CÂNCER DE COLO ÚTERO
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM SANTA CATARINA
Palavras-chave:
Câncer de colo de útero, Exame citopatológico, Perfil epidemiológicoResumo
INTRODUÇÃO: De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o Câncer de Colo de Útero (CCU) configura-se como o terceiro câncer mais comum entre as mulheres no país. Trata-se, portanto, de um problema de saúde pública, cuja identificação precoce se dá através da realização do exame citopatológico. Tendo em vista o fato de que durante o período da pandemia global de Covid-19 (2020-2022) houve suspensão na realização do exame, e após o período crítico, o medo da contaminação, falta de insumos e recursos humanos dificultaram a retomada do serviço (Kaufmann et al, 2023), tal fato culminou em um diagnóstico mais tardio. Diante desse contexto, é de grande relevância discutir a epidemiologia da CCU pós-pandemia. METODOLOGIA: Trata-se de um trabalho retrospectivo do tipo transversal. Utilizou-se o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), disponível no banco de dados do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – SUS). A partir desse, analisou-se a incidência, prevalência e mortalidade entre os anos de 2013-2023, dos subtipos de CCU identificados. RESULTADOS: Foram analisados os dados de incidência e mortalidade de carcinoma in situ de colo de útero e adenocarcinoma invasor, no período entre janeiro de 2013 e dezembro de 2023, em Santa Catarina. Durante o período, foram registrados 4808 casos da doença, com aumento progressivo ao longo dos anos, iniciando com 6 casos registrados no ano de 2013, até 849 casos em 2023. O ano de 2022 apresentou o maior crescimento em número de casos, com 214 casos a mais que em 2021. Do mesmo modo, o ano de 2020 apresentou a maior redução no registro de casos. A cidade com mais registros no período é Itajaí (544 casos), seguido de Blumenau (504 casos), e Florianópolis (461 casos). Em relação ao grau histológico, 96,8% dos casos correspondem ao carcinoma in situ, e 3,2% correspondem ao adenocarcinoma invasor. Foram registrados 929 óbitos no período, com taxa de letalidade de 19,32%. CONCLUSÃO: A redução do número de casos em 2020 provavelmente está relacionada à pandemia de Covid-19; também pode se observar que a incidência de casos aumenta a cada ano, o que mostra a necessidade de realizar educação em saúde, campanhas sobre a importância do exame citopatológico e da vacina contra o HPV.
Referências
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Dados e números sobre câncer do colo do útero:
Relatório anual 2023. Rio de Janeiro: INCA, 2023.
KAUFMANN, L. C. et al.. Repercussões da pandemia de COVID-19 no exame preventivo de câncer de colo uterino: percepção de enfermeiros. Escola Anna Nery, v. 27, p. e20220401, 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Informações de Saúde (TABNET). Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em: 30 ago. 2024
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