FATORES ASSOCIADOS AO TAMANHO DA INCISÃO CUTÂNEA PELA TÉCNICA DE PFANNESTIEL EM CESARIANAS

Autores

Palavras-chave:

Cesariana. Dor pós-operatória. Ferida cirúrgica.

Resumo

Objetivo: Estudar eventuais fatores associados aos diferentes tamanhos da incisão cutânea pela técnica de Pfannestiel utilizada para realização de cesarianas em um hospital público de referência. Métodos: Estudo transversal envolvendo 425 puérperas submetidas à cesariana por incisão de Pfannestiel no Hospital Regional de São José/SC, Brasil. As pacientes foram selecionadas de forma aleatória entre as internadas nos dias de coleta de dados. A variável dependente foi o tamanho da incisão e as independentes foram características obstétricas, o tempo de experiência dos obstetras e os dados antropométricos do recém-nascido. Análises bivariada e multivariada foram realizadas por meio da regressão de Poisson, em que foram estimadas as razões de prevalência e intervalos de confiança de 95%. Resultados: Menor prevalência de incisão cutânea > 15 cm mostrou-se associada de forma estatisticamente significativa e independente com dor no pós-operatório imediato grau 4 – 6 (RP = 0,86; IC 95% 0,80-0,92; p < 0,001) e idade gestacional < 37 semanas (RP = 0,80; IC 95% 0,70-0,93; p = 0,003). Maior prevalência de incisão cutânea > 15 cm mostrou-se significativa e independentemente associada a Diabetes Mellitus ou macrossomia (RP = 1,12; IC 95% 1.01-1.23; p < 0,023). Conclusão: Idade gestacional menor de 37 semanas mostrou-se significativamente associada a uma maior prevalência de incisões de Pfannestiel <15 cm, bem como dor moderada no período pós-operatório. Também uma maior prevalência de incisões de Pfannestiel ? 15 mostrou-se associada com Diabetes Mellitus ou macrossomia fetal.

 

Biografia do Autor

  • Andressa Caroline Cardoso de Campos, Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes
    Médica Residente do Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes, São José/SC
  • Eliane Traebert, Curso de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina
    Professora da disicplina de Atenção Primária em Saúde do Curso de Medicina e da disciplina de Epidemiologia do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Mayara Seemann, Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina
    Acadêmica do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Guilherme de Azevedo Traebert, Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina
    Acadêmico do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Jefferson Traebert, Curso de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina
    Professor da disicplina de Epidemiologia do Curso de Medicina e do Programa de Póa-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Rodrigo Dias Nunes, Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes. Curso de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina

    Médico do Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes, São José/SC

    Professor da disicplina de Ginecologia e Obstetrícia do Curso de Medicina e do Programa de Póa-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina

Referências

Freitas F, Martins-Costa SH, Ramos JGL. Rotinas em obstetrícia. 6a ed. Porto Alegre: Artmed. 2011; 390-409.

Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Dimensão “Atenção à Saúde” – 2afase. Taxa de Parto Cesáreo. [acesso em 20 out 2018] Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/qualificacao_saude_sup/pdf/Atenc_saude2fase.pdf

Montenegro CAB, Nakamura-Pereira M, Rezende Filho J. Operação cesariana. In: Montenegro CAB, Rezende Filho (eds.). Rezende Obstetrícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 11a ed. 2010; 944-96.

Gibbons L, Belizan JM, Lauer JA et al. Inequities in the use of cesarean section deliveries in the world. Am J Obstet Gynecol.2012; 206(4):331–3.

World Health Organization. Appropriate technology for birth. Lancet. 1985; 2(8452):436–7.

Ehtisham S, Hashmi H. Determinants of caesarean section in a tertiary hospital. J Pak Med Assoc. 2014; 64(10): 1175-8.

WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Geneva: World Health Organization; 2018. [acesso em 05 out 2018]. Disponível em: http://apps.who.int/iris.

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. 2009. [acesso em 10 out 2018] Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/english/estatistica/populacao/indic_sociosaude/2009/indicsaude.pdf

Todman D. A history of caesarean section: from ancient world to the modern era. Aust. N. Z. J. Obstet. Gynaecol. 2007; 47(5):357-61.

Osava RH, Silva FMB, Tuesta EF et al. Cesarean sections in a birth center. Rev Saúde Pública 2011; 45(6):1036-43.

