ACURÁCIA DA RELAÇÃO CINTURA-ALTURA COMPARADA AO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA NO DIAGNÓSTICO DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL

Autores

Palavras-chave:

Obesidade pediátrica. Sobrepeso. Relação cintura-altura. Índice de massa corpórea.

Resumo

Objetivo: Avaliar a acurácia da relação cintura-altura (RCA) em comparação ao Índice de Massa Corpórea (IMC) no diagnóstico de sobrepeso e obesidade em crianças de 9 a 12 anos, além de estabelecer um ponto de corte ideal da RCA.

            Método: Estudo transversal, sendo a população estudada escolares de 9 a 12 anos de quatro escolas. Os dados foram tabulados no Programa Microsoft Excel 2013. As medidas de associação foram feitas através do teste de ANOVA seguida de Tukey. Foram calculados os pontos de corte da RCA para sobrepeso e obesidade com suas respectivas acurácias, através da análise das curvas Receiver Operating Characteristics (ROC).

            Resultados: Observou-se uma elevada prevalência de excesso de peso na faixa etária selecionada, enquanto que o baixo peso apresentou uma menor ocorrência. A análise da RCA através da Curva ROC mostrou uma área sob a curva (ASC) de 0,915 para o diagnóstico de obesidade, sendo o ponto de corte de 0,45. Para o sobrepeso, a RCA mostrou uma área sob a curva de 0,857, com ponto de corte de 0,43.Diferenças entre as idades e os sexos não foram estatisticamente significativas.

            Conclusões: A RCA se mostrou um bom preditor para a triagem de obesidade infantil, porém sua acurácia para o diagnóstico de sobrepeso não foi satisfatória. São necessários novos estudos que demonstrem a eficácia desse indicador, afim de que o mesmo se consolide como medida diagnóstica do excesso de peso infantil.

 

 

Biografia do Autor

  • Patrícia Bertuol, Universidade do Sul de Santa Catarina
    Médica graduada pela Universidade do Sul de Santa Catarina.
  • Nadine Hellmann Delfino, Universidade do Sul de Santa Catarina

    Médica graduada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), campus Tubarão. CRM/SC 27658.

  • Ana Carolina Lobor Cancelier
    Professora de Pediatria, Mestre em Ciências da Saúde, Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, Santa Catarina.
  • Emyle Lima Batista, Universidade do Sul de Santa Catarina

    Médica graduada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), campus Tubarão. CRM/PR 42465.

Referências

Obesity and overweight. World Health Organization. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/. Published 2016. Acessado abril 9, 2017.

WHO. Obesity : Preventing and managing the global epidemic. World Health Organization: Technical Report Series. Genebra; 2000. doi:ISBN 92 4 120894 5.

Ramos Soares L, Luiza M, Pereira C, et al. A transição da desnutrição para a obesidade. Brazilian J Surg Clin Res. 2013;5(1):64–68. http://www.mastereditora.com.br/bjscr. Acessado março 29, 2017.

Popkin BM, Adair LS, Ng SW. Global nutrition transition and the pandemic of obesity in developing countries. Nutr Rev. 2012;70(1):3–21. doi:10.1111/j.1753-4887.2011.00456.x.

Flores LS, Gaya AR, Petersen RDS, Gaya A. Trends of underweight, overweight, and obesity in Brazilian children and adolescents. J Pediatr (Rio J). 2013;89(5):456–461. doi:10.1016/j.jped.2013.02.021.

Porter MD, Puska DP, Nishida DC. Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health. Obesity and overweight. World Health Organization. http://www.who.int/dietphysicalactivity/media/en/gsfs_obesity.pdf. Published 2003. Acessado abril 9, 2017.

Dummel CCB. Sedentarismo e outros fatores de risco cardiovasculares em adolescentes. Florianóp Univ Fed St Catarina. 2007. http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/89983.

Timothy Garvey W, Mechanick JI, Brett EM, et al. American Association of Clinical Endocrinologists and American College of Endocrinology: Comprehensive clinical practice Guidelines for medical care of patients with obesity. Vol 22. Suppl 3.; 2016. doi:10.4158/EP161365.GL.

Ribeiro EAG, Leal DB, Assis MAA De. Acurácia diagnóstica de índices antropométricos na predição do excesso de gordura corporal em crianças de sete a dez anos. Rev Bras Epidemiol. 2014:243–254. doi:10.1590/1415-790X201400010019.

Pelegrini A, Silva DAS, Silva JMFDL, Grigollo L, Petroski EL. Indicadores antropométricos de obesidade na predição de gordura corporal elevada em adolescentes. Rev Paul Pediatr. 2015;33(1):56–62. doi:10.1016/j.rpped.2014.06.007.

SISVAN. Relatório consolidado do Estado Nutricional em adolescentes no ano de 2017 no Brasil. http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sisvan/relatorios_publicos/relatorio-acomp-nutri.view.php. Published 2017. Acessado maio 21, 2018.

