CARACTERIZAÇÃO DE CASOS DE INTERNAÇÃO POR ABORTOS COMPLICADOS NA MACRORREGIÃO SUL CATARINENSE

Autores

  • Rafaela Teixeira Bonassa
  • Maria Inês Rosa
  • Kristian Madeira
  • Priscyla Waleska Simões

Palavras-chave:

Aborto, Outras gravidezes que terminam em aborto, Brasil, Epidemiologia Descritiva

Resumo

Introdução: O aborto é um importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, anualmente ocorrem aproximadamente 1,5 milhão de abortamentos espontâneos ou inseguros com uma taxa de 37 abortamentos para cada 1000 mulheres entre 15 e 49 anos. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos abortos na macrorregião Sul Catarinense entre 1999 a 2010. Metodologia: Estudo ecológico, descritivo e temporal com dados obtidos do Sistema de Informações Hospitalares. Para descrever o perfil epidemiológico foi calculada a taxa de aborto das mulheres em idade fértil residentes no local Resultados: Registrou-se a maior taxa média de abortos, para todos os anos, na microrregião de Criciúma (3,6 abortos p/1000 mulheres em idade fértil) e a menor na microrregião de Araranguá (2,9 abortos p/1000 mulheres em idade fértil). O período de 2001 a 2007 apresentou queda progressiva das taxas registradas. O ano de 2007 obteve a menor taxa de abortos (1,7 abortos p/1000 mulheres em idade fértil) e 2000 a maior taxa (2,5 abortos p/1000 mulheres em idade fértil). No período restante, 2008 a 2010, houve uma queda com taxa de 1,9 abortos p/ 1000 mulheres em idade fértil) em 2010. Em relação à faixa etária a maior taxa média foi encontrada entre 20 a 29 anos (5,8 abortos p/1000 mulheres em idade fértil). Outras gravidezes que terminam em aborto teve a maior taxa média (1,4 abortos p/ 1000 mulheres em idade fértil). A cor/raça branca foi a predominante com 91%. Conclusões: Observa-se uma queda na taxa de abortos na Macrorregião Sul Catarinense no período de 1999-2010. Na Macrorregião Sul Catarinense o perfil epidemiológico do aborto mostra que é de mulheres brancas, jovens e com predomínio na Microrregião de Criciúma.

Biografia do Autor

  • Rafaela Teixeira Bonassa
    Médica. Universidade do Extremo Sul Catarinense-Criciúma-SC.
  • Maria Inês Rosa
    Doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Medica Especialista em Ginecologia pela Universidade Federal de Santa Maria. Responsável pelo Laboratório de Epidemiologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Criciúma - SC
  • Kristian Madeira
    Mestre em Educação. Professor de Bioestatística. Pesquisador do Laboratório de Epidemiologia. Universidade do Extremo Sul Catarinense- Criciúma-SC.
  • Priscyla Waleska Simões
    Doutora em Ciências da Saúde. Professora de Informática Médica. Pesquisadora do Laboratório de Epidemiologia. Universidade do Extremo Sul Catarinense-Criciúma-SC

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Publicado

01/09/2016

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

CARACTERIZAÇÃO DE CASOS DE INTERNAÇÃO POR ABORTOS COMPLICADOS NA MACRORREGIÃO SUL CATARINENSE. (2016). Arquivos Catarinenses De Medicina, 44(3), 88-100. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/40

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