM ÊNFASE NO COMPONENTE DA ATENÇÃO HOSPITALAR AO RECÉM-NASCIDO. (2018). Arquivos Catarinenses De Medicina, 47(2), 70-86. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/280

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