FATORES ASSOCIADOS À INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO EM MULHERES PRATICANTES DE CROSSFIT

Autores

  • Júlia Cozer Siviero
  • Fabiana Oenning Da Gama
  • Rodrigo Dias Nunes
  • Luisa Aguiar Da Silva

Palavras-chave:

Incontinência Urinária de Esforço. Atividade Física. Mulheres.

Resumo

Introdução: Há evidências que a incontinência urinária de esforço ocorra com maior frequência em mulheres jovens que praticam atividades físicas de alto impacto. Objetivo: Identificar os fatores de risco relacionados à incontinência urinária de esforço em mulheres praticantes de CrossFit. Métodos: Estudo caso-controle envolvendo 368 mulheres praticantes de CrossFit na grande Florianópolis. Selecionadas numa razão de 1:2, com e sem incontinência urinária de esforço. As médias e desvios-padrão das variáveis contínuas foram utilizadas para descrever a amostra. A homogeneidade entre os grupos foi determinada pelo qui-quadrado. Os odds ratio entre as variáveis e seus respectivos intervalos de confiança foram calculados. Variáveis com valor de p<0,25 foram inseridas em um modelo ajustado. Na análise multivariada foi utilizada a regressão logística para identificar fatores de confusão, considerando p<0,05. Resultados: Entre as participantes 35,9% apresentou o desfecho. Apresentaram mais chance de desenvolver, as mulheres que praticavam CrossFit há mais de dois anos (OR: 4,5; p<0,001), não urinavam durante o treino (OR: 5,6; p<0,001), ingesta hídrica diária maior que dois litros (OR: 3,4; p<0,001) e com parto vaginal prévio (OR: 5,3; p<0,001). Conclusão: Maior risco de incontinência urinária de esforço em praticantes de atividades físicas de alto impacto, como o CrossFit, em mulheres com parto vaginal prévio, ingesta hídrica diária maior que dois litros, tempo de treino de CrossFit maior que dois anos e hábito de não urinar durante o treino. A diferenciação entre grupos de mulheres atletas, não atletas e sedentárias se faz importante para o melhor entendimento da incontinência urinária de esforço.

Referências

Yang J, Cheng JW, Wagner H, et al. The effect of high impact crossfit exercises on stress urinary incontinence in physically active women. Neurourol Urodyn. 2019; 38(2):749-56.

Hagovska M, Švihra J, Buková A, et al. Prevalence of Urinary Incontinence in Females Performing High-Impact Exercises. Sports Med. 2017; 38(3):210-6.

McKenzie S, Watson T, Thompson J, et al. Stress urinary incontinence is highly prevalent in recreationally active women attending gyms or exercise classes. Int Urogynecol J. 2016; 27(8):1175-84.

Moser H, Leitner M, Eichelberger P, et al. Pelvic foor muscle activity during jumps in continent and incontinent women: an exploratory study. Arch Gynecol Obstet. 2018; 297(6):1455-63.

Lourenco TRM, Matsuoka PK, Baracat EC, et al. Urinary incontinence in female athletes: a systematic review. Int Urogynecol J. 2018; 29(12):1757-63.

Martinez MA, Kraievski ES. O advento da fisioterapia no tratamento da incontinência urinária de esforço. Rev. Conexão Eletrônica. 2017; 14(1):190-9.

De la Torre S, Miller LE. Multimodal vaginal toning for bladder symptoms and quality of life in stress urinary incontinence. Int Urogynecol J. 2017; 28(8):1201-7.

Henkes DF, Fiori A, Carvalho JAM, et al. Incontinência urinária: o impacto na vida de mulheres acometidas e o significado do tratamento fisioterapêutico. Semina cienc. Biol.saúde. 2015; 36(2):45-56.

Da Roza T, Brandão S, Mascarenhas T, et al. Urinary incontinence and levels of regular physical exercise in young women. Int J Sports Med 2015; 36:776-80.

Patrizzi LJ, Viana DA, Silva LMA, et al. Incontinência urinária em mulheres jovens praticantes de exercício físico. R. Bras. Ci. e Mov. 2014; 22(3):105-10.

Flandin-Crétinon S, Roelens I, Sellier Y, et al. Assessment of pelvic floor muscle training programs and urinary incontinence in women: A literature Review. Gynecol Obstet Fertil Senol. 2019; 47(7-8):591-8.

