AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE CESÁREA DO BRASIL E DE SANTA CATARINA A PARTIR DA CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON

Autores

  • Juliana Toledo Gieburowski Universidade Federal de Santa Catarina
  • Thiago Jose Pinheiro Lopes
  • Roxana Knobel

Palavras-chave:

Cesárea 1. Parto Abdominal 2. Classificação 3.

Resumo

O aumento das taxas de cesárea tem-se tornado uma preocupação mundial, com o Brasil assumindo posição de destaque com taxas muito elevadas. Para melhor estudar esse fenômeno, é proposta a utilização da classificação de Robson. O objetivo do presente estudo foi verificar as taxas de cesárea de cada grupo de Robson, suas contribuições relativas e a série histórica no Brasil e em Santa Catarina. Dados sobre o tipo de parto e a classificação de Robson no período de 2014 a 2017 foram obtidos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e então foram calculadas a taxa de cesárea e a contribuição relativa de cada grupo para a taxa de cesárea nacional e estadual. A taxa de cesárea total no Brasil foi de 55,95% e em Santa Catarina de 58,65%. A distribuição dos grupos de Robson e sua evolução temporal em Santa Catarina e no Brasil foram semelhantes, porém com grupos 1 e 3 maiores no Brasil e 2 e 4 maiores em Santa Catarina. Nos dois locais estudados, o grupo com maior contribuição para a taxa de cesárea e com tendência de crescimento foi o grupo 5 (multíparas com cesárea prévia), o que se relaciona a realização de cesarianas eletivas, em um ciclo de retroalimentação em que gestantes submetidas a um primeiro parto abdominal apresentam alta probabilidade de nova cesariana em outras gestações.

Referências

Zugaib M, Francisco RPV. Cesárea. In: Zugaib Obstetrícia. 3. ed. Barueri, SP: Manole; 2016. p. 425–46.

Betrán AP, Ye J, Moller AB, et al. The increasing trend in caesarean section rates: Global, regional and national estimates: 1990-2014. PLoS One 2016;11(2):1-12.

WHO. Appropriate technology for birth. Lancet 1985;326(8458).

Ye J, Zhang J, Mikolajczyk R, et al. Association between rates of caesarean section and maternal and neonatal mortality in the 21st century: A worldwide population-based ecological study with longitudinal data. BJOG An Int J Obstet Gynaecol. 2016;123(5):745-753.

Ye J, Betrán AP, Guerrero Vela M, et al. Searching for the optimal rate of medically necessary cesarean delivery. Birth 2014;41(3):237-244.

Betran AP, Torloni MR, Zhang J, et al. What is the optimal rate of caesarean section at population level? A systematic review of ecologic studies. Reproductive Health 2015;12(57).

WHO. WHO Statement on Caesarean Section Rates. Hum Reprod Program. 2015;1–8.

Keag OE, Norman JE, Stock SJ. Long-term risks and benefits associated with cesarean delivery for mother, baby, and subsequent pregnancies: Systematic review and meta-analysis. PLoS Med. 2018;15(1).

Lewis JA. Timing of Elective Repeat Cesarean Delivery at Term and Neonatal Outcomes. MCN, Am J Matern Nurs. 2009;34(4):264.

Torloni MR, Betran AP, Souza JP, et al. Classifications for cesarean section: A systematic review. PLoS ONE 2011;6(1).

Robson MS. Classification of caesarean sections. Fetal and Maternal Medicine Review 2001;12(1):23-39.

Hehir MP, Ananth C V, Siddiq Z, et al. Cesarean delivery in the United States 2005 through 2014: a population-based analysis using the Robson 10-Group Classification System. Am J Obstet Gynecol. 2018;219(1):105.

Vogel JP, Betrán AP, Vindevoghel N, et al. Use of the robson classification to assess caesarean section trends in 21 countries: A secondary analysis of two WHO multicountry surveys. Lancet Glob Heal. 2015;3(5):e269-e270.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama Brasil/Santa Catarina [acesso em 23 nov 2019]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/panorama.

Nakamura-Pereira M, Do Carmo Leal M, Esteves-Pereira AP, et al. Use of Robson classification to assess cesarean section rate in Brazil: The role of source of payment for childbirth. Reprod Health. 2016;13.

Guida JPS, Pacagnella RC, Costa ML, et al. Evaluating vaginal-delivery rates after previous cesarean delivery using the Robson 10-group classification system at a tertiary center in Brazil. Int J Gynecol Obstet. 2017;136(3):354–5.

Brennan DJ, Robson MS, Murphy M, et al. Comparative analysis of international cesarean delivery rates using 10-group classification identifies significant variation in spontaneous labor. Am J Obstet Gynecol. 2009;201(3):308e1-308e8.

Dias MAB, Domingues RMSM, Schilithz AOC, et al. Factors associated with cesarean delivery during labor in primiparous women assisted in the Brazilian Public Health System: Data from a National Survey. Reprod Health. 2016;13:175-85.

Souza JP, Betran AP, Dumont A, et al. A global reference for caesarean section rates (C-Model): A multicountry cross-sectional study. BJOG An Int J Obstet Gynaecol. 2016;123(3):427-36.

Nakamura-Pereira M, Esteves-Pereira AP, Gama SGN, et al. Elective repeat cesarean delivery in women eligible for trial of labor in Brazil. Int J Gynecol Obstet. 2018;143(3):351–9.

Slavin V, Fenwick J. Use of a Classification Tool to Determine Groups of Women That Contribute to the Cesarean Section Rate: Establishing a Baseline for Clinical Decision Making and Quality Improvement. Int J Childbirth 2012;2(2):85-95.

Triunfo S, Ferrazzani S, Lanzone A, et al. Identification of obstetric targets for reducing cesarean section rate using the Robson Ten Group Classification in a tertiary level hospital. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2015;189:91-5.

Lafitte AS, Dolley P, Le Coutour X, Benoist G, Prime L, Thibon P, et al. Rate of caesarean sections according to the Robson classification: Analysis in a French perinatal network – Interest and limitations of the French medico-administrative data (PMSI). J Gynecol Obstet Hum Reprod. 2018 Feb 1;47(2):39–44.

Freitas PF, Fernandes TMB. Associação entre fatores institucionais, perfil da assistência ao parto e as taxas de cesariana em Santa Catarina. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(3):525-38.

Pedraza DF. Qualidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc): análise crítica da literatura. Ciênc saúde coletiva. 2012;17(10):2729-37.

WHO. Robson Classification: Implementation Manual. 2017. p. 1-51.

Visser GHA, Ayres-de-Campos D, Barnea ER, et al. FIGO position paper: how to stop the caesarean section epidemic. The Lancet 2018;392:1286–7.

Downloads

Publicado

13/06/2024

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE CESÁREA DO BRASIL E DE SANTA CATARINA A PARTIR DA CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON. (2024). Arquivos Catarinenses De Medicina, 51(2), 03-14. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/748

Artigos Semelhantes

1-10 de 179

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.