USO DE ATORVASTATINA NA PREVENÇÃO PRIMÁRIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Autores

  • Denis Conci Braga
  • Isabela Mota Fornari
  • Tatiane Fortuna
  • Erik Luiz Bonamigo
  • Silvia Mônica Bortolini

Palavras-chave:

Estatinas, Prevenção primária, Doenças cardiovasculares

Resumo

A fim de reduzir a mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), as estatinas atuam diminuindo os níveis elevados de colesterol e, consequentemente, a aterogênese vascular. No entanto, seu uso em assintomáticos e de baixo risco cardiovascular gera polêmica pelo risco de medicalização excessiva. O objetivo deste estudo foi verificar o perfil dos pacientes que utilizam atorvastatina para a prevenção primária das DCV. Tratou-se de um estudo transversal em um município rural de Santa Catarina. Foram avaliados os pacientes que tiveram prescrição de atorvastatina ente 2014 e 2015. O estudo incluiu 47 pacientes, dos quais 57,44% (n = 27) eram mulheres. A faixa etária mais prevalente foi entre 60 a 79 anos (n = 30). A maioria da amostra apresentava sobrepeso ou obesidade leve (n = 33). Em relação aos fatores de risco para DCV, 76,59% (n = 36) tinham hipertensão arterial sistêmica. O risco cardiovascular (Framingham) foi moderado em 48,93% (n = 23). Os pacientes que tomavam 20 mg ao dia de atorvastatina representaram 74,46% (n = 35) da amostra. Observou-se que pacientes com risco cardiovascular leve eram 1,33 vezes mais propensos a ter em sua prescrição 20 mg diários de atorvastatina (RP = 1,33; IC 95% = 1,08 - 1,77). As outras associações não foram estatisticamente significativas. Este estudo é um alerta para os profissionais de cuidados primários realizarem uma avaliação mais rigorosa sobre o uso de drogas em pacientes de baixo risco cardiovascular, uma vez que efeitos adversos desta classe de fármacos podem superar seus benefícios.

A fim de reduzir a mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), as estatinas atuam diminuindo os níveis elevados de colesterol e, consequentemente, a aterogênese vascular. No entanto, seu uso em assintomáticos e de baixo risco cardiovascular gera polêmica pelo risco de medicalização excessiva. O objetivo deste estudo foi verificar o perfil dos pacientes que utilizam atorvastatina para a prevenção primária das DCV. Tratou-se de um estudo transversal em um município rural de Santa Catarina. Foram avaliados os pacientes que tiveram prescrição de atorvastatina ente 2014 e 2015. O estudo incluiu 47 pacientes, dos quais 57,44% (n = 27) eram mulheres. A faixa etária mais prevalente foi entre 60 a 79 anos (n = 30). A maioria da amostra apresentava sobrepeso ou obesidade leve (n = 33). Em relação aos fatores de risco para DCV, 76,59% (n = 36) tinham hipertensão arterial sistêmica. O risco cardiovascular (Framingham) foi moderado em 48,93% (n = 23). Os pacientes que tomavam 20 mg ao dia de atorvastatina representaram 74,46% (n = 35) da amostra. Observou-se que pacientes com risco cardiovascular leve eram 1,33 vezes mais propensos a ter em sua prescrição 20 mg diários de atorvastatina (RP = 1,33; IC 95% = 1,08 - 1,77). As outras associações não foram estatisticamente significativas. Este estudo é um alerta para os profissionais de cuidados primários realizarem uma avaliação mais rigorosa sobre o uso de drogas em pacientes de baixo risco cardiovascular, uma vez que efeitos adversos desta classe de fármacos podem superar seus benefícios.

Biografia do Autor

  • Denis Conci Braga
    Especialista. Doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Curso de Medicina da Universidade Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Associação Médica Brasileira/Sociedade Brasileira de Medicina de Família Comunidade. Médico da Estratégia de Saúde da Família Irmã Thereza Uber, Água Doce, Santa Catarina.
  • Isabela Mota Fornari
    Graduanda. Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC).
  • Tatiane Fortuna
    Graduanda. Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
  • Erik Luiz Bonamigo
    Graduando. Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
  • Silvia Mônica Bortolini
    Especialista. Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família Irmã Thereza Uber, Água Doce, Santa Catarina.

Referências

Mahmood D, Jahan K, Habibullah K. Primary prevention with statins in cardiovascular diseases: a Saudi Arabian perspective. Journal of the Saudi Heart Association 2015; 27: 179-191.

Centro de Informações Sobre Medicamentos (SP); Área Técnica de Assistência Farmacêutica; Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde. Cim Informa 2008. Disponível em: <http://goo.gl/UOFIZ5>. Acesso em 20 out 2015.

Fonseca FA. Farmacocinética das estatinas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2005; 85: 09-14.

Baigent C, Keech A, Kearney PM et al. Efficacy and safety of cholesterol lowering treatment: prospective meta-analysis of data from 90,056 participants in 14 randomised trials of statins. Lancet 2005; 366(9493): 1267-1278.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Água Doce SC. Infográficos: evolução populacional e pirâmide. Disponível em: <http://goo.gl/l7j9Bf>. Acesso em 20 nov 2014.

Reiner Z. Statin in the primary prevention of cardiovascular disease. Nat Rev Cardiol 2013; 10: 453-464.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Agência Nacional de Saúde Suplementar. Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde 2009; 09: 01-13.

Lama A. Estatinas en Prevención Primaria? Rev Chil Cardiol 2010; 29: 379-380.

Ministerio de Sanidad y Consumo, Sociedad Española de Cardiología, Sociedad Española de Arterioclerosis. Control de la Colesterolemia em España, 2000: Un Instrumento para la Prevención Cardiovascular. Rev Esp Salud Pública 2000; 74: 215-253.

-Golomb BA, Evans MA. Statin adverse effects: a review of the literature and evidence for a mitochondrial mechanism. Am J Cardiovasc Drugs. 2008; 8(6):373-418.

Mostaza JM et al. Uso de las estatinas en prevención primaria. Inf Ter Sist Nac Salud 2011; 35: 46-56.

Ferrer JI. Estatinas, uso racional en el tratamiento de la dislipoproteinemia. Revista Cubana de Medicina General Integrada 2009; 25(2): 1-17.

Downloads

Publicado

05/09/2016

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

USO DE ATORVASTATINA NA PREVENÇÃO PRIMÁRIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES. (2016). Arquivos Catarinenses De Medicina, 44(4), 87-95. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/52

Artigos Semelhantes

1-10 de 123

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)