TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA EM ADULTOS E IDOSOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 1998 A 2016

Autores

  • Gabriela Longhi Reiner Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Daniel Vignardi Prefeitura Município de São José (SC)
  • Fabiana Oenning Da Gama Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Márcia Regina Kretzer Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Bárbara Oenning Da Gama Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
  • Giovanna Grunewald Vietta Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Palavras-chave:

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Mortalidade. Tendência.

Resumo

Objetivo: Analisar a tendência temporal de mortalidade por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em adultos e idosos no Brasil no período de 1998 a 2016. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais de mortalidade por DPOC no Brasil. Dados obtidos do Sistema de Informação de Mortalidade, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Realizada análise estatística por regressão linear simples, p<0,05. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Tendência estacionária, com 58,44 óbitos/100.000 habitantes em 1998 e 59,25 óbitos/100.000 habitantes em 2016. O sexo masculino apresentou as maiores taxas, com 74,23/100.000 habitantes em 1998 e 70,42/100.000 habitantes em 2016, redução de 0,533 na taxa ao ano (p=0,006). Já, o sexo feminino apresentou tendência de mortalidade estacionária. No sexo masculino, tendência de redução da mortalidade a partir de 40 anos até 79 anos e, no feminino, na faixa etária entre 40-49 anos com decréscimo de 0,054 na taxa ao ano (p<0,01) demais faixas etárias com tendência estacionária. As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas no período (p<0,001). As demais regiões apresentaram tendência de aumento, sendo a região Nordeste a de maior incremento no período. Conclusões: Tendência estacionária de mortalidade geral por DPOC no Brasil. O sexo masculino apresentou maiores taxas de mortalidade e tendência de redução. No sexo feminino, as taxas tendem à estabilidade. As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de mortalidade com as maiores reduções, as demais regiões apresentaram tendência de aumento no período analisado.

Biografia do Autor

  • Gabriela Longhi Reiner, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Doutoranda do Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil.
  • Daniel Vignardi, Prefeitura Município de São José (SC)
    Médico Generalista – ESF Prefeitura Municipal de São José (SC)
  • Fabiana Oenning Da Gama, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Enfermeira. Mestre em Psicopedagogia. Docente dos cursos de Graduação em Medicina e Enfermagem. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil.
  • Márcia Regina Kretzer, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil.
  • Bárbara Oenning Da Gama, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
    Discente do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil.
  • Giovanna Grunewald Vietta, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

    Biomédica. Phd em Ciências Médicas. Docente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. 

Referências

World Health Organization – WHO, 2017 [Internet]. World Health Statistics 2017: Monitoring health for the SDGs [acesso em 2017 ago 5]. Disponível em: http://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/2017/en/.

Organização das Nações Unidas – ONU, 2014. [Internet]. Mundo terá 2 bilhões de idosos em 2050; OMS diz que envelhecer bem deve ser prioridade global. [acesso em 2017 ago 8]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/mundo-tera-2-bilhoes-de-idosos-em-2050-oms-diz-que-envelhecer-bem-deve-ser-prioridade-global/.

Ministério da Saúde (Brasil). Diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência. Brasília, Ministério da Saúde; 2008.

World Health Organization – WHO, 2014. Global Status Report on Noncommunicable Diseases [acesso em 2017 ago 11]. Disponível em: www.who.int/nmh/publications/ncd-status-report-2014/en/.

Malta Deborah Carvalho, Silva Jr Jarbas Barbosa da. O plano de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2013 [acesso em 2017 ago 11]; 22(1): 151-64. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742013000100016&lng=pt.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Perfil da morbimortalidade por doenças respiratórias crônicas no Brasil, 2003 a 2013. Brasília, 2016; 47(19):1-9.

Malta DC, Moura L, Prado RR, et al. Mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e suas regiões, 2000 a 2011. Epidemiol Serv Saúde. 2014; 23(4):599-608.

Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease – GOLD. Bethesda: GOLD Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of COPD. 2017;1-2.

Moran AM, Forouzan MH, Roth G, et al. The global burden of isquemic heart disease in 1990 and 2010: the global burden of disease 2010 study. American Heart Association, 2014; 129(14): 1493–501.

Bárbara C, et al. Prevalência da doença pulmonar obstrutiva crónica em Lisboa, Portugal: estudo Burden of Obstructive Lung Disease. Rev Port Pneumol, 2013. [acesso em 2017 ago 13]. Disponível em www.revportpneumol.org

Associação Latino-Americana de Tórax – ALAT. Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar. Estudo PLATINO, 2003. [acesso em 2017 ago 06]. Disponível em: www.platino-alat.org/docs/livro_platino_pt.pdf

Ministério da Saúde (Brasil). DATASUS. Brasília, 2014. [acesso em 2017 ago 23]. Disponível em: www.datasus.gov.br.

