RECÉM-NASCIDOS GRANDES PARA A IDADE GESTACIONAL EM GESTANTES DIABÉTICAS DO PRÉ- NATAL DE ALTO RISCO DE ITAJAÍ: FATORES DE RISCO

Authors

  • Gabrielli Zanotto de Oliveira Universidade do Vale do Itajaí
  • Sarah Zanotto Sabbá Guimarães Universidade do Vale do Itajaí
  • Mylene Martins Lavado Universidade do Vale do Itajaí

Keywords:

Diabetes Mellitus Gestacional. Macrossomia. Fatores de risco.

Abstract

O Diabetes mellitus gestacional (DMG) caracteriza-se pela intolerância à glicose com início ou diagnóstico durante a gestação. Entre as complicações associadas, a macrossomia fetal é a mais comum. Como objetivos, buscou-se descrever a presença de recém-nascidos (RN) grandes para a idade gestacional em gestantes diabéticas e identificar os fatores de risco em gestantes para RN macrossômicos. Foi realizado um estudo retrospectivo utilizando como população as gestantes que fizeram acompanhamento por diabetes mellitus no pré-natal de alto risco do município de Itajaí – SC, no período de 01 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2013. Foram comparadas as características maternas em dois grupos: RN com peso adequado para a idade gestacional e com peso grande para a idade gestacional. Aplicou-se os testes t de Student e X2para a análise estatística. Obteve-se uma amostra de 76 gestantes, entre as quais 48,1% tinham idade igual ou inferior a 29 anos, 60% se auto-afirmaram brancas, 93,67% possuíam DMG e 6,33% apresentavam diabetes mellitus prévio à gestação. Detectou-se uma incidência de macrossomia fetal de 18,9%; não se obteve significância estatística nos seguintes fatores de risco analisados: idade materna (p=0,528), índice de massa corpórea materna (IMC) prévio à gestação (p=0,690), ganho de peso materno (p=0,340), forma de diagnóstico: glicemia de jejum ou teste oral de tolerância a glicose (p=0,629), tipo de tratamento realizado (p=0,427),  sendo que o inadequado controle glicêmico foi significativamente estatístico (p=0,00075). Portanto, o único fator significativo correlacionado à macrossomia fetal foi o controle glicêmico inadequado.

References

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2013-2014. São Paulo. Sociedade Brasileira de Diabetes, 2014. 369p.

Silva JC, Bertini AM, Ribeiro TE, Carvalho LS, Melo MM, Neto BL. Fatores relacionados à presença de recém-nascidos grandes para a idade gestacional em gestantes com diabetes mellitus gestacional. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Santa Catarina 2009; 31: 5-9.

Surkan PJ, Hsieh CC, Johansson AL, Dickman PW, Cnattingius S. Reasons for increasing trends in large for gestational age births. ObstetGynecol 2004;104:720-6.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Projeto diretrizes: Diabetes Mellitus Gestacional, 2006. 12p.

Jacob TA, Soares RL, Santos MR, et al. Diabetes Mellitus Gestacional: Uma Revisão de Literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR 2014; 6:33-7.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informação e Informática do SUS. Sistema de Informações de Saúde. Estatísticas Vitais - Mortalidade e Nascidos Vivos. 1979-2013. [acessado 2015 jun 28]. Disponível em: http://www.datasus.gov.br.

Kerche LTRL, Abbade, FJ, Costa, RAA, Rudge MVC, Carlderon IMP. Fatores de risco para macrossomia fetal em gestações complicadas por diabete ou por hiperglicemia diária. Rev. Bras. Ginecol. Obstet.. 2005; 27:580-7.

SEGRE, C. A. M. Perinatologia: fundamentos e prática. São Paulo: Sarvier, 2002, 923p.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA MÉDICA, FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Projeto Diretrizes: Recém-nascido macrossômico. 2011, 11p.

Silva AT, Gurgel, AMC, Gonçalves AKS, et al. Macrossomia: consequências e estratégias de prevenção. FEMINA 2007; 35:317-22.

Fiorelli LR., Zugaib M. Resultado perinatal na macrossomia fetal. Rev. Med. (São Paulo) 2007; 86:144-7.

