AVALIAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS AOS PÓLIPOS ENDOMETRIAIS

Autores

Palavras-chave:

Pólipos. Endométrio. Metrorragia. Histeroscopia.

Resumo

Introdução: Pólipos endometriais são lesões benignas de baixo potencial de malignidade, identificadas como protrusões do endométrio, que parecem estar relacionadas a diversos fatores sociodemográficos e clínicos. Objetivo: Identificar os fatores associados à ocorrência de pólipo endometrial em pacientes submetidas à videohisteroscopia. Métodos: Estudo caso-controle com 162 mulheres que realizaram o exame de videohisteroscopia em uma clínica privada de diagnóstico por imagem, entre janeiro e junho de 2016. A coleta de dados foi realizada através de prontuários. Estudou-se a associação das variáveis independentes com a presença de pólipos endometriais por meio de cálculo de odds ratio e seus respectivos intervalos de confiança, com nível de significância p < 0,05. A regressão logística binária foi realizada entre as variáveis com p < 0,25. Resultados: As pacientes foram divididas em 81 casos e 81 controles. A idade média das mulheres foi de 49,6 (± 12,5) anos. O tipo histológico mais frequente de pólipos endometriais foi o hiperplásico (34,7%), seguido do tipo funcional (33,3%). Foi detectado apenas um caso de carcinoma endometrial. A idade das pacientes, número de partos e cesarianas anteriores, idade da menarca, menopausa, uso de terapia hormonal ou anticoncepção hormonal e comorbidades como hipertensão arterial e diabetes não estiveram associados ao aparecimento de pólipo endometrial ao exame videohisteroscópico. A análise multivariada também não demonstrou associação entre o desfecho e cor de pele (p = 0,137), índice de massa corporal (p = 0,154), número de abortos anteriores (p = 0,869), presença de sangramento uterino anormal (p = 0,486) e seu tempo de duração (p = 0,157). Conclusão: As características clínicas e sociodemográficas avaliadas no presente estudo não estiveram associadas ao aparecimento de formações polipoides endometriais, identificadas pela videohisteroscopia. 

Referências

Lenci MA, Nascimento VA, Grandini AB, Fahmy W, Depes DB, Baracat FF, et al. Lesões precursoras e câncer em pólipos do endométrio de pacientes submetidas à polipectomia histeroscópica. Einstein. 2014; 12(1):16-21.

Campaner AB, Carvalho S, Lima SM, Santos RE, Galvão MA, Ribeiro P, et al. Avaliação histológica de pólipos endometriais em mulheres após a menopausa e correlação com o risco de malignização. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28(1):18-23.

Nogueira AA. Pólipos Endometriais. Rev Bras Ginecol Obstret. 2005; 27(5):289-92.

Bueloni-Dias FN, Spadoto-Dias D, Nahás-Neto J, Nahás AT. Fatores preditivos para a ocorrência de pólipos endometriais em mulheres na pós-menopausa. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36(11):489-96.

Miranda SM, Gomes MT, Guerreiro ID, Castello MJ. Pólipos endometriais: aspectos clínicos, epidemiológicos e pesquisa de polimorfismos. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010; 32(7):327-33.

Ferrazzi E, Zupi E, Leone FP, Savelli L, Omodei U, Moscarini M, et al. How often are endometrial polyps malignant in asymptomatic postmenopausal women? A multicenter study. Am J Obstet Gynecol. 2009; 200:235-41.

Perri T, Rahimi K, Ramanakumar AV, Wou K, Pilavdzic D, Franco E, et al. Are endometrial polyps true cancer precursors? Am J Obstet Gynecol. 2010; 203:232-44.

Hebbar S, Chaya V, Ramachandran L. Factors Influencing Endometrial Thickness in Postmenopausal Women. Ann Med Health Sci Res. 2014; 4(4):608-14.

Baiocchi G, Manci N, Pazzaglia M, Giannone L, Burnelli L, Giannone E, et al. Malignancy in endometrial polyps: a 12-year experience. Am J Obstet Gynecol. 2009; 201:462-6.

Wolff LP, Monte AA, Souza AC, Monteiro IM. Avaliação de morfologia e histologia endometrial de mulheres após a menopausa. Rev Assoc Med Bras. 2010; 56(6):711-4.

