TENDÊNCIA TEMPORAL DE INTERNAÇÃO POR TRAUMATISMO INTRACRANIANO NA POPULAÇÃO DOS ESTADOS DO SUL DO BRASIL, NO PERÍODO DE 2010 A 2020

Autores

  • Lisandra Farias Unisul
  • Marina Pires Kormann Unisul
  • Fabiana Oenning da Gama Unisul

Palavras-chave:

Internação, Traumatismo Cranioencefálico, Epidemiologia, Traumatismo Intracraniano

Resumo

Objetivo: Analisar a tendência temporal de internação por traumatismo intracraniano na região sul do Brasil, no período de 2010 a 2020. Método: Estudo ecológico da tendência de internação por traumatismo intracraniano, nos estados da região sul do Brasil, com dados do Sistema de Informação Hospitalar, disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Análise estatística por regressão linear simples (p<0,05). Resultados: Tendência temporal de redução na taxa geral de internação por traumatismo intracraniano na região sul do Brasil (p 0,004), taxa média de 75,26 internações por 100 mil habitantes e redução de -15,59% ao comparar o primeiro e último ano analisados. Mesmo comportamento observado nos estados de Santa Catarina (p 0,001) e  Rio Grande do Sul (p <0,001) e redução de -19,38% e -34,75%, respectivamente. O sexo masculino apresentou redução (p<0,001) e VP de -16,45% entre o primeiro e último ano. Nas faixas etárias masculinas de 20 a 49 anos verificada redução das taxas (p <0,05) e aumento naqueles acima de 80 anos (p 0,001). Nas faixas etárias femininas redução entre 30 e 39 anos (p 0,006) e aumento nas taxas de internação nas mulheres acima de 80 anos. Conclusão: Tendência de redução nas taxas de internação por traumatismo intracraniano na região Sul do Brasil,  nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e no sexo masculino. Nas faixas etárias masculinas e femininas jovens redução das taxas e incremento naqueles acima de 80 anos.

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Publicado

22/10/2024

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

TENDÊNCIA TEMPORAL DE INTERNAÇÃO POR TRAUMATISMO INTRACRANIANO NA POPULAÇÃO DOS ESTADOS DO SUL DO BRASIL, NO PERÍODO DE 2010 A 2020. (2024). Arquivos Catarinenses De Medicina, 52(4), 30-44. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/1484

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