NECESSIDADE E INTERCORRÊNCIAS DA SONDAGEM VESICAL EM PACIENTES SUBMETIDAS À CESARIANA SOB ANESTESIA SUBARACNOIDEA COM MORFINA
Palavras-chave:
Sondagem vesical, Cesariana, RaquianestesiaResumo
A cesariana tem tido um crescimento nos últimos anos, a anestesia subaracnoidea com a associação da morfina tem sido a técnica de escolha, levando a incidência de aproximadamente 3,2% a 24,1% de retenção urinária. O cateterismo vesical é utilizado em até 82% durante e após procedimento cirúrgico, aumentando o risco de infecção do trato urinário, que corresponde cerca de 35% a 80% de todas as infecções hospitalares. O objetivo do trabalho foi avaliar a necessidade e intercorrências associadas à sondagem vesical nas pacientes submetidas à anestesia subaracnoidea com morfina nas primeiras 24 horas pós- operatória. Trata-se de um estudo prospectivo, descritivo observacional, com 80 pacientes submetidas as anestesia subaracnoidea com morfina 80mcg e bupivacaína 12mg, divididas em dois grupos (40 pacientes do grupo A sem sonda vesical e 40 do grupo B com sonda vesical). No grupo A 80% das pacientes urinaram espontaneamente, num volume considerado por elas satisfatório. 20% delas necessitaram de sondagem de alívio. No grupo B, 58% urinaram espontaneamente em menos de 6 horas após a retirada da sonda, em grande quantidade. Não houve necessidade de ressondagem em nenhum dos grupos estudados. No grupo A 5% apresentaram dor a micção e 37% no grupo B. A queixa de dor ao deambular foi semelhante em ambos os grupos, maior intensidade no grupo B (38%). Conclui-se que o uso de cateter urinário está associado a mais efeitos colaterais, tal como dor a micção e a deambulação. No entanto, é necessário maiores estudos randomizado a fim de confirmar estes resultados.
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