PACIENTES CRÍTICOS ELEGÍVEIS PARA AVALIAÇÃO PALIATIVISTA

Autores

  • Arthur Justi Cassettari
  • Rachel Duarte Moritz

Palavras-chave:

cuidados paliativos, terapia intensiva, avaliação prognóstica

Resumo

Cuidados Paliativos devem ser prestados a todos os pacientes críticos, sendo ideal que haja integração entre médicos intensivistas e paliativistas. Para a otimização dos Cuidados Paliativos em Unidades de Terapia Intensiva é apontada a necessidade da identificação de pacientes com risco de má evolução. Este trabalho visou identificar quais pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago seriam elegíveis à avaliação paliativista e comparar o perfil desses pacientes com o daqueles que foram efetivamente discutidos pela equipe de Cuidados Paliativos. Durante três meses foram avaliados semanalmente os prontuários dos pacientes internados, sendo identificados como elegíveis para avaliação paliativista aqueles com tempo de internação ? 5 dias associado à idade ? 80 anos, readmissão na unidade, necessidade de gastrostomia/traqueostomia/hemodiálise não programada ou presença de condições de base ameaçadoras da vida. Posteriormente, foram comparados os dados dos pacientes elegíveis com os dos pacientes discutidos pela equipe. Dos 103 pacientes internados, foram identificados 53 (51,4%) para avaliação paliativista. Não houve diferença demográfica entre os selecionados ou não. Quinze doentes (14,5%) foram discutidos pela equipe. Esses eram mais comumente do sexo masculino, tinham um quadro mais grave, sendo mais comum o diagnóstico de insuficiência respiratória (p=NS). As doenças mais frequentemente relacionadas à discussão paliativista foram: doença pulmonar obstrutiva crônica, insulto neurológico, neoplasia e demência (p<0.05). Houve maior prevalência de traqueostomia no grupo discutido pela equipe e de hemodiálise não programada no grupo não discutido (p<0.05).

Biografia do Autor

  • Arthur Justi Cassettari
    Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Rachel Duarte Moritz
    Médica, Mestre em Ciências Médicas, Doutora em Engenharia de Produção, Professora e Coordenadora Mestrado Profissional em Cuidados Intensivos e Paliativos da Universidade Federal de Santa Catarina, Membro da Comissão de Cuidados Paliativos do CFM e Conselheira do CRM-SC.

Referências

National Consensus Project for Quality Palliative Care (NCP). Clinical Practice Guidelines for Quality Palliative Care; 2013, 3rd ed. Disponível em: <http://www.nationalconsensusproject.org/NCP_Clinical_Practice_Guidelines_3rd_Edition.pdf>

WHO. Global Health Observatory Data Repository. Life expectancy Data by country. Geneva: WHO, 2012. Disponível em: <http://apps.who.int/gho/data/node.main.688>.

Moritz RD, Lago PM, Souza RP, Silva NB, Meneses FA, Othero JC, et al. End of life and palliative care in intensive care unit. Rev Bras Ter Intensiva. 2008 Dec;20(4): 422-28.

Azoulay E, Timsit JF, Sprung CL, Soares M, Rusinová K, Lafabrie A, et al. Prevalence and factors of intensive care unit conflicts: the conflictus study. Am J Respir Crit Care Med. 2009 Nov 1;180(9):853-60.

WHO. Programmes and projects. Cancer. Definition of palliative care. Geneva: WHO, 2002. Disponível em: <http://www.who.int/cancer/palliative/definition/en>.

Moritz DR, Deicas A, Capalbo M, Forte DN, Kretzer LP, Lago P, et al. II Fórum do Grupo de estudos do Fim da Vida do Cone Sul: Definições, recomendações e ações integradas para cuidados paliativos na UTI de adultos e pediátrica. Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(1):24-29.

Norton SA, Hogan LA, Holloway RG, Temkin-Greener H, Buckley MJ, Quill TE. Proactive palliative care in the medical intensive care unit: effects on length of stay for selected high risk patients. Crit Care Med. 2007 Jun;35(6):1530-5.

Curtis JR, Treece PD, Nielsen EL, Downey L, Shannon SE, Braungardt T, et al. Integrating palliative and critical care: evaluation of a quality-improvement intervention. Am J Respir Crit Care Med. 2008 Aug 1;178(3):269-75.

Gries CJ, Curtis JR, Wall RJ, Engelberg RA. Family member satisfaction with end-of-life decision making in the ICU. Chest. 2008 Mar;133(3):704-12.