Berghella V. Cesarean delivery: Surgical technique. Waltham, MA: UpToDate, 2018. [acesso em 03 dez 2018] Disponível em: htpp://www. uptodate.com/

Alfirevic Z, Devane D, Gyte GM. Continuous cardiotocography (CTG) as a form of electronic fetal monitoring (EFM) for fetal assessment during labour. Cochrane Database Syst Rev. 2006; 19(3):CD006066.

National Collaborating Centre for Women's and Children's Health (UK). Caesarean Section. London: RCOG Press; 2011 (NICE Clinical Guidelines, No. 132.) [acesso em 29 set 2018] Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK115309.

Chaillet N, Dumont A. Evidence-based strategies for reducing cesarean section rates: a meta-analysis. Birth. 2007; 34(1):53-64.

Villar J, Valladares E, Woydyla D et al. Caesarean delivery rates and pregnancy outcomes: the 2005 WHO global survey on maternal and perinatal health in Latin America. Lancet. 2006; 367(9525):1819-26.

Gizzo S, Andrisani A, Noventa M et al. Caesarean section: could different transverse abdominal incision techniques influence postpartum pain and subsequent quality of life? A systematic review. PLoS ONE. 2015; 10(2):e0114190.

Belci D, Di Renzo GC, Stark M et al. Morbidity and chronic pain following different techniques of caesarean section: a comparative study. JObst Gynaecol, 2014; 1-5.

Kreling MCGD, Cruz DALM, Pimenta CAM. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 8:509-13.

Granot M, Lowenstein L, Yarnitsky D et al. Postcesarean section pain prediction by preoperative experimental pain assesssment. Anesthesiol. 2003; 98(6):1422-6.

OpenEpi. Toolkit Shell for Developing New Applications. Calculadora de código aberto. [acesso em 20 mar 2018] Disponível em: http://www.openepi.com/SampleSize/SSPropor.htm.

Saha SP, Bhattarcharjee N, Mahanta S et al. A randomized comparative study on modified Joel Cohen incision versus Pfannenstiel incision for cesarean section. J Turkish-German Gynecol Assoc 2013; 14:28-34.

Oliveira RR, Melo EC, Novaes ES et al. Fatores associados ao parto cesárea nos sistemas público e privado de atenção à saúde. Rev Esc Enferm USP. 2016; 50(5):734-41.

Desai G, Anand A, Modi D et al. Rates, indications, and outcomes of caesarean section deliveries: A comparison of tribal and non-tribal women in Gujarat, India. PLoS ONE. 2017; 12(12):e0189260.

AlSheeha MA. Epidemiology of cesarean delivery in Qassim, Saudi Arabia. Open Access Maced J Med Sci. 2018; 206(5):891-5.

Froehlich RJ, Sandoval G, Bailit JL et al. Association of recorded estimated fetal Weight and cesarean delivery in attempted vaginal delivery at term. Obstet Gynecol. 2016; 128(3):487-94.

Buhagiar L, Cassar OA, Brincat MP et al. Predictors of post-caesarean section pain and analgesic consumption. J Anaesthesiol Clin Pharmacol. 2011; 27(2):185-91.

Borges NC, Pereira LV, Moura LA et al . Predictors for moderate to severe acute postoperative pain after cesarean section. Pain Res Manag. 2016;2016:5783817.

Munro A, George RB, Chorney J et al . Prevalence and predictors of chronic pain in pregnancy and postpartum. J Obstet Gynaecol Can. 2017; 39(9):734-41.

Simonelli MC, Doyle LT, Columbia M et al. Effects of connective tissue massage on pain in primiparous women after cesarean birth. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2018; 47(5):591-601.

Jin J, Peng L, Chen Q et al.. Prevalence and risk factors for chronic pain following cesarean section: a prospective study. BMC Anesthesiol. 2016; 18;16(1):99.

Jasim HH, Sulaiman SABS, Khan AH et al . Factors affecting post caesarean pain intensity among women in the Northern Peninsular of Malaysia. J Clin Diagn Res. 2017; 11(9):IC07–11.

Downloads

Publicado

27/10/2021

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

FATORES ASSOCIADOS AO TAMANHO DA INCISÃO CUTÂNEA PELA TÉCNICA DE PFANNESTIEL EM CESARIANAS. (2021). Arquivos Catarinenses De Medicina, 50(2), 170-181. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/662

Artigos Semelhantes

121-130 de 186

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>