FRATURAS EXPOSTAS: CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, TRATAMENTO REALIZADO E TAXA DE COMPLICAÇÕES.

Autores/as

  • Maria Leonel universidade do sul de santa catarina https://orcid.org/0000-0001-5710-3439
  • Daniel Carvalho Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Palhoça, SC, Brasil
  • Fabiana Oenning da Gama Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Palhoça, SC, Brasil

Palabras clave:

Epidemiologia, Fraturas expostas, Fraturas ósseas, Infecção, Ortopedia

Resumen

Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico, descrever o tratamento e determinar a taxa de complicações de pacientes acometidos por fratura óssea exposta atendidos em um hospital terciário de Santa Catarina no ano de 2020. Métodos: Estudo descritivo transversal observacional retrospectivo realizado no Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes. A coleta de dados, dos pacientes acima de 18 anos que receberam o diagnóstico de fratura exposta em 2020, foi executada através do acesso ao censo e prontuários. Resultados: Foram incluídos 375 pacientes portadores de 520 fraturas expostas. A maioria era da faixa economicamente ativa (Média: 40,62 anos), masculino (85,6%), branco (97,1%), solteiro (40%) e cursou fundamental incompleto (33,1%). Comerciários (15,6%) e autônomos (12,5%) foram os mais afetados. Lesões associadas ao trauma constituíram 38,1% da amostra e politraumatizados 9,9%. Acidentes de trânsito destacaram-se (50,7%). Falanges de mão (28,5%) e tíbia (21,7%) foram as mais acometidas. Fraturas GA 3 corresponderam a 92,1%. Fixação externa predominou como tratamento inicial (50,6%) e 57,3% necessitaram de segunda abordagem. A taxa de óbito, infecção e amputação tardia foram de, respectivamente, 1,7%, 2,6% e 1,2%. Conclusão: A incontestável demanda expressiva desta emergência ortopédica reforça a necessidade de estudos, importante fonte de dados, para aprimorar sua prevenção e manejo. O perfil do paciente com fratura exposta é predominante jovem-adulto, masculino, branco, solteiro, com fundamental incompleto, comerciário e vítima de acidente de trânsito, envolvendo motocicletas. Nível de evidência: 4C

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Publicado

2024-09-24

Número

Sección

Artigo original

Cómo citar

FRATURAS EXPOSTAS: CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, TRATAMENTO REALIZADO E TAXA DE COMPLICAÇÕES. (2024). Arquivos Catarinenses De Medicina, 52(3), 23-41. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/1155

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