Nelson JE, Bassett R, Boss RD, Brasel KJ, Campbell ML, Cortez TB, et al. Improve Palliative Care in the Intensive Care Unit Project: Models for structuring a clinical initiative to enhance palliative care in the intensive care unit: A report from the IPAL-ICU Project (Improving Palliative Care in the ICU). Crit. Care Med. 2010 Sep;38(9):1765–72.

Spinello IM. End-of-life care in ICU: A pratical guide. J Intensive Care Med. 2011 Mar 24;26(5):295-303.

Quill TE, Abernethy AP. Generalist plus Specialist Palliative Care - Creating a More Sustainable Model. N Engl J Med. 2013 Mar 28;368(13):1173-5.

Villarreal D, Restrepo MI, Healy J, Howard B, Tidwell J, Ross J, et al. A model for increasing palliative care in the Intensive Care Unit: Enhancing interprofessional consultation rates and communication. J Pain Symptom Manage. 2011 Nov;42(5):676-9.

United States Department of Veteran Affairs, Office of Analytics and Business Intelligence. Performance Measurement. Performance Measurement Technical Manual. Washington, D.C.: Government Printing Office, 2011.

Nelson JE, Mulkerin CM, Adams LL, Provonost PJ. Improving comfort and communication in the ICU: a practical new tool for palliative care performance measurement and feedback. Qual Saf Health Care 2006;15(4):264-71.

Nelson JE, Campbell ML, Cortez TB, Curtis JR, Frontera AJ, Gabriel M, et al. Implementing ICU Screening Criteria for Unmet Palliative Care Needs: A Guide for ICU and Palliative Care Staff. A technical assistance monograph from The IPAL-ICU Project. New York: Center to Advance Palliative Care; 2013. Disponível em: <http://ipal.capc.org/downloads/ipal-icu-implementing-icu-screening-criteria-for-unmet-palliative-care-needs.pdf>

The Criteria Committee of the New York Heart Association . Functional capacity and objective assessment. In: Dolgin M., editor. Nomenclature and criteria for diagnosis of diseases of the heart and great vessels. 9th ed. Little, Brown and Company; Boston, MA: 1994. p. 253–255.

Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: Revised 2014. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Disponível em: <http://www.goldcopd.org>

Malinchoc M, Kamath PS, Gordon FD, Peine CJ, Rank K, ter Borg PC. A model to predict survival in patients undergoing transjugular intrahepatic portosystemic shunts. Hepatology. 2000 Apr; 31(4):864-71.

Pugh RNH, Muray Lyon IM, Dawson JL, Pietroni MC, Williams R. Transection of the oesophagus for bleeding oesophageal varices. Br J Surg. 1973;60(8):646-9.

National Kidney Foundation. K/DOQI clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification and stratification. Am J Kidney Dis. 2002 Feb; 39(2 Suppl 1):S1-266.

Le Gall JR, Lemeshow S, Saulnier F. A new simplified acute physiology score (SAPS II) based on a European / North American multicenter study. JAMA. 1993;270(24):2957-63.

Walker KA, Mayo RL, Camire LM, Kearney CD. Effectiveness of integration of palliative medicine specialist services into the intensive care unit of a community teaching hospital. J Palliat Med. 2013 Oct;16(10):1237-41.

Hua MS, Li G, Blinderman CD, Wunsch H. Estimates of the need for palliative care consultation across united states intensive care units using a trigger-based model. Am J Respir Crit Care Med. 2014 Feb 15;189(4):428-36.

Aslakson RA, Curtis JR, Nelson JE. The Changing Role of Palliative Care in the ICU. Crit Care Med. 2014 Nov;42(11):2418-28.

Conventry PA, Grande GE, Richards DA, Todd CJ. Prediction of appropriate timing of palliative care for older adults with non malignant life-threatening disease: a systematic review. Age and Ageing. 2005 May;34(3):218-27.

Murray SA, Kendall M, Boyd K, Sheikh A. Illness trajectories and palliative care. BMJ. 2005 Abr 30;330(7498):1007-11.

Moritz RD. Predições probabilísticas em Cuidados Paliativos. In: Moritz RD. Cuidados Paliativos nas Unidades de Terapia Intensiva. 1st ed. São Paulo: Atheneu; 2012. p. 41-52.

Lamas D. Chronic Critical Illness. N Engl J Med. 2014 Jan 9;370(2):175-7.

Downloads

Publicado

30/08/2016

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

PACIENTES CRÍTICOS ELEGÍVEIS PARA AVALIAÇÃO PALIATIVISTA. (2016). Arquivos Catarinenses De Medicina, 44(2), 60-73. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/26

Artigos Semelhantes

1-10 de 166

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)