PERFIL DEMOGRÁFICO DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO (FLORIANÓPOLIS, SC) ENTRE OS ANOS 2001 E 2012

Autores

  • Bruno de Medeiros da Silva
  • Katia Lin

Palavras-chave:

Acidente vascular cerebral. Epidemiologia. Demografia.

Resumo

Os objetivos deste estudo foram: 1) definir o perfil demográfico do acidente vascular encefálico (AVE) na população de pacientes internados no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC, Florianópolis, SC) entre 2001 e 2012 e 2) investigar a hipótese de aumento da frequência de AVE em jovens em nosso meio, tal como apontam diversos estudos mundiais. Este é um estudo observacional e exploratório de desenho transversal em que os pacientes internados no HU-UFSC entre 2001 e 2012 com diagnóstico de AVE ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT) foram selecionados no sistema de cadastramento do hospital e avaliados com relação às variáveis sociodemográficas. Entre os 1762 pacientes incluídos, a média de idade foi de 64,54 [± desvio-padrão (DP) = 1,13] anos, havendo predominância de: 1) homens (52,33%); 2) baixo nível de escolaridade; 3) etnia branca e 4) estado civil “casado” ou “viúvo”. Não houve alterações estatisticamente significativas da média de idade ou da proporção de indivíduos com idade menor ou igual a 49 anos nos registros do período de 2001 a 2012. Os resultados referentes à escolaridade, ao estado civil e à proporção entre gêneros são condizentes com a literatura; já a proporção de brancos é atribuída à sua predominância na população de Florianópolis. O aumento da frequência de AVEs em jovens não foi constatado na população deste estudo, o que pode estar relacionado à adoção de hábitos de vida mais saudáveis pela população jovem florianopolitana.

Biografia do Autor

  • Bruno de Medeiros da Silva

    Acadêmico do curso de graduação em Medicina, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

  • Katia Lin
    MD, PhD, Professora Adjunta II, Serviço de Neurologia, Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Referências

Garritano CR, Luz PM, Pires ML, Barbosa MT, Batista KM. Analysis of the mortality trend due to cerebrovascular accident in Brazil in the XXI century. Arq Bras Cardiol. 2012.

Machado FS. Diagnóstico e Tratamento do Paciente com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) Agudo Hospital Sírio-Libanês; 2011. p. 50.

Adams HP, Bendixen BH, Kappelle LJ, Biller J, Love BB, Gordon DL, et al. Classification of subtype of acute ischemic stroke. Definitions for use in a multicenter clinical trial. TOAST. Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment. Stroke. 1993;24(1):35-41.

de Paulo RB, Guimarães TM, Helito PV, Marchiori PE, Yamamoto FI, Mansur LL, et al. Acidente vascular cerebral isquêmico em uma enfermaria de neurologia: complicações e tempo de internação. Rev Assoc Med Bras. 2009;55(3):313-6.

Pereira AB, Alvarenga H, Pereira RS, Barbosa MT. Prevalência de acidente vascular cerebral em idosos no Município de Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil, através do rastreamento de dados do Programa Saúde da Família. Cad Saude Publica. 2009;25(9):1929-36.

Mernoff ST, Lo AC. Novel stroke rehabilitation interventions. Med Health R I. 2011;94(12):360-5.

Hughes M, Lip GY. Stroke and thromboembolism in atrial fibrillation: a systematic review of stroke risk factors, risk stratification schema and cost effectiveness data. Thromb Haemost. 2008;99(2):295-304.

Cavalcante TF, Moreira RP, de Araujo TL, Lopes MV. Fatores demográficos e indicadores de risco de acidente vascular encefálico: comparação entre moradores do município de Fortaleza e o perfil nacional. Rev Lat Am Enfermagem. 2010;18(4):703-8.

Goldstein LB, Bushnell CD, Adams RJ, Appel LJ, Braun LT, Chaturvedi S, et al. Guidelines for the primary prevention of stroke: a guideline for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2011;42(2):517-84.

Vecchione M. Primary stroke prevention and community education. Med Health R I. 2011;94(12):369-71.

Silver B. An evidence-based approach to stroke prevention: important advances in the last decade. Med Health R I. 2012;95(3):77-8.

