ALTERAÇÕES MAMOGRÁFICAS EM UMA CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA

Autores

  • Nicoly de Souza Jacques Universidade do Extremo Sul Catarinense
  • Luiza Crozeta Feldmann Universidade do Extremo Sul Catarinense
  • Gustavo Coral Silveira Universidade do Extremo Sul Catarinense

Palavras-chave:

Mamografia. Rastreamento. Câncer de mama.

Resumo

O câncer de mama é o mais frequente tumor maligno entre as mulheres, excetuando-se os cânceres de pele não melanoma. A mortalidade pela doença tem sido reduzida devido a programas de rastreamento utilizando mamografia. Foram analisados, neste estudo observacional, descritivo e retrospectivo, 3748 laudos mamográficos, no período de julho a dezembro de 2017, a fim de estimar a frequência dos achados mamográficos dentro da classificação BI-RADS e sua relação com idade. A faixa etária predominante no estudo foi de 50 a 60 anos incompletos (43,3%), e as principais categorias da classificação BI-RADS foram as sugestivas de benignidade (1 ou 2), correspondendo a 90,2%. A correlação, conforme análise de resíduo, entre faixa etária e classificação BI-RADS mostrou associação entre pacientes com idade inferior a 40 anos e BI-RADS 4c (0,9%), menores de 50 anos com BI-RADS 1 (41,3%) e pacientes com mais de 50 anos apresentando BI-RADS 2 (65,9%). Logo, foi possível concluir que as taxas sugestivas de benignidade são altas nos laudos mamográficos estudados, e a maioria das mulheres tem seu início de rastreio com 50 anos de idade, seguindo os critérios de rastreamento.  Entretanto, como grande parte das pacientes na pesquisa se enquadra nesta faixa, é possível que aquelas com idade inferior sejam subdiagnosticadas, por serem pouco avaliadas. Além disso, sabendo que a mortalidade foi reduzida ao longo do tempo com a implementação desse rastreamento, devem ser continuadas medidas de incentivo no local do estudo, na tentativa de evitar detecção da doença tardia e atraso no início do tratamento.

Biografia do Autor

  • Nicoly de Souza Jacques, Universidade do Extremo Sul Catarinense
    Graduada em Medicina
  • Luiza Crozeta Feldmann, Universidade do Extremo Sul Catarinense
    Graduada em Medicina
  • Gustavo Coral Silveira, Universidade do Extremo Sul Catarinense

    Mastologista pela Sociedade Brasileira de Mastologia

    Especialista em Mamografia pelo Colégio Brasileiro de Radiologia

Referências

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2018.

American Cancer Society. Breast Cancer Facts & Figures 2017-2018. Atlanta: American Cancer Society, Inc, 2017.

Senkus E, Kyriakides S, Ohno S, Penault-Llorca F, Poortmans P, Rutgers E, et al. Primary breast cancer: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. 2015; 26(supl 5): 8-30.

Nascimento JHR, Silva VD, Maciel AC. Acurácia dos achados mamográficos do câncer de mama: correlação da classificação BI-RADS e achados histológicos. Radiol Bras. 2010 Mar/Abr; 43(2): 91-96.

Vieira AV, Toigo FT. Classificação BI-RADS: categorização de 4.968 mamografias. Radiol Bras. 2002; 35(4): 205-208.

D’Orsi CJ Sickles EA, Mendelson EB, Elisabeth AM. ACR BI-RADS Mammography. In: ACR BI-RADS Atlas, Breast Imaging Reporting and Data System. 5th ed. Reston, VA: American College of Radiology; 2013.

, Instituto Nacional de Câncer (INCA). Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.

Urban LABD, Chala LF, Bauab SP, Schaefer MB, Santos RP, Maranhão NMA, et al. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama. Radiol Bras. 2017 Jul/Ago; 50(4): 244-249.

National Breast and Ovarian Cancer Centre. Breast cancer risk factors: a review of the evidence. National Breast and Ovarian Cancer Centre. Surry Hills, NSW: National Breast and Ovarian Cancer Centre, 2009.

