PERFIL ANTROPOMÉTRICO E CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Autores

  • Cristiane Souto Almeida Universidade Estadual do Ceará
  • Ana Luiza de Rezende Ferreira Mendes Universidade Estadual do Ceará
  • Ana Carolina Montenegro Cavalcante Universidade Estadual do Ceará
  • Soraia Pinheiro Machado Arruda Universidade Estadual do Ceará
  • Francisco Regis da Silva Universidade Estadual do Ceará
  • Lusyanny Parente Albuquerque Centro Universitário Estacio do Ceará

Palavras-chave:

Lúpus Eritematoso Sistêmico. Consumo alimentar. Estado nutricional.

Resumo

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune de etiologia desconhecida, na qual ocorre uma falha no sistema imunológico, tornando-o reativo ao próprio organismo. Os pacientes acometidos pela doença têm um estado nutricional complicado, com altos índices de excesso de peso e risco aumentado de desenvolver doenças metabólicas, também há relatos na literatura sobre deficiência de ferro devido à anemia por doença autoimune, Vitamina D e cálcio, resultante da alta ingestão de corticosteroides por longos períodos que impedem a absorção que a longo prazo podem acarretar graves deficiências. Objetivo: Traçar o perfil antropométrico e consumo alimentar de mulheres com lúpus eritematoso sistêmico. Metodologia: Estudo de natureza quantitativo-descritivo com delineamento transversal. Participaram do estudo 40 mulheres adultas portadoras de LES, com idade de 19 a 59 anos. Foi realizada avaliação antropométrica com dados de peso e altura para o cálculo do Índice de Massa Corpórea e Circunferência abdominal. Avaliação do consumo alimentar foi realizada pelo recordatório de 24 horas, quantificando-se e classificando-se os macronutrientes e micronutrientes. A análise estatística foi realizada pelo teste de Qui-Quadrado, considerando estatisticamente significantes as análises com p<0,05. Resultados: O estudo avaliou 40 mulheres com idade média de 34 anos, houve alta prevalência de excesso de peso, 60%, relacionando-se com o consumo calórico, e 90% das pacientes apresentaram circunferência abdominal aumentada. Evidenciou-se baixo consumo de micronutrientes em comparação ao que é recomendado pela literatura. Conclusão: O excesso de peso é frequente no LES e está estritamente relacionado com o consumo alimentar hipercalórico. A circunferência abdominal elevada relacionou-se com o excesso de peso, pois, 100% dos que tinham excesso de peso, apresentaram também circunferência abdominal aumentada.

Biografia do Autor

  • Cristiane Souto Almeida, Universidade Estadual do Ceará

    Bacharelado em Nutrição - Centro Universitário Estácio do Ceará

    Pòs-Graduanda em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada - IVESP

    Mestranda em Saúde Coletiva - Universidade Estadual do Ceará

  • Ana Luiza de Rezende Ferreira Mendes, Universidade Estadual do Ceará
    Doutoranda em Saúde Coletiva - Universidade Estadual do Ceará
  • Ana Carolina Montenegro Cavalcante, Universidade Estadual do Ceará
    Doutoranda em Saúde Coletiva - Universidade Estadual do Ceará
  • Soraia Pinheiro Machado Arruda, Universidade Estadual do Ceará
    Professora Titular do Curso de Bacharelado em Nutrição - Universidade Estadual do Ceará
  • Francisco Regis da Silva, Universidade Estadual do Ceará
    Mestrando em Saúde Coletiva - Universidade Estadual do Ceará
  • Lusyanny Parente Albuquerque, Centro Universitário Estacio do Ceará
    Nutricionista Residente em Saúde da Mulher e da Criança (MEAC/UFC).

Referências

CARTILHA DE REUMATOLOGIA – Sociedade Brasileira de Reumatologia – Autoria de Comissão de Lúpus – Atualizado em 27/04/2011. Disponível em: <http://www.reumatologia.com.br/index.asp?Pagina=reumatologia/principaisDoencasEorientacoesPaciente.asp.>. Acesso em 25 de abril de 2017.

Nakashima CAK; Gadalhardo AP; Silva JFM; Fiorenzano GR; Santos ABS; Leitte MFS; Nogueira MA; Menolli PVS; Menolli RA. Incidência e aspectos clínico-laboratorias do lúpus eritematoso sistêmico e cidade do Sul do Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia, VOL.51, pag. 231-239. Elsevier, 2011

Lanna CCD; Ferreira GA; Telles RW. Lúpus Eritematoso Sistêmico. In: Carvalho MAP; Lanna CCD; Bértolo MB. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, p. 364-385.