Godoy Junior CE, Antunes Junior A, Morais SS, Pinto-Neto AM, Costa-Paiva L. Accuracy of sonography and hysteroscopy in the diagnosis of premalignant and malignant polyps in postmenopausal women. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(6):243-8.

Lopez J, San Miguel AG, Garcia AT, Muñoz-Gonzalez J, Lopez-Gonzalez G. Effectiveness of transcervical hysteroscopic endometrial resection based on the prevention of the recurrence of endometrial polyps in post-menopausal women. BMC Women’s Health. 2015; 15:20.

Ralph T, Zajer A, Petris V, Gejman R, Cuello M. Pólipo endometrial, una causa infrecuente de sangrado genital anormal en la adolescencia. Rev Chil Obstet Ginecol. 2014; 79(4).

Vivas CA, Ríos JJ, Romero HA. Pólipos endometriales, fisiopatología y factores de riesgo. Rev CES Med. 2012; 26(2):175-84.

Van den Bosch T, Ameye L, Van Schoubroeck D, Bourne T, Timmerman D. Intra-cavitary uterine pathology in women with abnormal uterine bleeding: a prospective study of 1220 women. Facts Views Vis Obgyn. 2015; 7(1):17-24.

Yang JH, Chen CD, Chen SU, Yang Y, Chen MJ. Factors influencing the recurrence potential of benign endometrial polyps after hysteroscopic polypectomy. Plos One. 2015; 10(12):57-71.

Peireira N, Petrini AC, Lekovich JP, Elias RT, Spandorfer SD. Surgical management of endometrial polyps in infertile woman: a comprehensive review. J Midlife Health. 2015; 6(2):59-65.

Rocha de Azevedo J. Avaliação da taxa de malignidade de pólipos endometriais e dos fatores de risco associados. [Dissertação] [Internet] Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas, 2013. [Acesso em 20 set 2016]. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/97307

Gibran L, Pina Carvalho LF, Abrão MS. Pólipos endometriais: ainda exérese para todos? Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(4):146-147.

Frassetto LF, Nascimento R, Grando LB, Peixoto Panazzolo AR. Estudo epidemiológico descritivo das pacientes atendidas no Ambulatório de Patologia Endometrial do Hospital Universitário. Arq Catarin Med. 2005; 34(2).

Vigueras AS, Escalona JR. Pólipos endometriales: Actualización en diagnóstico y tratamiento. Rev Chil Obstet Ginecol. 2016; 81(2):152-158.

Giordano G, Gnetti L, Merisio C, Melpignano M. Postmenopausal status, hypertension and obesity as risk factors for malignant transformation in endometrial polyps. Maturitas. 2007; 56(2):190-7.

Freitas Pinho J. Espessamento endometrial na pós-menopausa: será que o fluxo vascular endometrial é um fator preditivo para o aparecimento de pólipos? [Dissertação] [Internet] Portugal, Europa: Universidade da Beira Interior, Mestrado em Medicina e Ciências da Saúde, 2013. [Acesso em 20 set 2016]. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.6/999.

Bassil Lasmar R, Barrozo PR, Parente R, Lasmar B, Baltar da Rosa D, Penna I, et al. Avaliação histeroscópica em pacientes com infertilidade. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2010; 32(8):393-397.

Papadia A, Gerbaldo D, Fulcheri E, Ragni N, Menoni S, Zanardi S, et al. The risk of premalignant and malignant pathology in endometrial polyps: should every polyp be resected? Minerva Ginecol. 2007; 59(2):117-24.

Nappi L, Idraccolo U, Di Spiezio Sardo A, Gentile G, Palombino K, Castaldi MA, et al. Are diabetes, hypertension and obesity independent risk factors for endometrial polyps? J Minim Invvasive Gynecol. 2009; 16(2):157-62.

Orvieto R, Bar-Hava I, Dicker D, Bar J, Ben-Rafael Z, Neri A. Endometrial polyps during menopause: characterization and significance. Acta Obstet Gynecol Scand. 1999; 78(10):883-6.

Downloads

Publicado

01/06/2018

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

AVALIAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS AOS PÓLIPOS ENDOMETRIAIS. (2018). Arquivos Catarinenses De Medicina, 47(2), 113-123. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/308

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>