TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA TOXOPLASMOSE OCULAR: uma revisão integrativa

Autores

  • Patricia Emanuella Ramos Marzola Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Rodrigo Vasconcelos Marzola Hospital Infantil Joana de Gusmão

Palavras-chave:

Coriorretinite. Toxoplasmose. Toxoplasmose ocular.

Resumo

Introdução: A toxoplasmose é uma infecção de distribuição cosmopolita, tendo como um dos principais achados a toxoplasmose ocular. Contudo, existem divergências quanto à eficácia dos tratamentos atualmente propostos. Objetivos: Revisar na literatura científica os tratamentos recomendados para retinocoroidite/corioretinite toxoplásmica. Métodos:  Foi realizada uma busca de artigos publicados nos bancos de dados MEDLINE e LILACS, utilizando os descritores “retinocoroidite”, “toxoplasmose” e “tratamento”, assim como as traduções para o inglês. Foram selecionados trabalhos publicados no período de 2010 a março de 2020. Obtiveram-se 612 resultados na busca, sendo 7 artigos elegíveis para avaliação integral. Os parâmetros analisados foram a melhora na acuidade visual corrigida, número de recorrências e efeitos adversos. Resultados: Todos os esquemas terapêuticos apresentaram melhora no valor da melhor acuidade visual corrigida, mas não foi evidenciado superioridade ao esquema gold standard ou ao placebo. A Trimetoprima e Sulfametoxazol apresentaram grande eficácia em evitar recorrência das lesões. O esquema tradicional (Pirimetamina, Sulfadiazina e Prednisolona) foi o único que apresentou efeitos adversos graves. Discussão: Nesta revisão, não foram encontradas evidências de que os tratamentos alternativos analisados são superiores ao esquema tradicional ou ao placebo quanto à melhora da acuidade visual. A Trimetoprima e Sulfametoxazol orais foram eficazes em evitar recorrência de novas lesões em um período de 3 anos. Recomenda-se sejam realizados novos ensaios clínicos randomizados com acompanhamento a longo prazo visando confirmar estas questões.

Biografia do Autor

  • Patricia Emanuella Ramos Marzola, Universidade do Sul de Santa Catarina
    Bióloga, especialista em Epidemiologia e Vigilâncias em Saúde, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Atua como professora conteudista e revisora de trabalhos acadêmicos.
  • Rodrigo Vasconcelos Marzola, Hospital Infantil Joana de Gusmão
    Médico pediatra e infectologista pediátrico. Atua no departamento de Infectologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão e no Controle de Infecção Hospitalar.

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Publicado

03/02/2021

Edição

Seção

Artigo de revisão

Como Citar

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA TOXOPLASMOSE OCULAR: uma revisão integrativa. (2021). Arquivos Catarinenses De Medicina, 49(4), 98-106. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/812

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