Da Roza T, Brandão S, Mascarenhas T, et al. Volume of training and the ranking level are associated with the leakage of urine in young female trampolinists. Clin J Sport Med. 2015; 25(3):270-5.

Brennand E, Mirazo ER, Tang S, et al. Urinary leakage during exercise: problematic activities, adaptive behaviors, and interest in treatment for physically active Canadian women. Int Urogynecol J. 2018; 29(4):497-503.

Moura JFAL, Marsal AS. Cinesioterapia para o fortalecimento do assoalho pélvico no período gestacional. Visão universitária. 2015; 3:186-201.

Pereira-Baldon VS, Avila MA, Dalarmi CB, et al. Effects of different regimens for pelvic floor muscle training in young continent women: Randomized controlled clinical trial. J Electromyogr Kinesiol. 2019; 44:31-5.

Dias N, Peng Y, Khavari R, et al. Pelvic floor dynamics during high-impact athletic activities: A computational modeling study. Clin Biomech (Bristol, Avon). 2017; 41:20-7.

Radziminska A, Str?czy?ska A, Weber-Rajek M, et al. The impact of pelvic floor muscle training on the quality of life of women with urinary incontinence: a systematic literature review. Clin Interv Aging. 2018; 13:957-65.

Almousa S, Van Loon AB. The prevalence of urinary incontinence in nulliparous female sportswomen: A systematic review. J Sports Sci. 2019; 37(6):1-10.

Almeida PP, Machado LRG. A prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de jump. FisioterMov. 2012; 25(1):55-65.

Po?wiata A, Socha T, Opara J. Prevalence of Stress Urinary Incontinence in Elite Female Endurance Athletes. J Hum Kinet. 2014; 44:91-6.

Monteiro BFM, do Rego AD, Teixeira AS, et al. Stress Urinary Incontinence in Crossfit Practicing Women in Macapá, A Northern City of Brazil. CPQ Medicine. 2018; 3(5):01-17.

Cacciari LP, Dumoulin C, Hay-Smith EJ. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women: a cochrane systematic review abridged republication. Braz J Phys Ther. 2019; 23(2):93-107.

Alves JO, Luz STD, Brandão S, et al. Urinary Incontinence in Physically Active Young Women: Prevalence and Related Factors. Int J Sports Med. 2017; 38(12):937-41.

Almeida MB, Barra AA, Saltiel F, et al. Urinary incontinence and other pelvic floor dysfunctions in female athletes in Brazil: A cross-sectional study. Scand J Med Sci Sports. 2016; 26(9):1109-16.

Moser H, Leitner M, Baeyens JP, et al. Pelvic floor muscle activity during impact activities in continent and incontinent women: a systematic review. Int Urogynecol J. 2018; 29(2):179-96.

Casey EK, Temme K. Pelvic floor muscle function and urinary incontinence in the female athlete. Phys Sportsmed. 2017; 45(4):399-407.

Justina LBD. Prevalência de incontinência urinária feminina no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Inspirar Movimento e Saude. 2014; 6(3):7-13.

Santos ES, Caetano AS, Tavares MCGCF, et al. Incontinência urinária entre estudantes de educação física. Rev Esc Enferm USP. 2009; 43(2):307-12.

Santos CRS, Santos VLCG. Prevalência da incontinência urinária em amostra randomizada da população urbana de Pouso Alegre, Minas Gerais, Brasil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2010; 18(5):[08 telas].

Nygaard I, Shaw J, Egger MJ. Exploring the association between lifetime physical activity and pelvic floor disorders: study and design challenges. Contemp Clin Trials 2012; 33: 819-27.

Herrmann V, Scarpa K, Palma PC, et al. Stress urinary incontinence 3 years after pregnancy: correlation to mode of delivery and parity. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2009; 20(3):281-8.

Eliasson K, Larsson T, Mattsson E. Prevalence of stress incontinence in nulliparous elite trampolinists. Scand J Med Sci Sports. 2002; 12:106-10.

Downloads

Publicado

31/03/2020

Edição

Seção

Artigo original

Como Citar

FATORES ASSOCIADOS À INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO EM MULHERES PRATICANTES DE CROSSFIT. (2020). Arquivos Catarinenses De Medicina, 49(1), 23-33. https://revista.acm.org.br/arquivos/article/view/618

Artigos Semelhantes

151-160 de 548

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>