TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE: PREVALÊNCIA E USO DE PSICOFÁRMACOS EM CRIANÇAS DE UM AMBULATÓRIO NO SUL DE SANTA CATARINA

Authors

  • Mayara Torquato Moreira Universidade do Sul de Santa Catarina.
  • Karina Valerim Teixeira Remor Universidade do Sul de Santa Catarina.
  • Thiago Mamôru Sakae Universidade do Sul de Santa Catarina.
  • Carine Raquel Blatt Universidade do Sul de Santa Catarina.

Keywords:

Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade. Esquema de medicação. Perfil epidemiológico. Psicofarmacologia. Adesão à medicação.

Abstract

Objetivos: Verificar a prevalência de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em crianças atendidas em nível ambulatorial. Estudar a utilização de psicofármacos e a adesão ao tratamento entre as crianças com o transtorno. Métodos: Estudo epidemiológico de delineamento transversal baseado na análise de prontuários para caracterizar o perfil das crianças com TDAH e em entrevista com cuidadores das crianças, para avaliar a adesão ao tratamento através do teste de Morisky. O trabalho foi desenvolvido em um ambulatório de uma cidade do sul do Brasil entre os meses de agosto a outubro de 2011. A população foi constituída por crianças atendidas em nível ambulatorial. A amostra foi constituída de todos os prontuários das crianças atendidas no setor de neuropediatria do Ambulatório Materno Infantil (AMI) da Universidade do Sul de Santa Catarina. Resultados: De 623 crianças cujos prontuários foram analisados, 127 apresentaram diagnóstico de TDAH. A prevalência encontrada foi de 20,4%. A idade das crianças com TDAH variou de 3 a 16 anos e a maioria era do sexo masculino (79,5%). O fármaco mais utilizado foi o metilfenidato (92,6%). Encontrou-se ainda o uso de antidepressivos, antipsicóticos e antiepiléticos. O transtorno associado ao TDAH mais frequente foi o de aprendizagem (20,6%). Foram entrevistados 24 cuidadores de crianças com TDAH, das quais apenas 25,0% aderem ao tratamento, observando-se uma menor adesão para o sexo masculino (p=0,043).  Conclusões: Encontrou-se uma prevalência de TDAH superior àquelas relatadas na literatura. O grau de adesão ao tratamento encontrado foi considerado baixo e houve predomínio do comportamento não-intencional.

Author Biographies

  • Mayara Torquato Moreira, Universidade do Sul de Santa Catarina.
    Acadêmica do curso de Farmácia.
  • Karina Valerim Teixeira Remor, Universidade do Sul de Santa Catarina.
    Professora Doutora em Psicofarmacologia.
  • Thiago Mamôru Sakae, Universidade do Sul de Santa Catarina.
    Médico anestesiologista, Doutor em Ciências Médicas – UFSC, Mestre em Saúde Pública – UFSC, Professor de Epidemiologia da Universidade do Sul de Santa Catarina.
  • Carine Raquel Blatt, Universidade do Sul de Santa Catarina.
    Professora Doutora em Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina.

References

Perrin JM, Stein MT, Amler RW, Blondis TA, Feldman HM, Meyer BP, et al. Clinical Practice Guideline: Diagnosis and Evaluation of the Child With Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Pediatrics 2000; 105: 1158-70.

Associação Psiquiátrica Americana. DSM-V. Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.

Araújo APQC. Avaliação e manejo da criança com dificuldade escolar e distúrbio de atenção. J Pediatr (Rio J) 2002; 78: 104-10.

Calegaro, M. Avaliação psicológica do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). In: Avaliações e medidas psicológicas: produção do conhecimento e da intervenção profissional. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2002.

Swanson J, Deutsch C, Cantwell D, Posnerm M, Kennedy JL, Barr CL, et al. Genes and attention-deficit hyperactivity disorder. Clinical Neuroscience Research 2001; 1: 207-16.

Segenreich D, Mattos P. Eficácia da bupropiona no tratamento do TDAH. Uma revisão sistemática e análise crítica de evidências. Rev. Psiq. Clín 2004; 31: 117-23.

Santos LF, Vasconcelos LA. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade em Crianças: Uma Revisão Interdisciplinar. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2010; 26: 717-24.

Brasil HHA. Princípios gerais do emprego de Psicofármacos. Revista Brasileira de Psiquiatria 2000; 22: 40-1.

Morisky DE, Green W, Levine DM. Concurrent and predictive validity of a self-reported measure of medication adherence. Medical Care 1986; 24: 67-74.