Daniels SR, Greer FR. Lipid Screening and Cardiovascular Health in Childhood. Am Acad Pediatr. 2008;122(1):198–208. doi:10.1542/peds.2008-1349.

Chipkevitch E. Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência. J Padiatr. 2001;77(Supl.2):135–142. doi:0021-7557/01/77-Supl.2/S135.

WHO. Growth reference data for 5-19 years. World Health Organization. http://www.who.int/growthref/en/. Published 2013. Acessado maio 6, 2017.

Matsudo VKR, Ferrari GL de M, Araújo TL, et al. Socioeconomic status indicators, physical activity, and overweight/obesity in Brazilian children. Rev Paul Pediatr (English Ed. 2016;34(2):162–170. doi:10.1016/j.rppede.2015.08.018.

Flores LS, Gaya AR, Petersen RDS, Gaya A. Trends of underweight, overweight, and obesity in Brazilian children and adolescents. J Pediatr (Rio J). 2013;89(5):456–461. doi:10.1016/j.jped.2013.02.021.

Ogden CL, Carroll MD, Kit BK, Flegal KM. Prevalence of Childhood and Adult Obesity in the United States, 2011-2012. JAMA. 2014;311(8):806. doi:10.1001/jama.2014.732.

Shirasawa T, Ochiai H, Nanri H, et al. Trends of Underweight and Overweight/Obesity Among Japanese Schoolchildren From 2003 to 2012, Defined by Body Mass Index and Percentage Overweight Cutoffs. J Epidemiol. 2015;25(7):482–488. doi:10.2188/jea.JE20140144.

Takimoto H, Yoshiike N, Kaneda F, Yoshita K. Thinness among young Japanese women. Am J Public Health. 2004;94(9):1592–1595. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15333320. Acessado maio 14, 2018.

Belchior M, Bivar W, Nuno D-E, et al. Censo Demográfico 2010 - Características da população e dos domicílios. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/93/cd_2010_caracteristicas_populacao_domicilios.pdf. Acessado maio 19, 2018.

TabNet Win32 3.0: Nascidos vivos - Brasil. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def. Published 2016. Acessado maio 19, 2018.

Ying-Xiu Z, Ya-Lin L, Jin-Shan Z, Zun-Hua C, Jing-Yang Z. Distributions of waist circumference and waist-to-height ratio for children and adolescents in Shandong, China. Eur J Pediatr. 2013;172(2):185–191. doi:10.1007/s00431-012-1862-x.

Janssen I, Katzmarzyk PT, Ross R. Waist circumference and not body mass index explains obesity-related health risk. Am J Clin Nutr. 2004;79(3):379–384. doi:10.1093/ajcn/79.3.379.

Javed A, Jumean M, Murad MH, et al. Diagnostic performance of body mass index to identify obesity as defined by body adiposity in children and adolescents: a systematic review and meta-analysis. Pediatr Obes. 2013;10(3):234–244. doi:10.1111/ijpo.242.

Brannsether B, Roelants M, Bjerknes R, Júlíusson P. Waist circumference and waist-to-height ratio in Norwegian children 4-18 years of age: Reference values and cut-off levels. Acta Paediatr. 2011;100(12):1576–1582. doi:10.1111/j.1651-2227.2011.02370.x.

Ashwell M, Gibson S. Waist-to-height ratio as an indicator of “early health risk”: simpler and more predictive than using a “matrix” based on BMI and waist circumference. BMJ Open. 2016;6(3):e010159. doi:10.1136/bmjopen-2015-010159.

Khoury M, Manlhiot C, McCrindle BW. Role of the Waist/Height Ratio in the Cardiometabolic Risk Assessment of Children Classified by Body Mass Index. J Am Coll Cardiol. 2013;62(8):742–751. doi:10.1016/J.JACC.2013.01.026.

Bacopoulou F, Efthymiou V, Landis G, Rentoumis A, Chrousos GP. Waist circumference, waist-to-hip ratio and waist-to-height ratio reference percentiles for abdominal obesity among Greek adolescents. BMC Pediatr. 2015;15(1):50. doi:10.1186/s12887-015-0366-z.

David McCarthy H, Ashwell M. A study of central fatness using waist-to-height ratios in UK children and adolescents over two decades supports the simple message – “keep your waist circumference to half your height”. Int J Obes. 2006;30:988–992. https://pdfs.semanticscholar.org/9864/bb244efd9d0153dd178331bbacf532663a7c.pdf. Acessado maio 6, 2018.

Downloads

Publicado

20/09/2019

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

ACURÁCIA DA RELAÇÃO CINTURA-ALTURA COMPARADA AO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA NO DIAGNÓSTICO DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL. (2019). Arquivos Catarinenses De Medicina, 48(3), 67-78. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/514

Artigos Semelhantes

1-10 de 468

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.