FATORES ASSOCIADOS AOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS MODERADOS E TARDIOS NO PERÍODO NEONATAL

Autores

  • Yasmin Jaime Prazeres UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina

Palavras-chave:

Recém-nascido Prematuro. Pré-termo. Desconforto Respiratório

Resumo

Objetivo: Identificar os fatores associados aos distúrbios respiratórios em recém-nascidos prematuros moderados e tardios no período neonatal. 

Método: Estudo caso-controle realizado com 370 recém-nascidos (RN) entre 32 a 36 semanas e 6 dias de idade gestacional (IG) internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, e suas respectivas mães, sendo que 185 RN (casos) apresentaram algum distúrbio respiratório e 185 não (controles). As informações foram extraídas de prontuários físicos e eletrônicos. Foram utilizados razão de chances (Odds Ratio – OR) bruta e ajustada, valor de ? 0,05 e IC 95%.

Resultados: Encontrou-se maior chance de distúrbio respiratório entre os pré-termos com os seguintes fatores: peso ao nascer <2500g (p=0,03; ORa = 1,69; IC95%: 1,051-2,746), reanimação na sala de parto (p=<0,0001; ORa = 3,73; IC95%: 1,974-7,051), canal arterial patente (p=0,001; ORa = 5,77; IC95%: 2,074-16,058) e APGAR no 1º minuto <7 (p=0,01; ORa = 3,36; IC95%: 1,328-8,528). Idade materna >35 anos, sexo masculino do RN e via de parto cesáreo não mantiveram associação após a análise ajustada.

Conclusões: Baixo peso ao nascer, reanimação na sala de parto, canal arterial patente e APGAR no 1º minuto <7 são fatores de risco independentes associados a distúrbios respiratórios em RNPT moderados e tardios no período neonatal. Assim sendo, torna-se indispensável a prevenção de nascimentos prematuros moderados e tardios de forma deliberada, além da execução de práticas de saúde direcionadas a estes pacientes, de forma a evitar morbidades comuns neste grupo.

Biografia do Autor

  • Yasmin Jaime Prazeres, UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina
    Distúrbios respiratórios em recém-nascidos prematuros (neonatologia).

Referências

Moraes CL, Reichenheim ME. Validade do exame clínico do recém-nascido para a estimação da idade gestacional: uma comparação do escore New Ballard com a data da última menstruação e ultra-sonografia. Cad Saúde Pública. 2000;16(1):83-94.

Goldenberg RL, Gravett MG, Iams J, Papageorghiou AT, Waller SA, Kramer M, et al. The preterm birth syndrome: Issues to consider in creating a classification system. Am J Obstet Gynecol. 2012;206(2):113-8.

Gonzaga ICA, Santos SLD, Silva ARV, Campelo V. Atenção pré-natal e fatores de risco associados à prematuridade e baixo peso ao nascer em capital do nordeste brasileiro. Cien Saude Colet. 2016;21(6):1965-74.

Almeida T, Lins R, Camelo A, Mello D. Investigação sobre os Fatores de Risco da Prematuridade: uma Revisão Sistemática. Rev Bras Ciências da Saúde. 2013;17(3):301-8.

Howson CP, Kinney M V, McDougall L, Lawn JE. Born Too Soon: preterm birth matters. Reprod Health. 2013;10:S1.

Dooley EK, Ringler RL. Prenatal Care: Touching the Future. Primary Care-Clinics in Office Practice. 2012;(39):18-37.

De Oliveira LL, Gonçalves AC, da Costa JSD, Bonilha ALL. Maternal and neonatal factors related to prematurity. Rev Esc Enferm USP. 2016;50(3):382-9.

World Health Organization. Survive and thrive: transforming care for every small and sick newborn. Key findings. 2018;(18.11).

Montano, F. A rotina com um prematuro. Rev Extra. 2017;7513(2):8.

Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde – 2017 [Acesso em 29 de setembro de 2019] Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def

Krey FC, Gomes JS, Benetti ERR, da Cruz CT, Stübe M, Stumm EMF. Alterações respiratórias relacionadas à prematuridade em terapia intensiva neonatal. Rev Rene. 2016;17(6):766-73.

Granzotto JA, da Fonseca SS, Lindemann FL. Fatores relacionados com a mortalidade neonatal em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal na região Sul do Brasil. Rev AMRIGS. 2012;56(1):57-62.