Falavigna A, Teles AR, Vedana VM, Kleber FD, Mosena G, Velho MC, et al. Awareness of stroke risk factors and warning signs in southern Brazil. Arq Neuropsiquiatr. 2009;67(4):1076-81.

Zétola VH, Nóvak EM, Camargo CH, Carraro H, Coral P, Muzzio JA, et al. Acidente Vascular Cerebral em pacientes jovens: análise de 164 casos. Arq Neuropsiquiatr. 2001;59(3-B):740-5.

Kleindorfer D, Broderick J, Khoury J, Flaherty M, Woo D, Alwell K, et al. The unchanging incidence and case-fatality of stroke in the 1990s: a population-based study. Stroke. 2006;37(10):2473-8.

Yamamoto FI. Ischemic stroke in young adults: an overview of etiological aspects. Arq Neuropsiquiatr. 2012;70(6):462-6.

George MG, Tong X, Kuklina EV, Labarthe DR. Trends in stroke hospitalizations and associated risk factors among children and young adults, 1995-2008. Ann Neurol. 2011;70(5):713-21.

Kissela BM, Khoury JC, Alwell K, Moomaw CJ, Woo D, Adeoye O, et al. Age at stroke: Temporal trends in stroke incidence in a large, biracial population. Neurology. 2012;79(17):1781-7.

Sultan S, Elkind MS. Stroke in young adults: on the rise? Neurology. 2012;79(17):1752-3.

Sultan S, Elkind MS. The Growing Problem of Stroke among Young Adults. Curr Cardiol Rep. 2013;15(12):421.

Putaala J, Metso AJ, Metso TM, Konkola N, Kraemer Y, Haapaniemi E, et al. Analysis of 1008 consecutive patients aged 15 to 49 with first-ever ischemic stroke: the Helsinki young stroke registry. Stroke. 2009;40(4):1195-203.

Organização Mundial da Saúde. CID 10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados a saúde. São Paulo Edusp; 1996

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica número 28. Indicadores Sociais Municipais: uma análise dos resultados do universo do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro2011.

Santa Catarina. Lei Complementar nº 495, de 26 de janeiro de 2010. Institui as Regiões Metropolitanas de Florianópolis, do Vale do Itajaí, do Norte/Nordeste Catarinense, de Lages, da Foz do Rio Itajaí, Carbonífera e de Tubarão.

Go AS, Mozaffarian D, Roger VL, Benjamin EJ, Berry JD, Borden WB, et al. Heart disease and stroke statistics--2013 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2013;127(1):e6-e245.

Prasad K, Singhal KK. Stroke in young: an Indian perspective. Neurol India. 2010;58(3):343-50.

Flegal KM, Carroll MD, Ogden CL, Curtin LR. Prevalence and trends in obesity among US adults, 1999-2008. JAMA. 2010;303(3):235-41.

Del Zotto E, Pezzini A, Giossi A, Volonghi I, Padovani A. Migraine and ischemic stroke: a debated question. J Cereb Blood Flow Metab. 2008;28(8):1399-421.

Bousser MG, Welch KM. Relation between migraine and stroke. Lancet Neurol. 2005;4(9):533-42.

Fromm A, Waje-Andreassen U, Thomassen L, Naess H. Comparison between Ischemic Stroke Patients <50 Years and ?50 Years Admitted to a Single Centre: The Bergen Stroke Study. Stroke Res Treat. 2011;2011:183256.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2011 : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Editora MS; 2012.

Cabral NL, Gonçalves AR, Longo AL, Moro CH, Costa G, Amaral CH, et al. Incidence of stroke subtypes, prognosis and prevalence of risk factors in Joinville, Brazil: a 2 year community based study. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2009;80(7):755-61.

Lisabeth LD, Diez Roux AV, Escobar JD, Smith MA, Morgenstern LB. Neighborhood environment and risk of ischemic stroke: the brain attack surveillance in Corpus Christi (BASIC) Project. Am J Epidemiol. 2007;165(3):279-87.

Cabral NL. Avaliação da incidência, mortalidade e letalidade por doença cerebrovascular em Joinville, Brasil: comparação entre o ano de 1995 e o período de 2005-6 [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Preventiva; 2008.

