ANÁLISE DO PERFIL DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DROGADIÇÃO EM SANTA CATARINA ENTRE 1998-2015

Autores

  • Thiago Mamoru Sakae UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Erika Araujo Fernandez Unisul
  • Flavio Ricardo Liberali Magajewski

Palavras-chave:

internação. drogas. substâncias psicoativas.

Resumo

Introdução: O uso abusivo de substâncias psicoativas é um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Apesar da sua proibição e combate, a forma contraditória como a sociedade aceita algumas delas, as tensões existenciais e a busca pelo prazer a qualquer custo, apanágios da sociedade moderna, explicam o crescimento acelerado e contínuo do uso de substâncias psicoativas, com impactos sobre a saúde individual e coletiva. Por conta disto, as estatísticas hospitalares são fontes úteis para avaliar este problema, auxiliando na formulação de políticas públicas de prevenção e recuperação. Objetivo: Analisar os padrões de internação hospitalar por drogadição em Santa Catarina entre 1998 – 2015. Métodos: Estudo observacional ecológico, com análise do perfil populacional e tendência temporal. Foram analisadas 108.721 internações hospitalares por ‘’Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas’’ em SC entre 1998 e 2015 segundo o Sistema de Informações Hospitalares - SIH. A análise estática foi realizada por regressão linear. O nível de significância estabelecido foi valor p<0,05. O projeto foi aprovado pelo CEP-UNISUL. Resultados: As maiores taxas médias de internação anual para cada 100.000 habitantes foram associadas ao uso de álcool (87), múltiplas drogas (16,72) e cocaína (8,57). Houve uma taxa média muito maior de internações no sexo masculino (198,42) do que no sexo feminino (22,98). A taxa de mortalidade média foi de 21,5 pacientes hospitalizados a cada 100.000 habitantes. Conclusão: Os homens, a dependência do álcool e a faixa etária entre 35 e 44 anos compõe o perfil predominante das internações estudadas.

Biografia do Autor

  • Thiago Mamoru Sakae, UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina
    Doutor em Ciências Médicas - UFSC Mestre em Saúde Pública - UFSC Residência em Saúde da Família e Medicina Comunitária - HNSC Tubarão Residência em Anestesiologia - HF Florianópolis

Referências

REFERÊNCIAS

Mombelli MA, Marcon SS, Costa JB. Caracterização das internações psiquiátricas para desintoxicação de adolescentes dependentes químicos. Rev Bras Enferm, 2010;63(5):735-40.

Paula ML, Jorge MS, Albuquerque RA, Queiroz LM. Usuário de crack em situações de tratamento: experiências, significados e sentidos. Saúde e Sociedade. 2014;23(1):118-30.

Machado LV, Boarini, ML. Políticas sobre drogas no Brasil: a estratégia de redução de danos. Psicologia: Ciência e Profissão, 2013;33(3), 580-595.

Drogas no Brasil: entre a saúde e a justiça: proximidades e opiniões / Vilma Bokany (organizadora). – São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015. 221 p. FORMATAR MELHOR – AUTOR/ORGANIZADOR ANTES...

Crauss RM, Abaid JL. A dependência química e o tratamento de desintoxicação hospitalar na fala dos usuários. Contextos Clínicos. 2012;5(1):62-72.

Ferreira AP, Hillesheim MC, Internação Compulsória de Drogaditos e Etilistas. Democracia, Direito e Cidadânia. Revista Juridica. 2013;5(2)1-13.

Pratta EM, Santos MA. O processo saúde-doença e a dependência química: interfaces e evolução. Psicologia: Teoria e pesquisa, 2009;25(2):203-11.

Medeiros KT, Maciel SC, Sousa, PF, Tenório S, Flaviane MD, Camila CV. Representações sociais do uso e abuso de drogas entre familiares de usuários. Psicologia em Estudo, 2013; 18(2), 269-79.

Silva LP. A questão das drogas nas relações internacionais: uma perspectiva brasileira. Brasília: FUNAG, 2013. 407 p.

Cavalcante RC. Políticas Públicas Sobre Drogas: labirinto entre a marginalidade e a cidadania. Universidade Estadual do Ceará Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública. 2008.

Sodelli, M. A abordagem proibicionista em desconstrução: compreensão fenomenológica existencial do uso de drogas. Ciencia Saude colet. 2010;15(3):637-44.

Machado AR, Miranda PS. Fragmentos da história da atenção à saúde para usuários de álcool e outras drogas no Brasil: da Justiça à Saúde Pública. Hist. cienc. Saúde-Manguinhos. 2007;14(3): 801-821.

Valcleiton BS, Marlene M. Projetos Programas de Redução de Danos no Brasil. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, Salvador. 2016;5(1):106-18.

Passos EH, Souza TP. Redução de Danos e Saúde Pública: Construções alternativas à política global de “Guerra às Drogas”. Revista Psicologia & Sociedade, 2011;23(1):154-62.

Bassols, A. M. S., Boni, R. D., & Pechansky, F. Alcohol, drugs, and risky sexual behavior are related to HIV infection in female adolescents. Revista Brasileira de Psiquiatria.2010;32(4):361-68.

