HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA: FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO

Autores

  • Cristina Reuter Universidade Federal de Santa Catarina
  • José de Souza Hospital Infantil Joana de Gusmão - HIJG
  • Rosemeri Maurici Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Palavras-chave:

Hérnia diafragmática. Recém-nascido. Mortalidade perinatal. Sobrevida.

Resumo

Analisar a associação de mortalidade com variáveis clínicas, antropométricas e sociodemográficas em recém-nascidos (RN) com hérnia diafragmática congênita. Estudo em fonte de dados secundária de 1995 a 2015, em um serviço de cirurgia pediátrica de referência do sul do Brasil. O óbito foi a variável dependente. Para verificar a associação das variáveis com o óbito foi utilizado o teste qui-quadrado em um nível de significância de 5%. Dos 70 pacientes analisados, 53 (75,7%) nasceram a termo, 42 (60%) eram do sexo masculino e 57 (81,4%) apresentaram peso adequado. O diagnóstico pré-natal foi realizado em 29 (41,4%). Quatorze (20%) tiveram Apgar ? 3 no 1° minuto e destes, 10 (14,3%) evoluíram para óbito (p=0,03). Foram operados 57 RN (81,4%) e 13 (18,6%) não apresentaram condições clínicas. Dos operados, 57 (100%) foram submetidos à laparotomia subcostal esquerda, 26 (45,6%) foram operados nas primeiras 24 horas e 24 (42,1%) apresentaram o fígado no tórax. Sobreviveram no pós-operatório 38 pacientes (66,7%), 2 (3,5%) recidivaram e 6 (10,5%) necessitaram de tela. A hérnia de Bochdalek à esquerda foi a mais frequente em 60 RN (85,7%), 9 (12,9%) tiveram cardiopatia e 17 (24,3%) outras malformações. O óxido nítrico inalatório (ONi) foi utilizado em 24 RN (34,3%) e 16 destes (22,9%) evoluíram para óbito (p=0,01). Dos 33 (47,1%) que apresentaram barotrauma, 21 (30%) não sobreviveram (p=0,004). As variáveis Apgar ? 3 no 1° minuto, hipertensão pulmonar com necessidade de ONi e barotrauma, foram preditoras para a mortalidade. 

Biografia do Autor

  • Cristina Reuter, Universidade Federal de Santa Catarina
    Mestra em Cuidados Intensivos e Paliativos pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
  • José de Souza, Hospital Infantil Joana de Gusmão - HIJG

    Chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão

    Doutorado em Técnicas Operatórias e Cirurgia Experimental, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Brasil. 

  • Rosemeri Maurici, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

    Doutorado em Pneumologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil.

    Professora do Metrado Profissionalizante em Cuidados Intensivos e Paliativos

Referências

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Publicado

25/03/2019

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA: FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO. (2019). Arquivos Catarinenses De Medicina, 48(1), 82-93. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/388

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