SÍNDROME DE RETT – RELATO DE UM CASO RARO

Authors

  • Gabriela Longhi Reiner Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Daniel Vignardi Prefeitura Municipal de São José (SC)
  • Felipe Silva Klingelfus Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Mateus Nath Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Patrícia Soares Oliveira Santos Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Keywords:

Síndrome. Rett. MECP2.

Abstract

INTRODUÇÃO: A síndrome de Rett (RTT), descrita em 1966 pelo neuropediatra austríaco Andreas Rett, é um distúrbio do neurodesenvolvimento que ocorre predominantemente no sexo feminino. Sua maioria é causada por mutações no gene MECP2. OBJETIVOS: Relatar um caso a fim de expandir o conhecimento de uma síndrome rara que afeta cerca de 1: 10.000 meninas no mundo e que ainda não possui terapia específica e continua sendo um desafio à Medicina. DESCRIÇÃO DO CASO: L.E.D.S., 12 anos, feminina, branca, procedente de Balneário Camboriú (SC), residente no município de Palhoça (SC). Vem a consulta acompanhada pela mãe (S.R.V), encaminhada ao Ambulatório Médico de Especialidades para realizar acompanhamento pediátrico de rotina. Assintomática. Em uso de Quetiapina 25mg, Melatonina 5mg e PEG 4000. Diagnosticada com intolerância à lactose, pé plano congênito, convulsão e Síndrome de Rett. Mãe relata gestação sem intercorrências, nascimento a termo, parto cesáreo, peso 3,335 kg e Apgar 9 e 10. DNPM compatível com idade cronológica até 1 ano e 6 meses de idade quando houve regressão psicomotora com características autistas, estereotipias muito sugestivas na linha média, conservação do uso das mãos de forma rudimentar, porém mantendo ainda algum contato visual. Associado a episódios de crises tônico-clônicas generalizadas e crises focais disperceptivas que sugerem origem epilética. Ainda, insônia, agressividade, sensibilidade reduzida à dor, gritos aparentemente sem motivos. Dependência total para atividades diárias. Após investigação multidisciplinar com resultados normais de tomografia computadorizada de crânio, cariótipo e PCR para Síndrome de Angelmann, em 2017 a paciente obteve teste genético positivo para a mutação no gene MECP2 (variante c.763C>T no éxon 4 do gene MECP2 levando a alteração no aminoácido p. Arg255), compatível com Síndrome de Rett. CONCLUSÕES: No presente momento nenhuma terapia específica encontra-se disponível para a Síndrome de Rett, embora pesquisas já estejam sendo realizadas. A partir do diagnóstico, a atual conduta consiste no tratamento de condições associadas e acompanhamento multidisciplinar tanto do paciente quanto aos familiares, uma vez que indivíduos com RTT são totalmente dependentes das atividades diárias.

 

Author Biographies

  • Gabriela Longhi Reiner, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Doutoranda da Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul campus Grande Florianópolis.
  • Daniel Vignardi, Prefeitura Municipal de São José (SC)
    Médico generalista ESF
  • Felipe Silva Klingelfus, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Doutorando da Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul campus Grande Florianópolis.
  • Mateus Nath, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Doutorando da Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul campus Grande Florianópolis.
  • Patrícia Soares Oliveira Santos, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Doutoranda da Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul campus Grande Florianópolis.

References

Uptodate.com (2019). UpToDate. [online]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/rett-syndrome-genetics-clinical-features-and-diagnosis. [Acesso 16 Abril 2019].

Epperson MV, Haws ME, Standridge SM, Gilbert DL. An Atypical Rett Syndrome Phenotype Due to a Novel Missense Mutation in CACNA1A. J Child Neurol 2018; 33:286.

Lucariello M, Vidal E, Vidal S, et al. Whole exome sequencing of Rett syndrome-like patients reveals the mutational diversity of the clinical phenotype. Hum Genet 2016; 135:1343.

Castro J, Mellios N, Sur M. Mechanisms and therapeutic challenges in autism spectrum disorders: insights from Rett syndrome. Curr Opin Neurol 2013; 26:154.

Banerjee A, Miller MT, Li K, et al. Towards a better diagnosis and treatment of Rett syndrome: a model synaptic disorder. Brain 2019; 142:239.

Johnston M, Blue ME, Naidu S. Recent advances in understanding synaptic abnormalities in Rett syndrome. F1000Res 2015; 4.

Neul JL, Kaufmann WE, Glaze DG, et al. Rett syndrome: revised diagnostic criteria and nomenclature. Ann Neurol 2010; 68:944.

Smeets EE, Pelc K, Dan B. Rett Syndrome. Mol Syndromol 2012; 2:113.

Pidcock FS, Salorio C, Bibat G, et al. Functional outcomes in Rett syndrome. Brain Dev 2016; 38:76.

Dolce A, Ben-Zeev B, Naidu S, Kossoff EH. Rett syndrome and epilepsy: an update for child neurologists. Pediatr Neurol 2013; 48:337.

Tarquinio DC, Hou W, Berg A, et al. Longitudinal course of epilepsy in Rett syndrome and related disorders. Brain 2017; 140:306.

Pini G, Bigoni S, Congiu L, et al. Rett syndrome: a wide clinical and autonomic picture. Orphanet J Rare Dis 2016; 11:132.

Boban S, Wong K, Epstein A, et al. Determinants of sleep disturbances in Rett syndrome: Novel findings in relation to genotype. Am J Med Genet A 2016; 170:2292.

Abrete.org.br. (2019). Associação Brasileira de Síndrome de Rett - Abre-Te. [online] Disponível em: http://www.abrete.org.br/ [Acesso 16 Abril 2019]

Published

2021-10-27

Issue

Section

Relato de caso

How to Cite

SÍNDROME DE RETT – RELATO DE UM CASO RARO. (2021). Arquivos Catarinenses De Medicina, 50(2), 363-367. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/576

Similar Articles

1-10 of 59

You may also start an advanced similarity search for this article.

Most read articles by the same author(s)