CONSUMO REFERIDO DE MEDICAMENTOS EM ATLETAS DE UMA UNIVERSIDADE DO SUL DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM O ESTRESSE
Palabras clave:
Atletas. Estresse. Medicamentos.Resumen
Introdução: Os atletas, na busca de melhores resultados durante as competições, podem estar submetidos ao estresse, que por sua vez pode estar associado à ansiedade, treinos excessivos, fadiga e lesões musculares, bem como ao uso indiscriminado de medicamentos. Contudo, este grupo de indivíduos possui limitações quanto ao uso de certas substâncias, e um uso inadvertido poderá ser caracterizado como doping. Objetivo: Identificar o padrão de consumo de medicamentos por parte dos atletas de uma universidade privada no sul do Brasil e sua relação com o estresse. Métodos: participaram deste estudo 71 atletas (censo), praticantes de modalidades esportivas individuais/não rendimento (homens e mulheres) e coletiva/rendimento (homens). Os atletas responderam dois questionários, um com o objetivo de coletar dados referentes ao consumo de medicamentos e outro para avaliação do estresse. Os dados foram apresentados de forma descritiva e adotou-se o teste do Qui-quadrado e teste t de student para avaliar as associações (p<0,05). Resultados: Dos atletas, 14 (19,7%) praticavam a modalidade coletiva de futebol de salão e 57 (80,3%) outras modalidades individuais. Quanto ao uso de medicamentos, 64,1% referiu utilizar antiinflamatórios não esteroidais, seguido dos antigripais (34,4%) e relaxantes musculares (29,7%). Dos entrevistados 57,7% afirmaram não conhecer a lista de substâncias proibidas. Quanto ao estresse, 61,0% atletas não apresentava esta condição. Realizando-se o teste de associação, obteve-se significância estatística apenas entre ter estresse e o gênero feminino (p=0,01). Conclusão: os atletas consomem medicamentos, mesmo desconhecendo a lista de substâncias proibidas no esporte, principalmente para tratar lesões oriundas da prática esportiva, em especial os antiinflamatórios e relaxantes musculares. Quanto ao nível de estresse, a maioria não apresentou esta condição clínica. Além disso, o estresse não se associou à modalidade esportiva ou ao consumo de medicamentos.
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