Oeffinger KC, Fontham ET, Etzioni R, Herzig A, Michaelson JS, Shih YC, et al. Breast cancer screening for women at average risk: 2015 guideline update from the american cancer society. JAMA. 2015 Oct 20; 314(15): 1599-1614.

Siu AL; U.S. Preventive Services Task Force. Screening for breast cancer: U.S. Preventive Services Task Force recommendation statement. Ann Intern Med. 2016 Feb 16; 164(4): 279-296.

Lima-Costa MF, Matos DL. Prevalência e fatores associados à realização da mamografia na faixa etária de 50-69 anos: um estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2003). Cad. Saúde Pública. 2007 Jul; 23(7): 1665-1673.

Fontes GSQ, Feuerschuette OHM. Prevalência de alterações mamográficas em uma série de exames realizados no Hospital Nossa Senhora da Conceição no ano de 2012, em Tubarão/SC. Revista da AMRIGS. 2015 Jul-Set; 59(3): 217-222.

Milani V, Goldman SM, Finguerman F, Pinotti M, Ribeiro CS, Abdalla N, et al. Presumed prevalence analysis on suspected and highly suspected breast cancer lesions in São Paulo using BIRADS criteria. Sao Paulo Med J. 2007 Jul 5; 125(4): 210-214.

McPherson K, Steel CM, Dixon JM. ABC of breast diseases: breast cancer-epidemiology risk factors, and genetics. BMJ. 2000 Set; 321: 624-628.

Harris JR, Lippman ME, Morrow M, Osborne CK. Disease of the breast. 5th ed. Philadelphia: LWW; 2014.

Tagliafico AS, Airaldi S, Bignotti B, Signori A, Sormani MP, University of Genoa, et al. Adjunct screening with tomosynthesis or ultrasound in women with mammography-negative dense breasts: interim report of a prospective comparative trial. J Clin Oncol. 2016 June 1; 34(16): 1882-1888

Colacurci N, Fornaro F, Franciscis P, Palermo M, Vecchio W. Effects of different types of hormone replacement therapy on mammographic density. Maturitas. 2001 Nov 30; 40(2): 159-164.

Lundström E, Christow A, Kersemaekers W, Svane G, Azavedo E, Söderqvist G, et al. Effects of tibolone and continuous combined hormone replacement therapy on mammographic breast density. Am J Obstet Gynecol. 2002 Apr; 186(4): 717-722.

Ma L, Fishell EK, Wright B, Hanna W, Allan S, Boyd NF. Case-control study of factors associated with failure to detect breast cancer by mammography. J Natl Cancer Inst. 1992 May 20; 84(10): 781–785.

Gils CHV, Johannes JDM, Verbeek ALM, Hendriks JHCL,Holland R. Effect of mammographic breast density on breast cancer screening performance: a study in Nijmegen, the Netherland. J Epidemiol Community Health. 1998 May; 52(4): 267–271.

Hankinson SE, Eliassen AH. Endogenous estrogen, testosterone and progesterone levels in relation to breast cancer risk. J Steroid Biochem Mol Biol. 2007; 106: 24-30.

Myers ER, Moorman P, Gierisch JM, Havrilesky LJ, Grimm LJ, Ghate S, et al. Benefits and harms of breast cancer screening a systematic review. JAMA. 2015 Oct 20; 314(15): 1615–1634.

Feig SA. Screening mammography benefit controversies: sorting the evidence. Radiol Clin North Am. 2014 May; 52(3): 455-480.

Tabár L, Vitak B, Chen TH, Yen AMF, Cohen A, Tot T, et al. Swedish two-county trial: impact of mammographic screening on breast cancer mortality during 3 decades. Radiology. 2011 Sep; 260(3): 658-663.

Independent UK Panel on Breast Cancer Screening. The benefits and harms of breast cancer screening: an independent review. Lancet. 2012 Nov 17; 380(9855): 1778-1786.

Gøtzsche PC1, Jørgensen KJ. Screening for breast cancer with mammography. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jun 4; (6).

Downloads

Publicado

20/09/2019

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

ALTERAÇÕES MAMOGRÁFICAS EM UMA CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA. (2019). Arquivos Catarinenses De Medicina, 48(3), 117-130. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/555

Artigos Semelhantes

1-10 de 465

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.