LESÕES CORPORAIS EM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SUBMETIDA AO EXAME DE CORPO DE DELITO: ESTUDO RETROSPECTIVO ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2018

Autores

  • Verônica Reis Ferreira Universidade Evangélica de Goiás- UniEVANGÉLICA
  • Mariana Cabral de Oliveira Cardoso Universidade Evangélica de Goiás- UniEVANGÉLICA
  • Lucas Sebastião de Souza e Silva Universidade Evangélica de Goiás- UniEVANGÉLICA
  • Priscila Maria Alvares Usevicius Universidade Evangélica de Goiás- UniEVANGÉLICA
  • Constanza Thaise Xavier Silva Universidade Evangélica de Goiás- UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Violência doméstica, Violência contra a mulher, Medicina legal, Epidemiologia.

Resumo

Objetivo: descrever as lesões corporais de acordo com o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres vítimas de violência doméstica submetidas ao exame de corpo de delito nos registros do instituto médico legal  (IML) de Anápolis, Goiás de 2015-2018. Métodos: estudo descritivo com base em fichas clínicas de mulheres vítimas de violência doméstica.  Resultados: Foram identificados 384 inquéritos; predominaram vítimas entre faixa etária de 21 a 30 anos (30,5%), cor branca (24,7%), casada/união estável (37,2%) e dona de casa (13,5%); os principais agressores foram o marido/esposa ou companheiro(a)  (56,5%); quanto ao objeto que provocou a lesão destaca-se socos/murros (43,2%), sendo os antebraços direito e esquerdo (53,1%) o mais afetado, por instrumento contundente (91,1%) e não resultou incapacidade para o trabalho (93,5%). Conclusão: as vítimas eram jovens, brancas, casadas, dona de casa e foram agredidas pelo parceiro íntimo. A principal lesão sofrida foi na região do antebraço, causada por socos/murros por instrumento contundente e não resultou incapacidade para o trabalho.

Referências

REFERÊNCIAS

World Health Organization. Global consultation on violence and health. Violence: a public health priority. Geneva: WHO; 1996 (document WHO/EHA/ SPI.POA.2).

Deslandes SF, Gomes R, Silva CMFP. Caracterização dos casos de violência doméstica contra a mulher atendidos em dois hospitais públicos do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública. 2000; 16(1): 129-137.

Brasil. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá outras providências. Diário Oficial da União 2006; 2006 ago 08. Seção 1, p. 1.

Brasil. Lei n. 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Diário Oficial da União 2015; 2015 mar 09. Seção 1, p. 1.

Pereira MS, Pereira MS, Matos FTC, Marques MVF, Sarubbi GD, Damião JHF, et al. Orofacial Injuries in Women Victims of Domestic Violence: Integrative Literature Review. BJFS. 2014; 4(0): 1-11.

Moreira CA, Cavalcanti PMO. O combate à violência doméstica e familiar no estado de Goiás. Revista Raízes no Direito. 2018; 7(2): 27-55.

Day VP, Telles LEB, Zoratto PH, Azambuja MRF, Machado DA, Silveira MB, et al . Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Rev. Psiquiatr. 2003; 25(Suppl 1): 9-21.

Nogueira PL, Utiyama MSA, Ventura MT, Gomes HG. Perfil epidemiológico das mulheres vítimas de violência atendidas no IML de Cuiabá e região. Perspectivas. 2017; 2 (2): 1-9.

Mota JC, Vasconcelos AGG, Assis SG. Análise de correspondência como estratégia para descrição do perfil da mulher vítima do parceiro atendida em serviço especializado. Ciênc saúde coletiva. 2007; 12(3): 799-809.

Lopes M, Gemito L, Pinheiro F. Violência doméstica. Manual de recursos para a rede de intervenção integrada de distrito de Évora. 1ª ed. Évora: Tecnigraf; 2012.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2010) Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/anapolis/panorama. Acessado em 24/05/2021.

Garcia MV, Ribeiro LA, Jorge MT, Pereira GR, Resende AP. Caracterização dos casos de violência contra a mulher atendidos em três serviços na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2008; 24(11): 2551-2563.

Borin TB. Violência doméstica contra a mulher: percepções sobre violência em mulheres agredidas [dissertação]. 136f. Ribeirão Preto: Departamento de Psicologia e Eduação, Universidade de São Paulo; 2007.

Barbieri A.A. Ocorrência de lesões faciais com envolvimento dentário observada junto aos exames de corpo de delito realizados no IML-Taubaté, SP [dissertação]. Piracicaba: Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas; 2009. 66f.

Castro TL, Tinoco RLR, Lima LNC, Costa LRS, Francesquini Júnior L, Daruge Júnior E. Violence against women: caracteristics of head and neck injuries. RGO, Rev. Gaúch. Odontol. 2017; 65(2): 100-108.

Adeodato VG, Carvalho RR, Siqueira VR, Souza FGM. Qualidade de vida e depressão em mulheres vítimas de seus parceiros. Rev. Saúde Pública. 2005; 39(1): 108-113.

Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP, Dossi MO. Violência doméstica: análise das lesões em mulheres. Cad. Saúde Pública. 2006; 22(12): 2567-2573.

Kronbauer JFD, Meneghel SN. Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro. Rev. Saúde Pública. 2005; 39(5): 695-701.

Rezende EJC, Araújo TM, Moraes MAS, Santana JSS, Radicchi R. Lesões buco-dentais em mulheres em situação de violência: um estudo piloto de casos periciados no IML de Belo Horizonte, MG. Rev. bras. epidemiol. 2007; 10(2): 202-214.

Casique CL, Furegato ARF. Violência contra mulheres: reflexões teóricas. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2006; 14(6): 950-956.

Campos JCS. Lesões corporais em crianças e adolescentes vítimas de violência familiar na região da Grande Vitória [dissertação]. Piracicaba: Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas; 2006. 129 p.

Chiaperini A., Bérgamo AL, Bregagnolo LA, Bregagnolo JC, Watanabe MGC, Silva RHA. Danos bucomaxilofaciais em mulheres: registros do Instituto Médico-legal de Ribeirão Preto (SP), no período de 1998 a 2002. Rev. odonto ciênc. 2009; 24(1): 71-76.

Cintra JAA. A importância da Odontologia Legal no exame de corpo de delito [dissertação]. 145f . Piracicaba: Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas; 2004..

Taquette SR. Violência contra a mulher adolescente-jovem. [E-book da internet]. Rio de Janeiro: EdUERJ; 2007.

Downloads

Publicado

15/07/2022

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

LESÕES CORPORAIS EM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SUBMETIDA AO EXAME DE CORPO DE DELITO: ESTUDO RETROSPECTIVO ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2018. (2022). Arquivos Catarinenses De Medicina, 50(4), 84-97. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/1068

Artigos Semelhantes

11-20 de 324

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.