AVALIAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL E O PROGNÓSTICO DA PANCREATITE AGUDA BILIAR

Autores

  • Gabriela Danielski Niehues Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Manuela Danielski Niehues Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Rafael de Castilhos Vidor Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Thiago Mamôru Sakae Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Marco Zambrano Nuñez Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Flávio Bianchini Universidade do Sul de Santa Catarina

Palavras-chave:

Pancreatite. Doença aguda. Cálculos biliares. Hematócrito. Prognóstico.

Resumo

Objetivo: Investigar a avaliação clínica e laboratorial dos pacientes com diagnóstico de pancreatite aguda relacionando os achados com a etiologia e prognóstico da doença. Métodos: Estudo transversal realizado com pacientes internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição com o diagnóstico de pancreatite aguda entre agosto de 2008 e agosto de 2011. Foram incluídos 147 prontuários que atendiam aos critérios de inclusão.  Os pacientes foram divididos de acordo com a etiologia em dois grupos: biliar e não-biliar. Foi comparada a primeira medida dos dados clínicos e laboratoriais dos dois grupos nas 48 horas iniciais de internação. Resultados: Quanto ao tipo de pancreatite, 52,4% pacientes foram classificados como pancreatite aguda biliar e 47,6% como pancreatite aguda não-biliar. No grupo biliar, 66,2% dos pacientes eram do sexo feminino, 94,8% eram brancos e apresentavam média de idade de 55,7 anos. Os pacientes do sexo feminino apresentaram um risco 50% maior de desenvolver pancreatite aguda biliar quando comparados aos do sexo masculino (RP= 1,51 ; IC 95% : 1,07 – 2,13 ; p=0,012). Os níveis de alanina aminotransferase (p= 0,000178), aspartato aminotransferase (p= 0,0318) e fosfatase alcalina (p= 0,0063) foram significativamente maiores no grupo biliar. Quando comparados de acordo com a gravidade da pancreatite, pacientes com pancreatite grave apresentaram média de hematócrito na entrada significativamente maior que os pacientes com pancreatite não grave (p=0,0012). Conclusões: A avaliação clínico-laboratorial é uma alternativa útil na investigação inicial da etiologia e gravidade da pancreatite aguda.

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Publicado

11/07/2017

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

AVALIAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL E O PROGNÓSTICO DA PANCREATITE AGUDA BILIAR. (2017). Arquivos Catarinenses De Medicina, 46(2), 02-14. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/264

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