PREVALÊNCIA DE VULVOVAGINITES NA GESTAÇÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM COMPLICAÇÕES PERINATAIS

Autores

  • Rodrigo Dias Nunes Universidade do Sul de Santa Catarina http://orcid.org/0000-0002-2261-8253
  • Caroline de Oliveira França Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Jefferson Traebert Universidade do Sul de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.63845/jf42yr77

Palavras-chave:

Gestação. Vulvovaginites. Complicações Perinatais

Resumo

Introdução: Vulvovaginite é o processo infeccioso do trato geniturinário inferior feminino, podendo gerar complicações perinatais como trabalho de parto prematuro, rotura prematura de membranas e corioamnionite. Objetivo: Avaliar a prevalência de vulvovaginites na gestação e definir sua associação com fatores sociodemográficos e complicações perinatais. Métodos: Estudo transversal, com análise de 216 prontuários das pacientes que realizaram o pré-natal em ambulatório-escola de julho/2010 até fevereiro/2012. Os dados foram analisados pelo programa SPSS 16.0. O teste qui-quadrado testou a homogeneidade de proporções. Foram calculadas as razõoes de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança, com nível de significância de p < 0,05. Resultados: A prevalência de vulvovaginites na gestação foi de 38,9%. A idade maior ou igual a 30 anos esteve menos associada (p = 0,003) ao desenvolvimento de vulvovaginites [RP 0,24 (IC95% 0,07-0,68)]. O aparecimento de vulvovaginites na gestação aumentou em quase quatro vezes [RP 3,80 (1,29-12,63)] a probabilidade de ocorrência de rotura prematura de membranas (p = 0,007). As vulvovaginites não se mostraram associadas ao trabalho de parto prematuro e/ou corioamnionite. Conclusões: A prevalência de vulvovaginites na gestação foi de 38,9%. Pacientes com 30 anos ou mais apresentaram menos probabilidade de desenvolverem vulvovaginites, porém a patologia aumentou em quase quatros vezes a probabilidade de ocorrência de rotura prematura de membranas.

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Publicado

02/03/2018

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PREVALÊNCIA DE VULVOVAGINITES NA GESTAÇÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM COMPLICAÇÕES PERINATAIS. (2018). Arquivos Catarinenses De Medicina, 47(1), 121-132. https://doi.org/10.63845/jf42yr77