Gaspar CN, Nascimento MJP. Repercussões da Diabete materna para o neonato. Rev. Enferm. UNISA 2004; 5:57-61.

Alexander GR, Himes JH, Kaufman RB, Mor J, Kogan MA. United States national reference for fetal growth. Obst Gynecol. 1996; 87:163-8.

Oliveira MIV, Bezerra MGA, Filho BGJ, Veras MAC, Bezerra JP. Perfil de mães e recém-nascidos na presença do diabetes mellitus gestacional. Rev. Rene. Fortaleza 2009; 10: 28-36.

Brock RS, Falcão MC. Avaliação nutricional do recém-nascido: limitações dos métodos atuais e novas perspectivas. Rev. paul. pediatr. 2008; 26:70-76.

Gonçalves ZR, Monteiro MMLD. Complicações maternas em gestantes com idade avançada. FEMINA 2012, 40:275-9.

Dode MASO. Diabetes Mellitus Gestacional: prevalência, fatores associados e efeito na antropometria até dois anos de idade. 2008. 209f. (Tese). Pelotas: Universidade Federal de Pelotas; 2008.

Dode MASO, Santos IS. Fatores de risco para diabetes mellitus gestacional na coorte de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 2004. Cad. Saúde Pública 2009; 25:1141-52.

Moretto VL; Lautert L. Características de gestantes portadoras de diabete melito. Rev Gaúcha Enferm 2004; 25:334-45.

Silva JC, Pacheco CP, Bizatto J, Beckhauser P, Manzano C, Bertini AM. Impacto do IMC no tratamento e no resultado perinatal em pacientes com diabete melito gestacional. Arquivos Catarinenses de Medicina 2011, 40:52-6.

Nomura RMY, Paiva LV, Costa VN, Liao AW, Zugaib M. Influência do Estado Nutricional Materno, ganho de peso e consumo energético sobre o crescimento fetal em gestações de alto risco. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2012; 34:107-12.

Madi JM. Fatores maternos e perinatais relacionados à macrossomia fetal. Ver Bras Ginecol Obstet. 2006; 28:232-7.

Süssenbach, S. Obesidade na Gestação e Complicações Associadas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008.

Hapo Study Cooperatived Research Group et al. Hyperglycemia and adverse pregnancy outcomes.N. Engl. J. Med. 2008; 358:1991-2002.

Negrato CA, Montenegro Junior RM, Von Kostrisch LM, Guedes MF, Mattar R, Gomes MB. Insulin analogues in the treatment of diabetes in pregnancy. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 2012; 56:405-14.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 302 p. – (Serie A. Normas e Manuais Técnicos).

Seabra G, Saunders C, Padilha PC, Zajdenverg L, Silva LBG, Santos MMAS. Association between maternal glucose levels during pregnancy and gestational diabetes mellitus: an analytical cross-sectional study. Diabetology & Metabolic Syndrome 2015, 7:17.

Weinert LS, Oppermann MLR, Reichelt AJ. Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento multidisciplinar. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 2011; 55:74-91.

KERÉNYI Z, Tamás G, Kivimäki M, Péterfalvi A, Madarász E, Bosnyák Z, Tabák AG. Maternal Glycemia and Risk of Large-for-Gestational-Age Babies in a Population-Based Screening. Diabetes Care 2009; 32:2000-05.

Rudge MV, Calderon IMP, Ramos MD, et al Perspectiva perinatal decorrente do rígido controle pré-natal em gestações complicadas pelo diabete. Rev. Bras. Gonecol. Obstet 1995,17: 26-32.

Published

2017-07-11

Issue

Section

Artigo original

How to Cite

RECÉM-NASCIDOS GRANDES PARA A IDADE GESTACIONAL EM GESTANTES DIABÉTICAS DO PRÉ- NATAL DE ALTO RISCO DE ITAJAÍ: FATORES DE RISCO. (2017). Arquivos Catarinenses De Medicina, 46(1), 80-96. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/255

Similar Articles

11-20 of 551

You may also start an advanced similarity search for this article.

Most read articles by the same author(s)