ANÁLISE TEMPORAL DA RELAÇÃO ENTRE LEPTOSPIROSE, NÍVEIS PLUVIOMÉTRICOS E SAZONALIDADE, NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL, 2005-2015
Palavras-chave:
Leptospirose. Zoonose. Incidência Temporal.Resumo
O objetivo do estudo é analisar a tendência temporal da incidência de leptospirose, de acordo com índices pluviométricos na Região da Grande Florianópolis, conforme sazonalidade - 2005 a 2015. Trata-se de estudo ecológico de séries temporais, com dados de leptospirose, índices pluviométricos e população. Foram analisadas taxas de incidência de leptospirose, excesso relativo da incidência, coeficiente de correlação de Pearson (r), coeficiente angular (), a partir do ajuste da regressão linear, com nível de significância de 5%. Apresenta distribuição dos casos de leptospirose, índices pluviométricos e razão casos/índices pluviométricos, estratificados por mês de ocorrência. Foram registrados 1.001 casos de leptospirose, média mensal de 83 casos, com variação de 43, nos meses de agosto, a 146, nos meses de fevereiro. A taxa média de leptospirose foi 8,24/100 mil habitantes. O índice pluviométrico médio foi 154,83 mm, os índices mais baixos ocorreram nos meses de junho, média de 99,48 mm, e, os mais elevados nos meses de janeiro, média de 226,16 mm. Uma correlação positiva entre taxas de leptospirose e níveis pluviométricos, ao longo do período, janeiro a dezembro (r=0,64; p=0,003), aponta para associação temporal positiva entre quantidade de chuva e casos da doença. A doença ocorreu o ano todo e apresentou nítida sazonalidade no período de outubro a março.Referências
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