ANÁLISE TEMPORAL DA RELAÇÃO ENTRE LEPTOSPIROSE, NÍVEIS PLUVIOMÉTRICOS E SAZONALIDADE, NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL, 2005-2015

Autores

  • João Ghizzo Filho
  • Paulo Fontoura Freitas
  • Nazaré Otília Nazário
  • Gustavo de Araújo Pinto
  • Rodrigo Dias Nunes Universidade do Sul de Santa Catarina http://orcid.org/0000-0002-2261-8253
  • Aline Daiane Schlindwein

Palavras-chave:

Leptospirose. Zoonose. Incidência Temporal.

Resumo

O objetivo do estudo é analisar a tendência temporal da incidência de leptospirose, de acordo com índices pluviométricos na Região da Grande Florianópolis, conforme sazonalidade - 2005 a 2015. Trata-se de estudo ecológico de séries temporais, com dados de leptospirose, índices pluviométricos e população. Foram analisadas taxas de incidência de leptospirose, excesso relativo da incidência, coeficiente de correlação de Pearson (r), coeficiente angular (), a partir do ajuste da regressão linear, com nível de significância de 5%. Apresenta distribuição dos casos de leptospirose, índices pluviométricos e razão casos/índices pluviométricos, estratificados por mês de ocorrência. Foram registrados 1.001 casos de leptospirose, média mensal de 83 casos, com variação de 43, nos meses de agosto, a 146, nos meses de fevereiro. A taxa média de leptospirose foi 8,24/100 mil habitantes. O índice pluviométrico médio foi 154,83 mm, os índices mais baixos ocorreram nos meses de junho, média de 99,48 mm, e, os mais elevados nos meses de janeiro, média de 226,16 mm. Uma correlação positiva entre taxas de leptospirose e níveis pluviométricos, ao longo do período, janeiro a dezembro (r=0,64; p=0,003), aponta para associação temporal positiva entre quantidade de chuva e casos da doença. A doença ocorreu o ano todo e apresentou nítida sazonalidade no período de outubro a março.

Referências

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Leptospirose: diagnóstico e manejo clínico. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.

Souza VMM, Arsky MLNS, Castro APB, Araújo WN. Anos potenciais de vida perdidos e custos hospitalares da leptospirose no Brasil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):1001-08.

Guimarães RM, Cruz OG, Parreira VG, Mazoto ML, Vieira JD, Asmus CIRF. Análise temporal da relação entre leptospirose e ocorrência de inundações por chuvas no município do Rio de Janeiro, Brasil, 2007-2012. Cien Saúde Colet. 2014;19(9):3683-92.

Lau CL, Smythe LD, Craig SB, Weinstein P. Climate change, flooding, urbanisation and leptospirosis: fuelling the fire? Trans R Soc Trop Med Hyg. 2010;104(10):631-8.

Organización Mundial de la Salud, Organización Panamericana de la salud y sociedad internacional de Leptospira, Leptospirosis humana: guía para el diagnóstico, vigilancia y control, 2008, ISSN 0101-6970 http://www.med.monash.edu.au/microbiology/staff/adler/guia-esp.pdf.

Picardeau M. Diagnosis and epidemiology of leptospirosis. Med Mal Infect.

;43(1):1-9.

Ministério da Saúde (Brasil). Portaria no 1.461, de 22 de Dezembro de 1999. Lista nacional de doenças de notificação compulsória - SciELO. [Internet] Brasília; 1999.[Acesso em 2018 Jun 12]. Disponível em: scielo.iec.gov.br/pdf/iesus/v9n1/v9n1a06.pdf

Oliveira TVS, Marinho DP, Costa Neto C, Kligerman DC. Variáveis climáticas, condições de vida e saúde da população: a leptospirose no município do Rio de Janeiro de 1996 a 2009. Cien Saúde Colet. 2012;17(6):1569-76.

Diament D, Lomar AV, Brito T. Leptospiroses. In: Veronesi R, Fogaccia R, editores. Tratado de infectologia. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Atheneu; 2015. p.1519-35.

Damasco PV, Menezes VM, Friedrich AW. Leptospirose. In: Tavares W, Marinho LAC, editores. Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. 4. ed. São Paulo: Atheneu; 2015. p. 753-60.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, p.705, 2017. portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/outubro/06/Volume-Unico-2017.pdf

Vijayachari P, Sugunan AP, Sriram AN. Leptospirosis: an emerging global public health problem. J Biosci. 2008. Nov; 33(4):557-69.

Pelissari DM, Elkhoury ANSM, Arsky MLNS, Nunes ML. Revisão sistemática dos fatores associados à leptospirose no Brasil, 2000-2009. Epidemiol Serv Saúde. 2011;20(4):565-74.