Zhang Y, Chapman AM, Plested M, Jackson D, Purroy F. The Incidence, Prevalence, and Mortality of Stroke in France, Germany, Italy, Spain, the UK, and the US: A Literature Review. Stroke Res Treat. 2012;2012:436125.

Giles MF, Rothwell PM. Measuring the prevalence of stroke. Neuroepidemiology. 2008;30(4):205-6.

Corso G, Bottacchi E, Giardini G, De la Pierre F, Meloni T, Pesenti Campagnoni M, et al. Community-based study of stroke incidence in the Valley of Aosta, Italy. CARe-cerebrovascular Aosta Registry: years 2004-2005. Neuroepidemiology. 2009;32(3):186-95.

Petrea RE, Beiser AS, Seshadri S, Kelly-Hayes M, Kase CS, Wolf PA. Gender differences in stroke incidence and poststroke disability in the Framingham heart study. Stroke. 2009;40(4):1032-7.

Pires SL, Gagliardi RJ, Gorzoni ML. Estudo das frequências dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral isquêmico em idosos. Arq Neuropsiquiatr. 2004;62(3B):844-51.

Rosamond WD, Folsom AR, Chambless LE, Wang CH, McGovern PG, Howard G, et al. Stroke incidence and survival among middle-aged adults: 9-year follow-up of the Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) cohort. Stroke. 1999;30(4):736-43.

Löfmark U, Hammarström A. Evidence for age-dependent education-related differences in men and women with first-ever stroke. Results from a community-based incidence study in northern Sweden. Neuroepidemiology. 2007;28(3):135-41.

Baillargeon JP, McClish DK, Essah PA, Nestler JE. Association between the current use of low-dose oral contraceptives and cardiovascular arterial disease: a meta-analysis. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(7):3863-70.

James AH, Bushnell CD, Jamison MG, Myers ER. Incidence and risk factors for stroke in pregnancy and the puerperium. Obstet Gynecol. 2005;106(3):509-16.

Hughes M, Lip GY, Guideline Development Group NCGfMoAFiPaSC, N.tional Institute for Health and Clinical Excellence. Stroke and thromboembolism in atrial fibrillation: a systematic review of stroke risk factors, risk stratification schema and cost effectiveness data. Thromb Haemost. 2008;99(2):295-304.

Liao Y, Greenlund KJ, Croft JB, Keenan NL, Giles WH. Factors explaining excess stroke prevalence in the US Stroke Belt. Stroke. 2009;40(10):3336-41.

Copstein L, Fernandes JG, Bastos GA. Prevalence and risk factors for stroke in a population of Southern Brazil. Arq Neuropsiquiatr. 2013;71(5):294-300.

Cabral NL, Longo A, Moro C, Ferst P, Oliveira FA, Vieira CV, et al. Education level explains differences in stroke incidence among city districts in Joinville, Brazil: a three-year population-based study. Neuroepidemiology. 2011;36(4):258-64.

Huang ZS, Chiang TL, Lee TK. Stroke prevalence in Taiwan. Findings from the 1994 National Health Interview Survey. Stroke. 1997;28(8):1579-84.

Moon JR, Kondo N, Glymour MM, Subramanian SV. Widowhood and mortality: a meta-analysis. PLoS One. 2011;6(8):e23465.

Va P, Yang WS, Nechuta S, Chow WH, Cai H, Yang G, et al. Marital status and mortality among middle age and elderly men and women in urban Shanghai. PLoS One. 2011;6(11):e26600.

Kissela BM, Khoury J, Kleindorfer D, Woo D, Schneider A, Alwell K, et al. Epidemiology of ischemic stroke in patients with diabetes: the greater Cincinnati/Northern Kentucky Stroke Study. Diabetes Care. 2005;28(2):355-9.

Downloads

Publicado

21/09/2016

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PERFIL DEMOGRÁFICO DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO (FLORIANÓPOLIS, SC) ENTRE OS ANOS 2001 E 2012. (2016). Arquivos Catarinenses De Medicina, 45(2), 43-58. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/75

Artigos Semelhantes

1-10 de 94

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.