TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE INFANTIL POR CARDIOPATIAS CONGÊNITAS NO SUL DO BRASIL, 1996-2016

Autores

Palavras-chave:

Cardiopatias congênitas, Mortalidade, Epidemiologia.

Resumo

Introdução: A cardiopatia congênita é considerada a malformação mais comum e a principal causa de óbito entre os defeitos congênitos, apesar de serem subdiagnosticadas no Brasil. Objetivo: Analisar a tendência temporal de mortalidade infantil por cardiopatias congênitas no sul do Brasil entre 1996–2016. Método: Estudo ecológico, com dados sobre mortalidade por cardiopatia congênita do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram analisadas as taxas de mortalidade, por cardiopatia congênita, por sexo, de 0 a 1 ano de idade, no Sul do Brasil, entre 1996 a 2016, com um total de 9559 óbitos. Para a análise das tendências temporais de mortalidade foram utilizados os coeficientes de mortalidade e o método de regressão linear simples. Resultados: No Brasil houve um acréscimo na tendência temporal da mortalidade por cardiopatia congênita, com queda na região Sul (p<0,05). Ao analisar os estados, houve decréscimo no Paraná (p<0,05) e estabilidade em Santa Catarina (p>0,05) e Rio Grande do Sul (p>0,05). Entre os sexos, houve estabilidade na tendência temporal no sexo feminino (p>0,05) e queda no sexo masculino (p<0,05). Conclusão: Há tendência de acréscimo na taxa de mortalidade infantil por cardiopatia congênita no Brasil, com queda na região Sul. Entre os estados, Paraná foi o que se verificou o maior decréscimo.  O sexo masculino possui as maiores taxas de mortalidade infantil por malformação cardíaca, porém demonstra queda na tendência temporal no período estudado.

Biografia do Autor

  • Mayara Hillesheim, Universidade do sul de SC
    Estudante de Medicina na Universidade do sul do Brasil (UNISUL), com interesse na área de Pediatria.
  • Nazaré Otília Nazário
    Professora. Curso de Medicina, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça (SC) Brasil.

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Publicado

06/07/2020

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE INFANTIL POR CARDIOPATIAS CONGÊNITAS NO SUL DO BRASIL, 1996-2016. (2020). Arquivos Catarinenses De Medicina, 49(2), 82-93. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/625

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