Lehmann JS, Matthias MA, Vinetz JM, Fouts DE. Leptospiral Pathogenomics. Pathogens [Internet] 2014 Jan [Acesso em 2016 Jun 30];2(3):280–308. Disponível em: http://www.mdpi.com/journal/pathogens doi:10.3390/pathogens3020280.

Barcellos C, Monteiro A M V, Corvalán C, Gurgel H C, Carvalho M S, Artaxo P, Hacon S, Ragoni V. Climatic and environmental changes and their effect on infectious diseases: scenarios and uncertainties for Brazil. Epidemiol Serv Saúde. 2009; 18(3):285-304.

Vasconcelos CH, Fonseca FR, Lise MLZ, Arsky MLNS. Fatores ambientais e socioeconômicos relacionados à distribuição de casos de leptospirose no Estado de Pernambuco, Brasil, 2001-2009. Cad Saúde Colet. 2012;20(1):49-56.

Governo do Estado de Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde. Informações em Saúde. [Internet]. [Acesso em 2017 Ago 6]. Disponível em: www.cosemssc.org.br/wp-content/.../05/DELIBERACAO-457-CIB-08-11-12_.doc

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estados: Santa Catarina [Internet]. [Acesso 2018 Abr 6]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=sc.

Gaynor PE, Kirkpatrick RC. Introduction to time series modeling and forecasting in business and economics. New York: McGraw-Hill; 1994.

Costa F, Hagan JE, Calcagno J, Kane M, Torgerson P, et al. Global morbidity and mortality of leptospirosis: a systematic review. Plos Negl Trop Dis. 2015; 9(9): e0003898.

Segurado AC, Cassenote AJ, Luna EA. Saúde nas metrópoles - Doenças infecciosas. Estudos Avançados [Internet] 2016 [acesso em 2016 Jul 02];30(86):29-49. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142016.00100003.

Dutra FRLS, Valadão RC, Confalonieri UE, Müller GV, Quadro MFL. The influence of rainfall variability in default distribution of cases leptospirosis in general Minas Gerais, the period 1998 – 2012. Hygeia, 2015;11(20): 106-126.

Buzzar MR. Perfil epidemiológico da leptospirose no estado de São Paulo no período de 2007 a 2011. In: Anais da 1ª Conferência Internacional em Epidemiolo¬gia. 2012; São Paulo.

Basso LA, Righi R. Cases of hepatitis a and leptospirosis in the municipality of Porto Alegre – RS between the years 2007 to 2011. Hygeia. 2015; 11(20): 66-84.

Talarico DC, Leptospirose e Pluviosidade: uma análise na cidade de Salvador-BA. In: Jornada de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2013; Salvador, Bahia.

Lima RJS, Abreu EMN, Ramos FLP, Santos RD, Santos DD, Santos FAA, et al. Análise da distribuição espaço-temporal da leptospirose humana em Belém, Estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amaz Saúde. 2012; 3(2):33-40.

Coelho MZS, Massad E. The impact of climate on Leptospirosis in São Paulo, Brazil. Int J Biometeorology. 2012; 56(5): 233-41.

Mottola C, Alho AM, Rafael T, Gonçalves T, Seixas R. Leptospirose em Portugal: Situação actual e importância das medidas de controlo no contexto da Saúde Pública. REDVET. 2015; 16(2):1-16. Disponible en: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=63641398004. Fecha de consulta: 9 de julho de 2017.

Oliveira HH, Rodrigues MAM, Santos IS, Francischetti CN. Perfil epidemiológico e socioeconômico da ocorrência de casos de leptospirose em municípios da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil. Enciclopédia Biosfera. 2016; 13(23); 1479-91.

Gonçalves NV, Araújo EN, Sousa Júnior AS, Miranda CSC, Campos PSS, Matos MWS, Palácios VRCM. Leptospirosis space-time distribution and risk factors in Belém, Pará, Brazil. Ciência & Saúde Coletiva. 2016; 21(12):3947-55.

Souza AAT, Ferreira FC, Rezende HD, Arruda JFL, Paula Macêdo da Silva Eça PMS. Variação sazonal e aspectos clínico-epidemiológicos da leptospirose humana na cidade de Itaperuna-RJ. Acta Biomédica. 2013; 4(1):49-56.

Pereira CAR, Barata MML, Costa Neto C, Monteiro GTR. Leptospirosis trend and seasonality in Brazil: statistical analysis of notified cases between 2008 and 2012. Rev Saúde e Pesquisa. 2014; 7(3): 395-402.

Downloads

Publicado

01/10/2018

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

ANÁLISE TEMPORAL DA RELAÇÃO ENTRE LEPTOSPIROSE, NÍVEIS PLUVIOMÉTRICOS E SAZONALIDADE, NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL, 2005-2015. (2018). Arquivos Catarinenses De Medicina, 47(3), 116-132. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/457

Artigos Semelhantes

1-10 de 61

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>