Horta RL, Costa JS, Balbinot AD, Watte G, Teixeira VA, Poletto S. Hospitalizações psiquiátricas no Rio Grande do Sul de 2000 a 2011. Rev. bras. epidemiol. 2015; 18(4):918-929.

Valadares FC. Desafios políticos da reforma psiquiátrica brasileira. Ciênc. Saúde coletiva 2013; 18(2):573-74.

Almeida RA, Anjos UU, Vianna RP, Pequeno GA. Perfil dos usuários de substâncias psicoativas de João Pessoa. 2014;38(102):526-38.

Alves VS. Modelos de atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas: discursos políticos, saberes e práticas. Cad. Saúde Pública. 2009;25(11):2309-19.

Ferreira AC, Capistrano FC, Maftum MA, Kalinke LP, Kirchhof AL. Caracterização de internações de dependentes químicos em uma unidade de reabilitação. Cogitare Enferm. 2012; 17(3):444-51.

Nunes DC, Santos L, Fisher MF, Guntzel P. Outras palavras sobre o cuidado de pessoas que usam drogas. 2011;01(01):15-26.

Organização Mundial da Saúde. Neurociência de consumo e dependência a substâncias psicoativas. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data. Suiça 2004.

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (INPAD), UNIFESP. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) – 2012. Ronaldo Laranjeira (Supervisão) [et al.], São Paulo: 2014.

Institute for Health Metrics and Evaluation. The Global Burden of Disease: Generating Evidence, Guiding Policy. Seattle, WA: IHME, 2013.

Galduróz JCF, Noto AR, Nappo SA,Carlini EA. Uso de drogas psicotrópicas no Brasil: pesquisa domiciliar envolvendo as 107 maiores cidades do país - 2001. Rev Latino-am Enfermagem 2005; 13:888-95.

Bastos FI, Bertoni N, Hacker MA. Consumo de álcool e drogas: principais achados de pesquisa de âmbito nacional, Brasil 2005. Rev Saúde Pública. 2008;42(1):109-17.

Passos CB. Internações decorrentes do uso de substâncias psicoativas no Distrito Federal entre os anos de 2000 a 2009 [ Dissertação de Mestrado Profissional em Saúde Pública] Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz 2011.

Capistrano FC, Ferreira AC, Silva TL, Kalinke LP, Maftum MA. Perfil sociodemográfico e clínico de dependentes químicos em tratamento: análise de prontuários. Esc. Anna Nery 2013 ;17(2): 234-41.

Faller S, Peuker AC, Sordi A, Stolf A, Souza ML, Cruz MS et al. Who seeks public treatment for substance abuse in Brazil? Results of a multicenter study involving four Brazilian state capitals. Trends Psychiatry Psychother. 2014;36(4): 193-202.

Pillon SC, Cardoso L, Pereira GA, Mello E. Perfil dos idosos atendidos em um centro de atenção psicossocial: álcool e outras drogas. Esc. Anna Nery 2010;14(4):742-48.

Ferreira OF, Turchi MD, Laranjeira R, Castelo A. Perfil sociodemográfico e padrões de uso entre dependentes de cocaína hospitalizados. Rev Saúde Pública 2003; 37:751-9.

Sanchez ZM, Nappo SA. Sequência de drogas consumidas por usuários de crack e fatores interferentes. Rev. Saúde Pública. 2002; 36(4):420-30.

Guimarães CF, Santos DV, Freitas RC, Araujo RB. Perfil do usuário de crack e fatores relacionados à criminalidade em unidade de internação para desintoxicação no Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre (RS). Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul. 2008; 30(2):101-08.

Balbinot AD, Horta RL, Costa JS, Araújo RB, Poletto S, Teixeira MB. Hospitalizações por uso de drogas não se alteram com uma década de Reforma Psiquiátrica. Rev. Saúde Pública. 2016; 50: 26.

Alves TM, Rosa LC. Usos de substâncias psicoativas por mulheres: a importância de uma perspectiva de gênero. Rev. Estud. Fem. 2016; 24(2):443-62.

Brasil. Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Relatório brasileiro sobre drogas. Brasília: SENAD, 2009. 48 p.

Souza JC, Souza N, Magna LA. Tempo médio de hospitalização e categorias diagnósticas em hospital psiquiátrico. J. bras. Psiquiatr.2008; 57(2):112-16.

Freire, Ana CS. Uso de substâncias psicoativas por estudantes rurais: distribuição por sexo e idade. Rev Enferm UFSM 2014; 4(4):803-12.

Fontes A, Figlie NBi, Laranjeira R. O comportamento de beber entre dependentes de álcool: estudo de seguimento. Rev. psiquiatr. Clín. 2006; 33(6): 304-12.

Dias AC, Araújo MR, Laranjeira R. Evolução do consumo de crack em coorte com histórico de tratamento. Rev. Saúde Pública. 2011; 45(5):938-48.

Downloads

Publicado

01/10/2018

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

ANÁLISE DO PERFIL DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DROGADIÇÃO EM SANTA CATARINA ENTRE 1998-2015. (2018). Arquivos Catarinenses De Medicina, 47(3), 16-37. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/306

Artigos Semelhantes

61-69 de 69

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>