Vestbo J, Hurd SS, Agusti AG, et al. Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: GOLD executive summary. Am J Respir Crit Care Med 2013; 187(4): 347-65.

Donaldson GC, Wilkinson TM, Hurst JR, et al. Exacerbations and time spent outdoors in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med. 2005;171(5):446-52.

Ford ES, Croft JB, Mannino DM, et al. COPD Surveillance – United Stades, 1999-2011. CHEST. 2013; 144(1):284-305.

Lykkegaard J, Sondergaard J, Kragstrup J, et al. All Danish first-time COPD hospitalisations 2002-2008: Incidence, outcome, patients, and care. Respiratory Medicine. 2012;106: 549-56.

Burney PG, Patel J, Newson R, Minelli C, et al. Global and regional trends in COPD mortality, 1990–2010. Eur Respir J. 2015; 45:1239–47.

Doucet M, Rochette L, Hamel D. Incidence, Prevalence, and Mortality Trends in Chronic Obstructive Pulmonary Disease over 2001 to 2011: A Public Health Point of View of the Burden. 2016:1–10.

Graudenz Gustavo Silveira, Gazotto Gabriel Pereira. Tendências de mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica no Brasil. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet]. 2014 junho [acesso em 2018 nov 02]; 60 (3): 255-61. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302014000300255&l ng=en.

José Bruno Piassi de São, Corrêa Ricardo de Amorim, Malta Deborah Carvalho, et al . Mortalidade e incapacidade por doenças relacionadas à exposição ao tabaco no Brasil, 1990 a 2015. Rev. bras. epidemiol. [Internet]. 2017 [acesso em 2018 nov 01]; 75-89. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X 2017000500075&lng=en.

Campos HS. Mortalidade por DPOC no Brasil, 1980-1998. Pulmão RJ 2003; 12(4):217–25. PubMed PMID: 401665.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. Presença do Estado no Brasil: Federação, suas Unidades e Municipalidades, 2009. [acesso em 2018 out 28]. Disponível em:http://www.ipea.gov.br/presenca/index.php?option=com_ content&view=article&id=13&Itemid=12

American Lung Association. Trends in COPD (Chronic Bronchitis and Emphysema): Morbidity and Mortality. 2013; 1-23.

Soriano JB, Maier WC, Egger P, et al. Recent trends in physician diagnosed COPD in women and men in the UK. Thorax 2000;55:789-94.

Crestani, Gabriela. Análise do Perfil de Mortalidade por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica no Município de Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, Ago. 2011.

Rosenberg SR, Kalhan R, Mannino DM. Epidemiology of chronic obstructive pulmonary disease: prevalence, morbidity, mortality, and risk factors. Semin Respir Crit Care Med. 2015;36:457–69.

Erbas B, Ullah S, Hyndman RJ, et al. Forecasts of COPD mortality in Australia: 2006–2025. BMC Med Res Methodol. 2012.

Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas: Brasil, grandes regiões e unidades da federação [Internet]. 2014 [acesso em 2018 out 01]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013/default

Ni H XJ. COPD-related mortality by sex and race among adults aged 25 and over: United States, 2000-2014. NCHS Data Brief 2016;256.

Lopez-Campos JL, Hartl S; Pozo-Rodriguez F , et al. Variabilidade dos recursos hospitalares para o tratamento agudo de pacientes com DPOC: a European COPD Audit . Eur Respir J 2014;43:754-62 .

Fuhrman C, Jougla E, Nicolau D, et al. Deaths from chronic obstructive pulmonary disease in France, 1979–2002: a multiple cause analysis. Thorax 2006; 61:930–34.

Torres K, Cunha M, Valente J. Tendências de mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, 1980-2014. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2018 [acesso em 2018 out 02]; 27(3):e2017139.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci _arttext&pid=S2237-962220 18000300304&lng=pt.

Jardim, J. R., & Nascimento, A. O. Epidemiologia, impacto e tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no Brasil. 2007. Revista Racine, 101, 32–47.

Lombardi EM, Prado GF, Santos UP, et al. Women and smoking: Risks, impacts, and challenges. J Bras Pneumol. 2011; 37(1):118-28.

Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL. Estimativas sobre frequência e distribuição sócio-demográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no distrito federal em 2017. 2018; 1-132.

World Health Organization. WHO, 2018. Global Report on the Trends in Prevalence of tobacco smoking 2000-2015. 1-121.

Epidemiologia e Serviços de Saúde. Vol 27 no. 3. Brasília 2018. Epub. 21, Set, 2018. http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742018000300013.

Downloads

Publicado

26/12/2019

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA EM ADULTOS E IDOSOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 1998 A 2016. (2019). Arquivos Catarinenses De Medicina, 48(4), 62-74. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/523

Artigos Semelhantes

1-10 de 221

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)