Utyama JA, Rompinelli VO, Freitas NMM, Dantas EO, Rullo VEV. Intercorrências respiratórias em recém-nascidos prematuros de baixo peso. Rev UNILUS Ens e Pesq. 2016;13(30):64-74.

Armanian AM, Barekatain B, Sohrabi F, Salehimehr N, Mansourian M. The prevalence of complications of prematurity among 1000 newborns in Isfahan, Iran. Adv Biomed Res. 2019;8:12.

Costa RS, Caldevilla DE, Gallo PR, Sena BF, Leone C. Incidência e características dos recém-nascidos de peso insuficiente de uma coorte de neonatos de um hospital público regional de área metropolitana. J. Hum Growth and Dev. 2013;23(2):238-44.

Moreira AIM, Sousa PRM, Sarno F. Baixo peso ao nascer e seus fatores associados. Einstein (São Paulo). 2018;16(4):1-6.

Bashir A, Bird B, Wu L, Welles S, Taylor H, Anday E, et al. Neonatal outcomes based on mode and intensity of delivery room resuscitation. Journal of Perinatology. 2017;37(10):1-5.

Gonzaga ICA, Santos SLD, Silva ARV, Campelo V. Atenção pré-natal e fatores de risco associados à prematuridade e baixo peso ao nascer em capital do nordeste brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva. 2016;21(6):1965-74.

O’Donnell CPF, Schmölzer GM. Resuscitation of Preterm Infants. Delivery Room Interventions and Their Effect on Outcomes. Clin Perinatol. 2012;39(4):857-69.

Hamrick SEG, Hansmann G. Patent ductus arteriosus of the preterm infant. Pediatrics. 2010;125(5):1020-30.

Hundscheid T, van den Broek M, van der Lee R, Boode WP. Understanding the pathobiology in patent ductus arteriosus in prematurity - beyond prostaglandins and oxygen. Pediatric Research. 2019;86:28-38.

Schmidt B, Roberts RS, Fanaroff A, Davis P, Kirpalani HM, Nwaesei C, et al. Indomethacin prophylaxis, patent ductus arteriosus, and the risk of bronchopulmonary dysplasia: further analyses from the Trial of Indomethacin Prophylaxis in Preterms (TIPP). J Peadiatr. 2006;148(6):730-4.

Härkin P, Marttila R, Pokka T, Saarela T, Hallman M. Morbidities associated with patent ductus arteriosus in preterm infants. Nationwide cohort study. The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine. 2017;31(19):2576-83.

Margotto PR, Perdigão WB, Pogue HB. Protocolo para persistência do canal arterial. Rev Med Saude Brasilia. 2015;4(3):379-93.

Nies?uchowska-Hoxha A, Cnota W, Czuba B, Ruci A, Ciaciura-Jarno M, Jagielska A, et al. A Retrospective Study on the Risk of Respiratory Distress Syndrome in Singleton Pregnancies with Preterm Premature Rupture of Membranes between 24+0 and 36+6 Weeks, Using Regression Analysis for Various Factors. BioMed Research International. 2018;1-6.

Suga S, Yasuhi I, Aoki M, Nomiyama M, Kubo N, Kawakami K, et al. Risk factors associated with respiratory disorders in late preterm infants. The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine. 2015;29(3)447-51.

Wennergen M, Krantz M, Hjalmarson O, Karlsson K. Low Apgar score as a risk factor for respiratory disturbances in the newborn infant. J Perinat Med. 1987;15(2)153-60.

Malloy MH. Impact of Cesarean Section on Intermediate and Late Preterm Births: United States, 2000–2003. BIRTH. 2009;36(1):26-33.

Seaborn T, Simard M, Provost PR, Piedboeuf B, Tremblay Y. Sex hormone metabolism in lung development and maturation. Trends in Endocrinology and Metabolism. 2010;21(12):729-38.

Carey MA, Card JW, Voltz JW, Arbes SJ, Germolec DR, Korach KS, et al. It’s all about sex: gender, lung development and lung disease. Trends in Endocrinology and Metabolism. 2007;18(8):308-13.

Downloads

Publicado

15/07/2022

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

FATORES ASSOCIADOS AOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS MODERADOS E TARDIOS NO PERÍODO NEONATAL. (2022). Arquivos Catarinenses De Medicina, 50(4), 28-39. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/870

Artigos Semelhantes

1-10 de 102

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.