MODELOS DE ASSISTÊNCIA E TAXA DE PARTO CESÁREO/VAGINAL EM HOSPITAIS COM DIFERENTES TIPOS DE GESTÃO: UMA ANÁLISE DE 2.558.496 PARTOS

Autores/as

  • Samir Carlos Saleh Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Santo Amaro – UNISA – SP/Brasil http://orcid.org/0000-0002-8168-0559
  • Nazir de Oliveira Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Santo Amaro – UNISA – SP/Brasil http://orcid.org/0000-0003-2170-8326
  • Lucas Melo Neves Universidade de Santo Amaro, Mestrado Ciências da saúde http://orcid.org/0000-0003-2426-9736
  • Jane de Eston Armond Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo-USP. Coordenadora do Curso de Medicina e Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Santo Amaro – UNISA – SP/Brasil http://orcid.org/0000-0003-1561-8113
  • Patrícia Colombo-Souza Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Coordenadora de Pesquisa e docente do Programa de Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Santo Amaro – UNISA – SP/Brasil – SP/Brasil http://orcid.org/0000-0003-0247-4245

Palabras clave:

maternidade, cesáreas, gestão hospitalar, parto obstétrico, obstetricia.

Resumen

Objetivo: Descrever a tendência temporal no Município de São Paulo do parto cesáreo em relação ao parto vaginal, e sua distribuição por maternidades de diferentes tipos de gestão (pública, privada ou ensino/escola) a partir da observação dos dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos - SINASC. Métodos: trata-se de estudo descritivo, retrospectivo, com utilização de fonte secundária de dados, tendo como alvo os partos ocorridos em maternidades com gestão pública, privada e ensino/escola do Município de São Paulo. A casuística referiu-se à totalidade dos partos ocorridos entre os anos de 2003 e 2018. Foi proposto o cálculo da relação de partos cesáreos sobre os partos vaginais. Utilizou-se a Análise de Variância de Kruskall-Wallis com a finalidade de comparar as relações de partos cesáreos/vaginais de acordo com a gestão hospitalar. Resultados: a amostra se totalizou em 2.559.496 partos, sendo que a proporção de partos cesáreos foi de 31,7% (pública), 84,1% (privada) e 36,6% (ensino/escola), respectivamente.. A relação de partos cesáreos/vaginais foi de 0.58 na gestão pública, 5.40 na gestão privada e 0.47 na gestão escolar (p<0,0001*). Quanto a mudança anual da taxa de parto cesáreo/vaginal observou-se uma relação temporal similar entre os anos de 2003 e 2018 [pública (0.40-0.51); privada (4.6-6.6); Escola/ensino (0.55-0.60)]. Conclusões: A relação parto cesário/ vaginal se diferenciou nas instituições com gestão pública e de ensino/escola da instituição privada (ocorre 10 vezes mais parto cesáreo nas instituições privadas) apresentando pequena variação neste cenário ao longo dos anos.  

Biografía del autor/a

  • Lucas Melo Neves, Universidade de Santo Amaro, Mestrado Ciências da saúde
    Atuo como orientador e docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Universidade Santo Amaro - UNISA. Desenvolvi meu Doutorado na Universidade de São Paulo - USP, no Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Esporte (2015-2019), meu Mestrado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2013-2014) e minha Graduação em Educação Física com habilitação plena na Universidade de Taubaté - UNITAU (2004-2007). Na área de Educação Física tenho experiência profissional na temática prescrição de exercício físico no SUS e prescrição de exercício para idosos, e experiência acadêmica nas temáticas: exercício físico, nível de atividade física, volume encefálico, cognição, doenças psiquiátricas, depressão, saúde mental, saúde primária, atividades motoras complexas, treinamento coordenativo, treinamento funcional, envelhecimento, menopausa e ensaio clínico

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Publicado

2019-12-26

Número

Sección

Artigo original

Cómo citar

MODELOS DE ASSISTÊNCIA E TAXA DE PARTO CESÁREO/VAGINAL EM HOSPITAIS COM DIFERENTES TIPOS DE GESTÃO: UMA ANÁLISE DE 2.558.496 PARTOS. (2019). Arquivos Catarinenses De Medicina, 48(4), 162-173. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/604

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