PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES COM DIFERENTES GRAUS DE OBESIDADE

Autores

  • Milena Delai Universidade Federal de Santa Catarina
  • Alexandre Hohl Universidade Federal de Santa Catarina
  • Emerson Leonildo Marques Universidade Federal de Santa Catarina
  • Mariangela Pimentel Pincelli Universidade Federal de Santa Catarina
  • Marcelo Fernando Ronsoni Universidade Federal de Santa Catarina
  • Simone van de Sande-Lee Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Obesidade. Ansiedade. Depressão. Índice de Massa Corporal.

Resumo

Introdução: A obesidade apresenta elevada prevalência e está associada ao aumento da morbidade e mortalidade. Vários estudos já identificaram impacto negativo da adiposidade em sintomas psicológicos, porém ainda se investiga a relação de causalidade entre estas afecções.

Objetivo: Determinar a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em pacientes com diferentes graus de obesidade.

Métodos: Estudo observacional transversal realizado entre 2016 e 2019 por meio da aplicação do questionário Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) em pacientes com obesidade.

Resultados: Foram incluídos 47 pacientes no estudo. 14 pacientes com obesidade grau 1 (G1) , 14 pacientes com obesidade grau 2 (G2) e 19 pacientes com obesidade grau 3 (G3). Do total, 37 eram mulheres (78,7%), com média de idade 43±10 anos, 110,6±27,7 kg e índice de massa corporal de 41,8±9,3 kg/m². Entre os participantes, 17 (36,2%) tinham sintomas de ansiedade, sendo 6 (42,9%) do G1, 6 (42,9%) do G2 e 5 (26,3%) do G3, (p=0,511). 16 pacientes (34%) tiveram sintomas depressivos, correspondendo a 5 (35,7%) pacientes no G1, 4 (28,6%) no G2 e 7 (36,8%) no G3, (p=0,874). Uma moderada correlação entre HADS-A e HADS-D foi constatada (r=0,654) (p<0,001).

Conclusão: Foram identificadas elevadas taxas de sintomas ansiosos e depressivos entre os pacientes avaliados, dados estes, superiores aos dados da população geral descrito na literatura. Entretanto, não foram identificadas diferenças entre os diferentes graus de obesidade quanto a prevalência de sintomas ansiosos ou depressivos.

Biografia do Autor

  • Milena Delai, Universidade Federal de Santa Catarina
    Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina
  • Alexandre Hohl, Universidade Federal de Santa Catarina

    Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina

    Serviço de Endocrinologia e Metabologia (HU-UFSC-Ebserh)

  • Emerson Leonildo Marques, Universidade Federal de Santa Catarina
    Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina
  • Mariangela Pimentel Pincelli, Universidade Federal de Santa Catarina

    Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina

    Serviço de Pneumologia (HU-UFSC-Ebserh)

  • Marcelo Fernando Ronsoni, Universidade Federal de Santa Catarina

    Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina

    Serviço de Endocrinologia e Metabologia (HU-UFSC-Ebserh)

  • Simone van de Sande-Lee, Universidade Federal de Santa Catarina

    Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Catarina

    Serviço de Endocrinologia e Metabologia (HU-UFSC-Ebserh)

Referências

World Health Organization. Obesity and overweight [Internet]. 2018. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight

Brasil M da SS de V em SD de A de S de SM da SS de G. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquerito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiro [Internet]. Brasilia Ministério da Saúde. 2019. 131 p. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2011_fatores_risco_doencas_cronicas

.pdf

Associação Brasileira para Estudo da Obesidade. Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. VI Diretrizes Bras Obesidade. 2016;186.

Brasil, Saúde M da. Vigitel Brasil 2016 [Internet]. 2017. 157 p. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2016_saude suplementar.pdf

World Health Organization. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates [Internet]. 2017. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2- eng.pdf;jsessionid=D709AC829966043314F48B0A5D9720AD?sequence=1

Jantaratnotai N, Mosikanon K, Lee Y, et al. The interface of depression and obesity. Obes Res Clin Pract [Internet]. 2017;11(1):1–10. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.orcp.2016.07.003

Guedes EP, Madeira E, Mafort TT, et al. Body composition and depressive/anxiety symptoms in overweight and obese individuals with metabolic syndrome. Diabetol Metab Syndr. 2013;5(1):1–5.

Jagielski AC, Brown A, Hosseini-Araghi M, et al. The association between adiposity, mental well-being, and quality of life in extreme obesity. PLoS One. 2014;9(3).

Review AS. Overweight, Obesity, and Depression. 2010;67(3):220–9.

Kuo W, Bratzke LC, Oakley LD, et al. The association between psychological stress and metabolic syndrome: A systematic review and meta?analysis. Obes Rev. 2019;(February):1–14.

World Health Organization. Depression [Internet]. 2018. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/depression

Tyrrell J, Mulugeta A, Wood AR, et al. Using genetics to understand the causal influence of higher BMI on depression. Int J Epidemiol. 2019;48(3):834–48.

Jorm AF, Korten AE, Christensen H, et al. Association of obesity with anxiety, depression and emotional well-being: A community survey. Aust N Z J Public Health. 2003;27(4):434–40.

Jolly M, Sequeira W, Block JA. Health and quality of life outcomes. Health Qual Life Outcomes. 2014;12(1):6–9.

Bjelland I, Dahl AA, Haug TT, et al. The validity of the Hospital Anxiety and Depression Scale: An updated literature review. J Psychosom Res. 2002;52(2):69–77.

Du Y, Liu B, Sun Y, et al. Trends in Adherence to the Physical Activity Guidelines for Americans for Aerobic Activity and Time Spent on Sedentary Behavior Among US Adults, 2007 to 2016. JAMA Netw Open. 2019;2(7): e197597.

Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, et al. Mental disorders in megacities: Findings from the São Paulo megacity mental health survey, Brazil. PLoS One. 2012;7(2).

Faro A. Confirmatory factor analysis and standardization of the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Psicol Teor e Pesqui. 2015;31(3):349–53.

Variables P. Prevalência de Ansiedade e Depressão em Pacientes Oncológicos e Identificação de Variáveis Predisponentes. 2016;62(4):321–8.

Guedes EP, Madeira E, Mafort TT, et al. Impact of a 6-month treatment with intragastric balloon on body composition and psychopathological profile in obese individuals with metabolic syndrome NCT01598233 NCT. Diabetol Metab Syndr. 2016;8(1):1–7.

Phillips CM, Perry IJ. Depressive symptoms, anxiety and well-being among metabolic health obese subtypes. Psychoneuroendocrinology [Internet]. 2015;62:47–53. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.psyneuen.2015.07.168

Saneei P, Esmaillzadeh A, Hassanzadeh Keshteli A, et al. Combined healthy lifestyle is inversely associated with psychological disorders among adults. PLoS One [Internet]. 2016;11(1):1–14. Available from: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0146888

Downloads

Publicado

03/02/2021

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES COM DIFERENTES GRAUS DE OBESIDADE. (2021). Arquivos Catarinenses De Medicina, 49(4), 86-97. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/877

Artigos Semelhantes

1-10 de 466

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)