Nakashima CAK; Gadalhardo AP; Silva JFM; Fiorenzano GR; Santos ABS; Leitte MFS; Nogueira MA; Menolli PVS; Menolli RA. Incidência e aspectos clínico-laboratorias do lúpus eritematoso sistêmico e cidade do Sul do Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia, VOL.51, pag. 231-239. Elsevier, 2011.

Klack K; Bonfá E; Neto EFB. Dieta e aspectos nutricionais no lúpus eritematoso sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia, 2012. p.384-408.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Physical status: The use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO, 1995. 452p. (WHO Technical Report Series, 854).

BRASIL, Ministério da Saúde de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientação Para A Coleta E Análise De Dados Antropométricos Em Serviço De Saúde: Norma Técnica do Sistema De Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção á Saúde, Departamento de Atenção Básica, Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

Pouliot MC, Despres JP, Lemieux S, Moorjani S, Bouchard C, Tremblay A, et al. Waist circumference and abdominal sagittal diameter: best simple anthropometric indexes of abdominal visceral adipose tissue accumulation and related cardiovascular risk in men and women. Am J Cardiol 1994;73:460-8.

Godoy-Matos AF, Oliveira J, Guedes EP, Carraro L, Lopes AC, Mancini MC, Suplicy HL, Brito CLS, Bystronski DP, Mombach KD, Stenzel LM, Repetto G, Radominski RB, Halpern ZSC, Villares SMF, Arrais RF, Rodrigues MDB, Mazza FC, Bittar T, Benchimol AK. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), 2009/2010

Guimarães AF; Galante AP. Anamnese Nutricional e Inquéritos Dietéticos. In: Rossi L; Caruso L; Galante AP. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Novas Perspectivas.¬ 1ª Ed. Editora Roca Ltda, São Paulo, 2009. p. 23-44.

Pinheiro ABV; Lacerda EMA.; Benzecry EH,; Gomes MCS; Costa VM. – Tabela de Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras. 2ªed. 1994.

Philippi ST. Tabela de Composição dos Alimentos. Suporte para Decisão Nutricional. 3ª Ed. revisão ampliada, 2012. Editora Manole, Barueri, SP, Brasil

The National Academy Press. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients) (2005). Disponível em: http://www.nap.edu/books/0309085373/html/1324.html. Acessado em: 28 de abril de 2017.

Food and Nutrition Information Center. Dietary Reference Intakes: Macronutrients. Disponível em: http://www.iom.edu/Object.File/Master/7/300/0.pdf. Acessado em: 20 de abril de 2017.

Ministério da Saúde, Abril de 2014. VIGITEL 2014: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Disponível em: http://www.endocrino.org.br/vigitel-e-os-dados-sobre-obesidade-e-sobrepeso. Acesso em 20 de abril de 2017.

Santos FMM, Borges MC, Correia MITD, Telles RW, Lanna CCD. Avaliação do estado nutricional e da atividade física em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reumatol 2010;50(6):631-45 Belo Horizonte, Minas Gerais.

Oeser A; Chung CP; Asanuma Y; Avalos I; Stein CM. Obesity is an independent contributor to functional capacity and inflammation in systemic lupus erythematosus. Arthritis & Rheumatism, v. 52, p. 3651-9, 2005.

Rossoni, C. Perfil Nutricional Metabólico de Pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico de um Centro Especializado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Porto Alegre, 2009.

Borges MC. Avaliação do estado nutricional e da ingestão alimentar de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico atendidas no serviço de reumatologia do Hospital das Clínicas/UFMG Faculdade de Farmácia da UFMG, Belo Horizonte, MG, 2009.

I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Rev Soc Bras Hipert 2004;17(4).

Kamen DL, Cooper GS, Bouali H, Shaftman SR, Hollis BW, Gilkeson GS. Vitamin D deficiency in systemic lupus erythematosus. Autoimmun Rev. 2006; 5(2):114-7.

Souto M, Coelho A, Guo C, Mendonça L, Argolo S, Papi J, et al. Vitamin D insufficiency in Brazilian patients with SLE: prevalence, associated factors, and relationship with activity. Lupus. 2011; 20(10): 1019-26.

Selmi C, Tsuneyama K. Nutrition, geoepidemiology, and autoimmunity. Autoimmun Rev 2010; 9(5): 267–70.

Downloads

Publicado

01/12/2017

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PERFIL ANTROPOMÉTRICO E CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO. (2017). Arquivos Catarinenses De Medicina, 46(4), 103-117. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/215

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)