Sewitch MJ, Abrahamowicz M, Barkun A, Bitton A, Wild GE, Cohen A, et al. Patient nonadherence to medication in inflammatory bowel disease. The American Journal of Gastroenterology 2003; 98: 1535–44.

Vasconcelos MM, Werner J, Malheiros AFA, Lima DFN, Santos ISO, Barbosa JB. Prevalência do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade numa Escola Pública Primária. Arq Neuropsiquiatr 2003; 61: 67-73.

Fontana RS, Vasconcelos MM, Werner J, Góes FV,Liberal EF. Prevalência de TDAH em Quatro Escolas Públicas Brasileiras. Arq Neuropsiquiatr 2007; 65: 134-7.

Associação Psiquiátrica Americana. DSM-IV. Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2002.

Scahill L, Schwab-Stone M. Epidemiology of ADHD in school-age children. In: Stubbe D. Attention-deficit/hyperactivity disorder. Child & Adolescent Psychiatric Clinics of North America 2000; 9: 541-55.

Scahill L, Schwab-Stone M, Merikangas KR, James SF, Leckman MD, Zhang H, et al. Psychosocial and clinical correlates of ADHD in a community sample of school-age children. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry 1999; 38: 976-84.

Vera CFD, Conde GES, Wajnsztejn R, Nemr K. Transtornos de Aprendizagem e Presença de Respiração Oral em Indivíduos com Diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Rev CEFAC 2006; 8: 441-55.

Possa MA, Spanemberg L, Guardiola A. Comorbidades do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em Crianças Escolares. Arq Neuropsiquiatr 2005; 63: 479-83.

Souza I, Serra MA, Mattos P, Franco VA. Comorbidade em Crianças e Adolescentes com Transtorno do Déficit de Atenção: Resultados preliminares. Arq Neuropsiquiatr 2001; 59: 401-6.

Voigt RG, Barbaresi WJ, Colligan RC, Weaver AL, Katusic SK. Developmental dissociation, deviance, and delay: occurrence of attention-de?cit-hyperactivity disorder in individuals with and without borderline-to-mild intellectual disability. Developmental Medicine & Child Neurology 2006; 48: 831-5.

Spencer TJ, Biederman J, Wilens TE, Faraone SV. Overview and neurobiology of Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. J Clin Psychiatry 2002; 63: 3-9.

Correia Filho AG, Bodanese R, Silva TL, Alvares JP, Aman M, Rohde LA. Comparisons of risperidone and methylphenidate for reducing ADHD symptoms in children and adolescents with moderate mental retardation. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry 2005; 44: 748-55.

Suárez AD, Quintana AF, Esperón CS. Transtorno por déficit de atención e hiperactividad (TDAH): comorbilidad psiquiátrica y tratamiento farmacológico alternativo al metilfenidato. Rev Pediatr Aten Primaria 2006; 8: 35-55.

Wilens TE, Spencer TJ. The Stimulants revisited. Child & Adolescent Psychiatric Clinics of North America 2000; 9: 573-603

Wilens TAM, Pelham WB, Stein MC, Conners CKD, Abikoff HE, Atkins, MF, et al. ADHD treatment with once-daily OROS methylphenidate Interim 12-month results from a long-term open-label study. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry 2003; 42: 424–33

Osterberg L, Blaschke T. Adherence to Medication. The New England Journal of Medicine 2005; 353: 487-97.

Sanches RF, Assunção S, Hetem LAB. Impacto da Comorbidade no Diagnóstico e Tratamento do Transtorno Bipolar. Rev Psiq Clín 2005; 32: 71-7.

Carlini EA, Nappo AS, Nogueira V, Naylor FGM. Metilfenidato: influência da notificação de receita A (cor amarela) sobre a prática de prescrição por médicos brasileiros. Rev Psiq Clín 2003; 1: 11-20.

WHO. World Health Organization. Adherence to Long-Term Therapies: Evidence for action. Genebra, 2003; 27-38.

Pavuluri MN, Naylor MW, Janicak PG. Recognition and Treatment of Pediatric Bipolar Disorder. Contemporary Psychiatry 2002; 1: 1-10.

Published

2017-09-01

Issue

Section

Artigo original

How to Cite

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE: PREVALÊNCIA E USO DE PSICOFÁRMACOS EM CRIANÇAS DE UM AMBULATÓRIO NO SUL DE SANTA CATARINA. (2017). Arquivos Catarinenses De Medicina, 46(3), 106-117. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/312

Similar Articles

51-60 of 582

You may also start an advanced similarity search for this article.

Most read articles by the same author(s)

1 2 3 > >>