PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

Autores

  • Gustavo Cardoso Silva
  • Natália Cardoso Silva
  • Caroline Cardoso Silva
  • Juliana Lorenzoni Althoff
  • Kleber Serafim Dal-Toé

Palavras-chave:

Câncer de Cabeça e Pescoço. Carcinoma Escamoso. Tabagismo

Resumo

O propósito deste estudo foi traçar um perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço em um hospital de referência no sul de Santa Catarina no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2017. Realizou-se um estudo observacional, descritivo e retrospectivo através da coleta de dados de prontuários médicos do local. Foram analisados 161 prontuários, porém 153 preencheram os critérios de inclusão e compuseram a amostra final. Esses foram classificados em 3 grupos: carcinoma escamoso de cabeça e pescoço, tumores de nasofaringe e tumores de glândulas salivares. No primeiro grupo, a média de idade encontrada foi de 58,82 anos. Houve predomínio de homens (90,4%), cor da pele branca (94,1%) e pacientes com ensino fundamental incompleto (79,4%). 57,4% eram tabagistas e 28,7% etilistas. Maior parte (68%) chegou ao serviço em estágios avançados da doença (estágio III e IV). Nos cânceres de nasofaringe, a idade média foi de 57,88 anos. Predominou o sexo masculino (87,5%) e apenas 12,5% tinha história de tabagismo. 50% era do tipo carcinoma escamoso e 50% indiferenciado. Destes, 87,5% foram diagnosticados já no estágio IV. Sobre os cânceres de glândulas salivares, 62,67 anos foi a idade média. Nenhum paciente tinha história de tabagismo. 62,5% dos pacientes foram diagnosticados em estágio IVa e o tipo histológico mais frequente foi o adenoide cístico. Os resultados encontrados não conflitam com os já descritos na literatura. Impressiona a quantidade de pacientes diagnosticados em estágios avançados, sugerindo o desenvolvimento de ações que aumentem a detecção precoce do câncer.

Referências

Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2016 - Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015.

Mehanna H, Paleri V, West CML, Nutting C. Head and neck cancer—Part 1: Epidemiology, presentation, and preservation. Clinical Otolaryngology. 2011;36(1):65–8.

Nekhlyudov L, Lacchetti C, Davis NB, et al. Head and Neck Cancer Survivorship Care Guideline: American Society of Clinical Oncology Clinical Practice Guideline. JCO. 2017;35(14):1606–21.

Lambert R, Sauvaget C, Cancela MC, Sankaranarayanan R. Epidemiology of cancer from the oral cavity and oropharynx. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2011;23(8):633–41.

Garavello W, Ciardo A, Spreafico R, Gaini RM. Risk factors for distant metastases in head and neck squamous cell carcinoma. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2006;132(7):762–6.

Pazdur R, Wagman LD, Camphausen KA, Hoskins WJ. Cancer Management: A Multidisciplinary Approach, Medical, Surgical, and Radiation Oncology. 13 edition. Norwalk: UBM Medica; 2011. 1084 p.

Lydiatt WM, Patel SG, O'Sullivan B, et al. Head and Neck cancers-major changes in the American Joint Committee on cancer eighth edition cancer staging manual. CA Cancer J Clin. 2017;67(2):122-137

Colombo J, Rahal P. Alterações Genéticas em Câncer de Cabeça e Pescoço. Rev Bras de Cancerologia. 2009;55(2):165-174.

Carvalho MBD, Lenzi J, Lehn CN, et al. Clinical and epidemiological characteristics of oral squamous cell carcinoma in women. Rev Assoc Med Bras. 2001;47(3):208–14.

Curado MP, Hashibe M. Recent changes in the epidemiology of head and neck cancer. Curr Opin Oncol. 2009;21(3):194–200.

Chang ET, Adami HO. The Enigmatic Epidemiology of Nasopharyngeal Carcinoma. Cancer Epidem Biomark & Prev. 2006;15(10):1765–77.

Sher DJ, Adelstein DJ, Bajaj GK, et al. Radiation therapy for oropharyngeal squamous cell carcinoma: Executive summary of an ASTRO Evidence-Based Clinical Practice Guideline. PRO. 2017;7(4):246-253.

Carvalho AL, Singh B, Spiro RH, Kowalski LP, Shah JP. Cancer of the oral cavity: a comparison between institutions in a developing and a developed nation. Head Neck. 2004;26(1):31–8.

Loehrer PJ, Greger HA, Weinberger M, et al. Knowledge and beliefs about cancer in a socioeconomically disadvantaged population. Cancer. 1991;68(7):1665–71.

Nigro CL, Denaro N, Merlotti A, Merlano M. Head and neck cancer: improving outcomes with a multidisciplinary approach. Cancer Manag Res. 2017; 9: 363–371.

Chua MLK, Wee JTS, Hui EP, Chan ATC. Nasopharyngeal carcinoma. T Lancet. 2016;387(10022):1012–24.

Salehiniya H, Mohammadian M, Mohammadian-Hafshejani A, Mahdavifar N. Nasopharyngeal cancer in the world - epidemiology, incidence, mortality and risk factors. WCRJ. 2018;5(1):1046-1055

Ou S-H, Zell J, Ziogas A, Anton-Culver H. Epidemiology of nasopharyngeal carcinoma in the United States: improved survival of Chinese patients within the keratinizing squamous cell carcinoma histology. Ann Oncology. 2006;18(1):29–35.

Guzzo M, Locati LD, Prott FJ, Gatta G, McGurk M, Licitra L. Major and minor salivary gland tumors. Crit Rev Oncol Hematol. 2010;74(2):134–48.

Ogawa AI, Takemoto LE, Navarro PL, Heshiki RE. Neoplasias de Glândulas Salivares. Arq Int Otorrinolaringol. 2008, 12(3):409-18

Arrangoiz R. Current Thinking on Malignant Salivary Gland Neoplasms. J Cancer Treat Research. 2013;1(1):8-24.

Lima SS, Soares AF, Amorim RF, Freitas RA. Perfil epidemiológico das neoplasias de glândulas salivares: análise de 245 casos. Rev Bras Otorrinolaringol. 2005;71(3):335–40.

Downloads

Publicado

31/03/2020

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA. (2020). Arquivos Catarinenses De Medicina, 49(1), 66-77. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/647

Artigos Semelhantes

1-10 de 485

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)