PERFIL DA MORTALIDADE HOSPITALAR DOS PACIENTES SUBMETIDOS À COLECISTECTOMIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA NO PERÍODO ENTRE 2008 E 2018
Keywords:
vesícula biliar, videolaparoscopia, laparotomia, emergênciasAbstract
Introdução: A colecistite aguda é caracterizada por uma inflamação da parede da vesícula biliar, sendo que 95% dessas inflamações são decorrentes de cálculos presentes na vesícula, representando um importante problema de saúde pública que afeta de 10% a 15% da população adulta, especialmente em Santa Catarina, onde o tratamento padrão é a colecistectomia. Este procedimento apresenta uma incidência global de 9,4% e pode ser realizado por dois métodos: videolaparoscopia ou laparotomia. Objetivo: Descrever o perfil dos óbitos hospitalares dos pacientes submetidos a colecistectomia no estado de Santa Catarina entre 2008 e 2018. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo sobre a taxa de mortalidade hospitalar por colecistectomias em Santa Catarina, utilizando dados do SIH/SUS de 2008 a 2018. Foram analisadas 368 notificações de óbito relacionadas à colecistectomia, considerando variáveis demográficas. A análise estatística incluiu distribuição proporcional dos óbitos e cálculo de taxas de mortalidade por 100.000 habitantes, estratificadas por sexo, faixa etária e macrorregião de saúde. Os dados foram tabulados no TABWIN e analisados com Excel, EpiInfo e SPSS. Resultados: Durante o período de estudo, foram observados 368 óbitos por colecistectomias em Santa Catarina, sendo a maioria por laparotomia (88,043%). Os resultados indicaram uma maior mortalidade no sexo masculino e um aumento crescente da mortalidade com o avanço da idade. Quanto às macrorregiões, a colecistectomia laparotômica apresentou uma média de 88,77% de óbitos em comparação com a videolaparoscopia. Conclusão: Considerando o caráter de atendimento, verificou-se uma mortalidade 5 vezes superior em cirurgias de urgência em relação às cirurgias eletivas. A letalidade na população de Santa Catarina, no período entre 2008 e 2018, foi maior em homens com mais de 80 anos, residentes nas regiões mais populosas do estado, como a Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Planalto Norte e Nordeste. Embora os métodos cirúrgicos analisados tenham apresentado taxas de mortalidade baixíssimas, é crucial considerar aprimoramentos nos protocolos de atendimento para reduzir ainda mais esses números.
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